quarta-feira, dezembro 31, 2008

4 anos!


No último dia do já distante ano de 2004, nascia este Peciscas.

Hoje, cerca de mil posts depois, aqui estou a dobrar mais uma página.

Como em tudo na vida, este cantinho teve altos e baixos.

Viveu, como em tudo na vida, momentos de euforia ou épocas de crise.

Mas, o melhor de tudo isto, foram os amigos e amigas que este despretensioso espaço me angariou.

Amigos e amigas que entraram na minha vida e cuja presença já não dispenso.

Haja forças e disposição para caminhar para o 5º ano.

Beijos e abraços para todo o pessoal que tem sido a razão de ser do Peciscas.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Afinal...

Na passada sexta-feira, fui até ao Porto, porque precisava de levantar uns exames médicos.
Ao atravessar a cidade, dei conta de que o trânsito estava anormalmente fluido, sem qualquer engarrafamento.
Por outro lado, ia verificando que a maioria dos estabelecimentos comerciais, das obras de construção civil e outras actividades do sector privado, estavam, na generalidade, paralizados.
Quando cheguei ao consultório onde esperava levantar os ditos exames, dei com o nariz na porta. Quer dizer que só na segunda-feira é que abriria, para voltar a encerrar no último dia do ano, retomando apenas a actividade plena no dia 5 de Janeiro.
Por que é que falo nisto?
Simplesmente pelo facto de haver por aí muita gente que insiste em fazer passar a ideia de que, só há pontes e fins de semana alargados no sector público.
Quando o Governo decretou a tolerância de ponto (mas neste caso abrangendo um só dia da semana de cada uma das festas) não estava só...
Como se comprova, também no sector privado existem estas benesses. Aliás, li algures, um empresário a dizer que era melhor conceder estas tolerâncias, porque a produtividade nesta época reduz-se drasticamente.
Devo acrecentar, como nota final, que, nesse dia, fui à Loja do Cidadão do Porto, onde há balcões de bastantes serviçõs públicos e, todos eles estavam a funcionar...

sexta-feira, dezembro 26, 2008

"Casa do Americano" 2008

Nesta época do ano costumo mostrar-vos imagens daquilo que, por estas bandas, já começa a ser uma atracção turística.
Como já vos disse, há por aqui um vizinho, ao que creio luso-americano, que costuma decorar a sua casa, de modo tão espectacular e feérico, que atrai a curiosidade de milhares de pessoas que não deixam de ir ver estas sempre renovadas decorações de Natal. Por isso mesmo, na rua (sem saída) onde se situa esta moradia, há, por esta altura, densos engarrafamentos de trãnsito.
Então, aqui ficam, então, imagens da versão 2008 da "casa natalícia do americano".

foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Que será ter um Bom Natal?

Nesta época, a frase mais ouvida é:
- Então, se não nos virmos, um Bom Natal!
Mas de tanto ser repetido será que este voto ainda tem algum significado? Ou será apenas um cumprimento meramente protocolar?
Que significará, então, ter um "Bom Natal"?
Para alguns será, porventura, comer e beber muito e bem.
Para outros, significará, apenas, comer...
Para alguns será receber presentes, surpresas.
Para outros será apenas ter emprego e salário.
Para alguns significará o prazer de reunir a família.
Para outros será, apenas, ter família.
Não sei se estas reflexões algo amargas terão a ver com o gradual esvaziamento de significado que a época natalícia me vai trazendo.
Porque olho à minha volta e vejo muita gente sem alegria, sem encantamento, sem esperança.
Porque vou olhar a minha mesa de Natal e vou constatar que, pouco a pouco, estão a ficar mais lugares vazios.
Porque olho à minha volta e vejo que, amigos e amigas que estão presentes na minha vida, não têm muitos motivos para sorrir.
Tudo isto não invalida que compreenda a manutenção do "espírito natalício" como algo que continuará a fazer parte da tradição das nossas culturas.
Assim, para aqueles e aquelas que por aqui passarem e que sintam ainda algum significado nesta época, os meus votos do
MELHOR NATAL POSSÍVEL!

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Letreiros 12

Trago-vos hoje mais uma página do já meu extenso álbum de letreiros insólitos, imaginativos ou simplesmente curiosos, que vou apanhando aqui e ali.

Como se sabe, há milhares de funcionários públicos (designadamente professores) que se aposentam com pesadas penalizações.
Mas já apareceu uma empresa que garante "reformas completas"...

Eis um grafismo bem imaginativo...


Será que o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) está a ampliar a área de intervenção?

A aristocracia já tem de recorrer a tarefas bem menos nobres... E, ainda por cima, fazendo figuras do diabo...
Depois de uma sopinha de letras, sai um café com elas...

Para além do poético nome da firma , repara-se na rua onde fica...

Rigorosamente verdade como se demonstra pela artilhada viatura...

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Não é vergonha ganhar dinheiro...

Há tempos, um dos nossos mais conhecidos comentadores políticos, a propósito das trapalhices em que se meteram alguns dos gestores de bancos que "deram bronca" e das grossas fortunas que rapidamente amealharam dizia:
-"Não é vergonha ganhar dinheiro".
Claro que não é vergonha ganhar dinehiro. Diria até que vergonha é haver tanto cidadão que não consegue, por mais que se esforce, ganhar o dinheiro suficiente para subsistir condignamente.
Agora há que dizer que existem muitas formas de ganhar dinheiro, designadamente "muito dinheiro". Quando se usam trapaças, artimanhas, habilidades, que passam pela especulação, pelo branqueamento, pela utilização de paraísos fiscais, aí, já deveria haver vergonha. Não para os habilidosos,que esses nunca terão escrúpulos, mas para aqueles que, vivendo honestamente, não saem da "cepa torta"
Cito, a propósito uma frase da Presidente da Comissão Nacional de Justiça e Paz, Manuela Silva : " Há uma certa opinião pública que é mais complacente com as fraudes dos ricos do que com os abusos dos pobres".
Esta conhecida economista, acrescentava ainda, nesta entrevista (Público-RR-RTP2), que considerava que as grandes fortunas deveriam ser especialmente taxadas para apoio aos pobres.
É claro que declarações deste tipo, vão ser ignoradas e passar ao lado dos grandes comentadores económicos e políticos.
Mas não serão elas tão verdadeiras quanto justas?

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Pudera!

Numa das suas imperdíveis crónicas de última página do JN, o velho amigo Manuel António Pina, falava, um destes dias, na forma como, muitas vezes, se encaram as personalidades políticas, ignorando o que dizem para se ter mais em atenção o seu aspecto físico.
E é mesmo assim. Temos, entre nós, muito o hábito de, quando alguma dessas figuras aparece na televisão (por exemplo), começarmos logo a comentar a maneira como está vestida, o modo como agita as mãos, o penteado. De tal modo que as palavras que estão a ser ditas ficam logo soterradas por esses comentários laterais.
É claro que esses procedimentos têm algo a ver também com as técnicas de imagem que cada vez mais se usam para se "imporem" essas figuras.
Não será por acaso que, há tempos, apareceu uma notícia dizendo que o nosso Primeiro Ministro foi considerado uma dos homens mais bem vestidos do mundo (graças aos seus fatos Armani ou aos sapatos Prada).
Também nãoterá sido por acaso que, no dia seguinte a uma entrevista da Ministra da Educação à jornalista Judite de Sousa, muita gente (designadamente nas salas de professores de escolas) comentava a inesperada cor dos olhos da senhora, muito provavelemnet alterada pelo uso de lentes de contacto. Confesso que, na altura em que visionei o programa, eu próprio dei comigo a pensar:" Afinal esta mulher tem uns olhos bem bonitos; nunca tinha reparado".
Tudo isto aponta para uma crescente valorização da forma com que a mensagem nos chega, em detrimento do conteúdo.
Depois fala-se na crise de valores e ideias.
Pudera!

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Não foi nevão mas um granizão...

É muito raro nevar no Porto. Em cerca de cinquenta anos de residência nesta zona, que me lembre, tal facto só ocorreu duas vezes e, mesmo assim, de forma muito limitada.
De vez em quando, ocorrem umas valentes saraivadas.
Foi o que aconteceu um dia destes.
De um momento para o outro, desabou do céu um monte de pedras de gelo que, em poucos minutos, cobriu ruas, telhados, jardins, de um manto branco que, visto de longe, se assemelhava aos belos nevões que. por esta época do ano, cobrem algumas das nossas serras.
É claro que, por aqui, foi um alvoroço. Gente a vir às janelas, a fotografar. Uma ou outra, até arriscou a vir à rua e fazer bolas de gelo. Mas isso era um número algo arriscado, porque o piso estava mais do que escoreregadio.
Enfim, não tivemos um nevão mas tivemos uma "aproximação"...


foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Trapalhices...

Não costumo ver muita televisão.
Mas um destes dias dei-me à pachorra de ver um episódio de uma série que passa na RTP e que se chama "Liberdade 21".
Foi precisa mesmo pachorra, porque, em meu entender, aquilo é mesmo fraquinho.
Mas o que me leva a falar do programa é, para além da qualidade geral, o pouco cuidado com que se cuidam dos pormenores destas coisas.
Assim, numa cena do episódio que vi, era interrogado no tribunal, um militar da GNR. O homem era tratado como Sargento da Brigada de Trânsito, testemunha num processo. No entanto, ele tinha colocadas no ombro, duas divisas de... Cabo (quem andou na tropa teria logo reparado no pormenor).
Numa outra cena, um homem depunha, mostrando que era um pai cuidadoso e que não merecia perder a custódia dos filhos. Descrevia os cuidados que prestou a um deles, quando esteve doente.
A páginas tantas, referia que lhe dava um anti-histamínico, para... "baixar a febre".
Mas esta asneira de confundir um anti-pirético com um anti-histamínico, era mesmo da responsabilidade do argumentista, pois em todos os outros cuidados que o homem enunciava, procurava demonstrar-se a sua competência como pai. Tanto que ele foi absolvido.
Enfim, há gente a escrever para televisão que acha que o espectador come tudo o que lhe põem à frente...

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Blogagem colectiva


selo criado por Lino Resende

Hoje, data que assinala o 60º aniversário da entrada em vigor da Declaração Universal dos Direitos Humanos, associo-me à iniciativa do Sam promotor, entre nós, desta blogagem colectiva.
Nunca é por demais insistir no cumprimento das determinações da Declaração já que, diariamente, assistimos, um pouco por todo o lado, ao atropelo dos espírito e da letra deste importante documento. Designadamente no nosso país.
Os direitos da pessoa humana, deveriam ser tão óbvios que nem precisassem de ser lembrados e apregoados. Mas, infelizmente, passados sessenta anos, estamos ainda longe de os ver respeitados e integralmente assumidos. Basta verificar que, em pleno século XXI, ainda temos milhões e milhões de seres humanos a viverem abaixo do limiar da pobreza ou mesmo a perecerem com fome.
Por isso, e por muito mais,continua a ser necessário e urgente pugnar pelo cumprimento integral da Declaração. É o nosso futuro comum quem o exige

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Que terá acontecido?

Ao deparar-me com a cena que as imagens documentam, dei por mim a inventariar possíveis explicações para o facto:
1- Um produto que se adicionou à fonte, para evitar o congelamento da água (estava muito frio).
2 - Uma forma de decoração, para antecipar o Natal.
3- Um processo expedito para limpar a fonte.
4 -Um brincalhão, sem mais nada de útil para fazer, que resolveu despejar ali um garrafão de detergente.
Acrescentem vocês hipóteses à lista, se as encontrarem.



sexta-feira, dezembro 05, 2008

Obrigado!

Começo por agradecer todas as mensagens que, por diversas vias, me chegaram, a propósito da pausa que anunciei no post anterior.
Designadamente, sensibilizaram-me as manifestações de preocupação de amigos e amigas que por aqui costumam passar e que suspeitaram que algo não estivesse a correr totalmente bem por estas bandas.
O que se passou, então?
No dizer de uma dessas amigas, conhecida pela habitual ironia e irreverência, tratou-se de uma questão de "falta de humor".
E foi mais ou menos isso.
Só que este humor não é aquele que nos torna mal ou bem dispostos, mas sim o "humor aquoso" que preenche o interior do globo ocular.
Algumas alterações nesse material, determinaram que, durante algum tempo, tenha de seguir conselhos do "homem da bata branca" que quer que eu evite esforços desnecessários, para que essas ditas alterações (para já não são graves) não venham a provocar mais estragos.
Por isso, estou a evitar longas presenças frente ao monitor, até porque tal se torna um tanto incómodo. Pelo menos enquanto não me adaptar à presença dessas "novidades" que me chegaram.
Pouco a pouco, irei retomando a minha presença nestas andanças. Que, confesso, já me estavam a fazer falta.
Mas não se espantem se não circular (por aqui e por aí) ao mesmo ritmo de outrora.Já sabem, então, porquê.
Mais uma vez, a todas e todos, o meu xi-coração.
A gente vê-se por aí!

quinta-feira, novembro 27, 2008

Pausa


Por motivos de força maior, vou ter de manter o Peciscas em pausa, durantes uns tempos.

De igual modo, farei uma pausa nas visitas aos blogs amigos.

Espero a vossa maior compreensão.
Até depois!

quarta-feira, novembro 26, 2008

O defeito de me chamar apenas António...

Não há dúvida de que os órgãos de comunicação estão, cada vez mais, ao serviço de interesses confessáveis ou inconfessáveis.
O Dr. Manuel Dias Loureiro era para ir ao Parlamento falar das "embrulhadas" do BPN, a cuja administração pertenceu, mas não foi autorizado. Mas o homem queria falar, para "salvar a face".
Então, que fazer?
"Ó pá, vai à televisão!".
A R.T.P, prestimosamente, arranjou-lhe uma entrevista "extraordinária" em horário nobre. Deu-lhe espaço para dizer o que queria dizer. Para se justificar. Para fazer passar uma imagem de "santinho".
A R.T.P é, supostamente, uma estação de serviço público.
Mas estará mesmo ao serviço do interesse público quando concede tempo de antena para alguém o usar em favor de interesses privados?
E se eu, simples e anónimo António também tiver coisas para dizer e for bater à porta da RTP ?
Claro! Se o fizesse, levava um banho de gozo e mandavam-me ir "conversar com o Camões".
Porque eu sou um simples e anónimo António e não um Dr Manuel Importante.

terça-feira, novembro 25, 2008

É preciso conservar a memória!

"Sem memória não há ideias, sem ideias não há pensamento, sem pensamento não há criatividade e sem criatividade não há futuro.
Agora as pessoas, sobretudo as que nos governam, estão preversamente a apagar a memória e a vender o seu peixe. É por esta razão que os grandes criadores portugueses estão a dar grande importância à memória".
( Fernando Dacosta, em entrevista ao JN que foi intitulada " Há muito medo no meu país".)

segunda-feira, novembro 24, 2008

O silêncio dos bons...

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons".
Martin Luther King, Jr.
Evoco esta conhecida frase de Luther King associando-a ao caso da Flavia, que se arrasta há mais de 10 anos na justiça brasileira.
Como muito bem refere a Odele, sua mãe, no post que tem neste momento "no ar", há um tratamento diferenciado para processos que envolvem gente anónima ou "figuras públicas".
Cabe-nos a nós, não nos reduzirmos ao silêncio de que falava Luther King. Esse silêncio, contribuirá para a impunidade, dos desonestos, dos corruptos, dos sem carácter, dos sem ética.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Concertos e consertos

Em tempos de crise, há que ter boas ideias para lançar negócios criativos.
Então, houve alguém que, tendo em conta que os portugueses são um tanto avessos à cultura musical, lançou uma loja de "concertos rápidos". Ou seja, um local onde suponho que se podiam ouvir peças musicais, mas em versão reduzida.
Assim, escutavam-se uns compassos da Nona de Beethoven ou uns acordes de uma sonata de Mozart. E pronto! Ficava-se com umas pinceladas de cultura e não se gastava muito tempo.

Mas, nem sempre os negócios mais imaginativos são bem sucedidos. Ao que tudo leva a crer, a loja não teve o êxito que pretendia. Assim, passados uns tempos, o proprietário do estabelecimento reformulou o negócio. Passou, então, o ramo para o conserto rápido de sapatos.
Para tal ,bastou apenas mudar uma letra no toldo...

quinta-feira, novembro 20, 2008

Os Magalhães e a "Guerra" do Solnado


Talvez os mais velhos se lembrem das famosas rábulas do Raul Solnado, gravadas nos anos sessenta, e que tiveram um èxito estrondoso.
Numa delas, ridicularizava-se a guerra ("Está lá? É do inimigo?"). Assim, o homem, disparava uma espingarda mas tinha a bala presa com um fio. Deste modo, sempre que dava um tiro, puxava o fio e recuperava a bala. Tudo isto porque aquela guerra era pobrezinha.

O que é que esta rábula tem a ver com

MAGALHÃES FOI SÓ MESMO PARA A FOTO
"Na passada quarta-feira, José Sócrates distribuiu mais de 250 Magalhães em Ponte de Lima. Todavia, no final do dia, os alunos tiveram de os devolver porque era apenas uma "experiência" e falta cumprir as formalidades". (JN 18/11) ?



Se calhar a "Guerra " do Solnado nada tem a ver com esta notícia. Eu é que estou a ficar tótó...

quarta-feira, novembro 19, 2008

O que é?

O que é?
Uma pintura abstracta?
Uma foto trabalhada em Photoshop?
Aceitam-se "palpites".

terça-feira, novembro 18, 2008

Recordações

foto Peciscas Conforme já aqui referi, fui árbitro de natação pura durante cerca de uma dúzia de anos.
Entrei, por reflexo do facto de o meu filho ter sido atleta de competição nesta modalidade. Depois de ele abandonar, por lá fiquei ainda.
O ponto mais alto da minha carreira, foi a participação nuns campeonatos europeus de juniores disputados ns piscina do Jamor.
Fui, ainda, presidente do Conselho Distrital de Arbitragem, cargo de que me demiti há cerca de três anos, por incompatibilidades sérias com um conjunto de elementos que andavam por ali apenas para tentarem compensar algumas frustrações pessoais, pondo-se "em bicos de pés" e tentando abater os outros para se "elevarem" a eles. Desde aí, deixei a actividade, em que, como acontece com tudo aquilo que faço, me empenhei com rigor e "profissionalismo". Muito embora neste tipo de arbitragem, os subsídios a que tínhamos direito, não cobrissem sequer as despesas de alimentação e deslocação que efectuávamos.
Desses anos, guardo, no entanto, algumas boas recordações.
Ali para o sótão, tenho um placar onde, uma tanto anaquicamente, guardo alguns testemunhos desses tempos e que agora vos mostro.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Histórias da tropa 6

Nos quartéis sempre havia cães vadios, em busca de um abrigo e de comida.
Viviam por ali, felizes, entre fardas verdes, às quais se habituavam de tal forma que estranhavam a chamada "roupa civil".
Quando estive no quartel do Lumiar, em Lisboa, entre os vários canídeos que faziam parte dos efectivos, havia o Kropachek.
Este nome tinha sido retirado das velhas, pesadas e obsoletas espingardas que tínhamos de usar na instrução. "Usar" é como quem diz pois nenhuma delas seria capaz de disparar um único tiro. Eram do século XIX e só serviam para "dar nas vistas". Naquele tempo os recursos mais importantes eram canalizados para a guerra colonial,ficando, na rectaguarda, o refugo.
Numa longa noite de marcha ( as chamadas "marchas finais") tivemos de sair do quartel , pelas 21 horas, para fazer um longo percurso por diversas zonas dos arredores de Lisboa.
O bom do Kropachek resolveu ir connosco.
Mas a sessão prolongou-se enormemente, pois não atinámos com o caminho, deambulámos por montes e vales, numa interminável marcha que só terminaria pelas 9 da manhã.
A dada altura, não fazendo a mínima ideia de onde estávamos, subi uma pequena ladeira para espreitar algum ponto de referência que pudesse ajudar. O cão foi comigo.
Às tantas escorreguei e espalhei-me ao comprido.
Pois o cachorro, que já estava exausto de tanto dar à pata, vendo-me deitado e julgando que já era hora de descansar, imediatamente se enroscou ao meu lado e fechou os olhos.
Quando me sentiu levantar de novo, virou para mim um ar bem desconsolado.
Mas aguentou connosco a parte final. Que haveria de passar por algo de absolutamente proibido pelos regulamentos militares. É que, já por volta das 7 horas da matina, e ainda longe do quartel, resolvemos apanhar uma camioneta, que levava já muita gente ali da zona de Benfica para os seus empregos.
O Kropachek, claro que foi connosco. Corremos as cortinas da camioneta, com a conivência dos passageiros, que compreendiam os sacrifícios por que estávamos a passar.
Regressados ao aquartelamento, o cãozito desapareceu. Imagino que dormiu durante dois dias...

quinta-feira, novembro 13, 2008

Desperdícios

Noticiou-se recentemente que há hospitais que prolongam artificialmente o internamento de doentes, como forma de garantirem os financiamentos previstos na lei.
Pude, um destes dias, constatar a veracidade desta notícia. Visitando um hospital onde um familiar próximo foi submetido a uma pequena intervenção cirúrgica, deparei-me com casos de internamento de um ou até dois dias, para casos como, extracção de um quisto sebáceo ou de alguns sinais na pele. Aliás, esse mesmo familiar provavelmente nem sequer requereria internamento, já que a intervenção decorreu apenas com anestesia local.
Estes casos mostram as contradições a que por vezes assistimos. Há dias, a Ministra da Saúde declarava ser sua intenção criar as condições necessárias para que, cada vez mais, os doentes sejam operados em regime de ambulatório, com a convalescença a ser realizada em casa.
Segundo a notícia, promete-se, para o ano, uma nova lei de financiamento. Mas, entretanto, estão a desperdiçar-se meios e recursos, de um modo perfeitamente inútil.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Sonhos de menino


Durante a conversa que tive com a ex-aluna que menciono no post anterior, esta confidenciou-me algumas preocupações quanto às aspirações profissionais do filho, que tem agora 9 anos.

Porque ele oscila entre o desejo de ser motorista de camiões TIR e bombeiro.

Tranquilizei a J. dizendo-lhe que, numa dada altura da minha meninice, também eu sonhava ser bombeiro.

Na pequena cidade do interior onde morava, havia duas corporações de "soldados da paz" e eu, de vez em quando, ia, com outros da minha idade, até ao quartel de uma delas, só pelo prazer de deambular por entre as viaturas vermelhas. Ainda por cima, os responsáveis deixavam a miudagem sentar-se nos carros mais antigos, o que nos dava um particular gozo.

Esse sonho de menino durou relativamente pouco tempo. Depois, brinquei um pouco com a ideia de ser guarda-redes de futebol, mas, como nesse tempo eu era muito baixinho, não dava para cobrir adequadamente a baliza.

Outros sonhos viriam, até me fixar no que acabou por determinar aquela que foi a minha profissão de quase quatro décadas.

Na meninice, sonhar com profissões que nos surgem como fantásticas, é comum e até saudável.

Qual de vós não imaginou um dia ser piloto, astronauta, sábio, actor ou ... bombeiro?

Nessa altura é tão fácil sonhar...

terça-feira, novembro 11, 2008

Ainda se lembra de mim?

Ontem, na sala de espera do meu centro de saúde, entra uma mulher, ainda jovem, que, sorridente, me interpelou:
-Olá, professor! Ainda se lembra de mim?
Nestas situações pressinto logo que estou perante uma ex-aluna. Mas, entre tantos milhares, é impossível que reconheça todas. Ainda para mais, após as inevitáveis transformações físicas que o decorrer do tempo acarreta.
-A cara não me é estranha, mas...
-O senhor foi meu professor de Matemática há mais de 20 anos. Eu sou a J.
E ali ficou a conversar longamente comigo. Disse-me o que fazia, qual foi o seu percurso escolar (abandonou o ensino "normal" para depois o retomar em curso nocturno) mostrou-me a fotografia do filho. Falou das diferenças entre a escola do seu tempo e a de hoje.
Há uma semana , tinha encontrado, a vender na rua, uma outra ex-aluna que não reconheci, mas que também falou comigo amigavelmente, dando a entender que me recorda com alguma simpatia.
Num momento em que tanto se fala de avaliação dos docentes, não serão estes acontecimentos, também, uma forma de um professor (ou ex-professor) se sentir avaliado? Sentir que "deixou algo pelo caminho"?

segunda-feira, novembro 10, 2008

Este é um problema nacional

Este não é apenas um problema laboral que se confina aos professores.
Quando cerca de 80% da classe docente manifesta nas ruas o seu descontentamento, a sua amargura, a sua desilusão, nenhum cidadão pode ficar alheio.
Os professores, no passado sábado, vieram dizer que estão a ser desviados da sua mais importante missão: ensinar e educar.
O que se passa hoje nas escolas é demasiado grave para que se fique indiferente e alheio.
Deixar que as questões se limitem às paredes dos estabelecimentos de ensino é contribuir para que, um dia destes, se acorde para a dura realidade de estar hipotecada, durante muitos anos, a qualidade da nossa Escola Pública.
Que ninguém se alheie porque se trata de um problema nacional.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Morte e Vida Severina

O espectáculo teatral que mais me marcou em toda a vida foi a representação do poema de João Cabral de Mello Neto "Morte e Vida Severina", a que assisti nos anos sessenta no Teatro de S.João do Porto, levada à cena pelo Teatro de Estudantes da Universidade Católica de S. Paulo.
O texto, de uma intensidade dramática particularmente forte, conta a história de Severino, um nordestino do Brasil, retirando das suas inóspitas e ressequidas terras, em busca de uma vida melhor.
A peça, que se desenrolava num cenário muito simples e com figurinos minimalistas, prendia a atenção e a emoção do espectador desde a primeira cena.
A música foi criada expressamente para esta representação, por Chico Buarque que, então iniciava a sua vida artística.
Aqui vos mostro uma das cenas mais fortes da peça: "O Funeral do Lavrador", numa versão apresentada pela Tv Globo há uns anos.



Funeral de um Lavrador

Composição: Chico Buarque de Hollanda / João Cabral de Mello Neto


Esta cova em que estás com palmos medida

É a conta menor que tiraste em vida

É de bom tamanho nem largo nem fundo

É a parte que te cabe deste latifúndio

Não é cova grande, é cova medida

É a terra que querias ver dividida

É uma cova grande pra teu pouco defunto

Mas estás mais ancho que estavas no mundo

É uma cova grande pra teu defunto parco

Porém mais que no mundo te sentirás largo

É uma cova grande pra tua carne pouca

Mas a terra dada, não se abre a boca

É a conta menor que tiraste em vida

É a parte que te cabe deste latifúndio

É a terra que querias ver dividida

Estarás mais ancho que estavas no mundo

Mas a terra dada, não se abre a boca.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Em manutenção?

Muito recentemente, foi descerrado, com a devida solenidade, um busto que homenageia um cidadão ilustre de Baguim do Monte.
Foi colocado numa pequena praceta ajardinada.


No entanto, poucos dias passados, insolitamente, em vez do busto, encontra-se uma caixa indicando que o mesmo está "em manutenção".

Que terá acontecido? Que tipo de manutenção está a ocorrer?Interrogo-me eu e, se calhar muitas outras pessoas que por ali passam.
Aceitam-se "palpites".
Nota- acrescento um dado: esta praceta fica mesmo em frante a uma escola E.B. 2.3.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Obama, barak diferente?


Em dialecto tetum, que é o dominante em Timor Leste,
existe o termo "barak" que significa "muito".
Será que, para os EUA e para o mundo este Barack será mesmo "muito" diferente?

Esperemos bem que sim.

No momento em que escrevo este post, ainda não há resultados credíveis.Por isso, embora tudo leve a crer que o resultado é o esperado, posso estar a correr o risco de "falar antes do tempo".
Seja como for, o simples aparecimento de um político como Obama faz com que a grande nação americana nunca mais possa ser igual ao que tem sido.
A menos que os poderosos interesses que por ali se movem, mais ou menos obscuramente, consigam continuar a influir nas políticas.

terça-feira, novembro 04, 2008

Mais um insólito caso de abandono...

Está, há umas semanas, abandonado, algures, numa artéria de muito movimento.
Bastante degradado, como se pode ver.


No entanto, que o ali deixou, não se eximiu a deixar um contacto.
"Para qualquer assunto"...
Qual poderia ser o assunto?

segunda-feira, novembro 03, 2008

Mais 3 citações para reflectir antes de agir (ou mais um post preguiçoso...)

A política é a arte de captar em proveito próprio as paixões dos outros.
H. de Monterlhant

A aprendizagem da aranha não é para a mosca.
Michaux

Os povos estão desgostosos algum tempo antes de se aperceberem de que o estão
Cardeal de Retz

sexta-feira, outubro 31, 2008

quinta-feira, outubro 30, 2008

Haverá lugar para todos?

foto Peciscas Na zona do chamado Grande Porto, há dezenas de centros comerciais. Ainda recentemente foi inaugurado o maior espaço deste tipo do grupo IKEA na Europa.
São catedrais do consumismo. As cores, as luzes, a decoração, tudo está preparado para atrair a presença de multidões e, consequentemente, a apetência para a compra. Do que se necessita e do que não faz falta.
No entanto, quando vou a um destes centros comerciais, em regra, vejo bastante gente a passear. Alguma a entrar em lojas, para ver os artigos, tocar. Mas, logo depois, saem, na maior parte dos casos sem nada adquirir.
Vão ali do mesmo modo que, antigamente se saía para se verem as montras.
Por isso mesmo, causa-me espécie que, perante tanto centro comercial com lojas a venderem tão pouco, ainda haja promotores a arriscarem investir em novos espços. Não será que a concorrência já é demasiada e que alguns destes projectos são mesmo inviáveis?
É claro que os gestores sapientes terão muitos argumentos para responderem a estas perguntas.

Mas o que também é claro é que, depois, as crises aparecem ao virar da esquina...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Mais um caso com um ralo de piscina

Transcrevo parte de uma notícia do JN de 28 de Outubro”:

“O tribunal de Leiria manteve a decisão de absolver a gerente de uma piscina da cidade, onde, em Fevereiro de 2002 um menino ( na altura com nove anos)ficou gravemente ferido, depois de sugado pelo ralo do fundo.
….
Para o magistrado, a gerente do espaço “Físico-Leiria” “nada sabia sobre a sucção” e, por isso, “confiou em entidades que conhecem o procedimento de segurança e exigência técnica”. “Há pois a mais completa imprevisibilidade por parte da arguida no acontecimento”, considerou ainda o tribunal.
No final da audiência, a advogada da família do jovem que ficou ferido anunciou que vai avançar com um pedido de indemnização cível ao senhorio do espaço onde se situava a piscina, à gerente (arguida neste processo) e aos responsáveis da empresa que colocou as bombas de sucção de água naquela piscina.”


Quem conhece o caso da Flavia, compreende a razão da transcrição que agora faço.
Os acidentes com ralos de piscinas com poder de sucção anormalmente elevado, são, infelizmente, mais comuns do que se imagina.
As consequências, para o jovem português (quando sofreu o acidente tinha idade semelhante à da menina de S.Paulo quando igualmente foi vitimada) foram menos gravosas, mas, ainda assim muito sérias. Esteve em coma, estado do qual saiu com graves consequências de ordem física, neurológica e psicológica. A Flavia, permanece em coma, com o seu belo, luminoso e gaiato sorriso escondido dos nossos olhos.
E o que impressiona nestas notícias é que parece que as responsabilidades são sacudidas como quem sacode uma mosca do casaco.
Eu posso ser muito ignorante, tanto em matéria jurídica como em matéria técnica. Mas não me consegue entrar na cabeça que exista um dispositivo numa piscina que é capaz de aprisionar, qual armadilha sinistra, um corpo humano, de modo a causar-lhe lesões graves, sem que haja alguém que seja culpado.
Já andei pela Internet e verifiquei que há possibilidades de colocar sensores nesses ralos de modo a fazerem parar automaticamente a sucção, quando algo fica aprisionado na grelha. Isto, para além da obrigatoriedade da observação de normas sobre a graduação do poder de sucção das bombas de limpeza.
E mais: sendo as zonas das piscinas onde há ralos, potencialmente perigosas, por que não estão devidamente assinaladas e por que não há aviso a alertar para esses perigos? E por que esses ralos não estão protegidos por qualquer uma armação exterior que impeça um corpo de ficar aderente ao ralo?
São perguntas que um ignorante como eu gostaria de ver esclarecidas.
Se o Meritíssimo Juiz diz que a arguida de Coimbra não sabia de sucção, como pôde estar à frente de um equipamento onde esse dispositivo estava montado?
Será que o gerente de um restaurante, é dispensado de conhecer as normas de segurança contra incêndios, por exemplo? Ou o gerente de uma discoteca pode ignorar planos de evacuação?
E se for assim, o que me parece, com o devido respeito, algo de muito questionável, quem será, então responsável? Quem monta os equipamentos? O promotor do espaço? O gerente?
Não sei quem será. Mas alguém há-de ser.
Há vidas em perigo, há vidas destroçadas e isto não pode ficar impune.

terça-feira, outubro 28, 2008

Três citações pra reflectir antes de agir

A regra é a seguinte:compota amanhã e compota ontem...
...mas nada de compota hoje.
L. CARROL.

Escolhe o trabalho de que gostes e não terás de trabalhar nem um dia na tua vida
CONFÚCIO

Os ditadores nascem em casas onde ninguém se atreve a dar ordens à criada
H. de MONTHERLANT

segunda-feira, outubro 27, 2008

A resistência á mudança

Uma das características comportamentais que mais está presente na maioria das pessoas é a chamada "resistência à mudança".
Somos animais de hábitos e, por isso mesmo, tudo aquilo que implicar uma alteração nos nossos esquemas de pensamento, nas nossas rotinas ou tudo aquilo que sentimos estar a modificar-se à nossa volta, vai provocar reacções mais ou menos significativas da nossa parte.
Com maior ou menor dificuldade, é possível superar esse sentimento de resisência. Mas há, também, quem nunca o chegue verdadeiramente a conseguir. E, assim, mantém juízos de valor, apreciações morais ou éticas, rigidamente indexadas a um passado de que não quer afastar-se um mílimetro.
Há muitos exemplos que podem ser invocados para testemunhar esta resistência à mudança. Quando apareceram os Beatles houve muita gente a não entender o que significava e o que trazia de novo o "grupo dos guedelhudos de Liverpool" como depreciativamente os tratavam.
Hoje, são já considerados como "clássicos". Mas demorou o seu tempo
Há muitos anos, ver-se um casal beijar-se nas ruas de Portugal, era mais ou menos um escândalo. Hoje já é mais do que normal, embora haja ainda quem se incomode em assistir a esse tipo de cenas.
Nos anos sessenta conheci um francês que vestia calças de ganga manchadas e rotas. Era lautamente gozado por todo o lado.
Hoje, esse tipo de calças está na moda. Embora não deixe de haver quem olha essas peças, de soslaio e com olhar trocista.
Não há muito tempo, a abordagem de temas relacionados com a sexualidade e a reprodução humana nas escolas era um tabu gerador de graves tensões. Hoje, a maioria da população já acha bem. Muito embora persistam ideias contrárias.
É costume designarem-se por temas "fracturantes" estas questões que podem implicar a alteração de hábitos, preconceitos, rotinas. Mas, quer queiramos quer não, mais tarde ou mais cedo, há que enfrentar essas questões.
Com honestidade intlectual, com liberdade,com tolerância, em suma, com espírito de abertura.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Faz o que eu digo... que eu não posso...

A internet, é, de facto, um mundo com regras muito próprias.
Nos últimos tempos, entre a classe dos professores, têm circulado inúmeros mails, a propor protestos, reinvindicações, boicotes a diversas das absurdas medidas que o Ministério anda a despejar sobre as escolas e os professores.
No entanto, na quase totalidade dos casos, quem envia ou reenvia essas mensagens, no dia a dia das suas escolas, comporta-se do modo mais ordeiro possível, dizendo "ámen", "não fazendo ondas" porque não quer ficar na "lista negra" e ver a sua carreira prejudicada.
É claro que essa é uma atitude de "legítima defesa" que cada um(a) é livre de poder usar.
Mas, então, por que é que, por "trás da cortina" quer parecer que é uma pessoa muito contestatária e inconformista ?
Quer isto dizer que, no refúgio discreto e virtual da internet, pode-se ser corajoso e audaz.
O pior é ser coerente com esses pregões na chamada "vida real"...

quarta-feira, outubro 22, 2008

La Géode


Esta imagem reproduz o meu bilhete de acesso à mais espectacular sala de cinema onde já estive.
Chama-se "La Géode" e fica na Cidade das Ciências e da Indústria, em La Villette, no norte de Paris.
O seu exterior, com uma gigantesca calote esférica espelhada, reflectindo o céu, as núvens, os edifícios, as pessoas, proporciona visões absolutamente fantásticas.
Na sala propriamente dita,assistir a filmes a 3 dimensões numa tela semiesférica com 1000 metros quadrados e 36 metros de diâmetro, e com um soberbo sistema de som é um acontecimento inesquecível. O espectador vê-se no meio da acção, pois vai olhando em várias direcções, rodeado por todo um ambiente mágicamente vertiginoso. Sente-se pequenino e indefeso. Mas a sensação é inebriante.

terça-feira, outubro 21, 2008

As preocupações de Abramovich


Abramovich, multimilionário russo, conhecido pelas suas extravagâncias luxuosas, como, por exemplo ser possuidor de dois enormes iates a que vai acrescentar um terceiro que será só o mais caro e maior barco de recreio particular de todo o mundo, anda preocupado com a crise.
De tal modo, que adiou a cerimónia do seu casamento com a namorada Dasha, porque "não tem tempo nem disposição para pensar em festas", ocupado que está a fazer as contas às acções e às oscilações das bolsas.
Como estou preocupado com as preocupações do Roman. Se ele quiser uma ajudazita, estou mesmo disposto a contribuir...

segunda-feira, outubro 20, 2008

Mais multas para ajudar ao equlíbrio orçamental.

Segundo as notícias, o Orçamento de Estado para 2009 prevê que o Governo arrecade mais 28,6% em receitas provenientes de taxas e multas, onde se incluem as infracções de trânsito.
Contas feitas, cada português pagará, em média, 75 euros, num total previsto de mais de 780 milhões de euros.
Das duas uma.Ou faz muito jeito ter esta verba prevista para compensar despesas a que o ano eleitoral obriga ou, então o governo está a contar que, para o ano, os portugueses sejam muito mais infractores e, portanto, desrespeitem, com maior frequência e/ ou gravidade, as normas, leis e regulamentos.
E, se for assim, ficamos a pensar numa contradição: passa-se a vida a dizer que é preciso educar a população para ser mais cumpridora e ter mais espírito cívico e, no fundo, deseja-se que o cidadão prevarique, para equilibrar as contas.
Parece, então, que, para sermos bons patriotas, deveremos baldar-nos ao cumprimento dos códigos e normas legais.

sexta-feira, outubro 17, 2008

foto Peciscas


Por estranho que pareça, quando vivi em Timor, durante dois anos, raramente comi peixe.
Isto, apesar de Dili ficar situada à beira-mar, ter um porto, praias.É que a sua indústria de pesca era menos do que artesanal. Pequenos barcos (quase sempre umas canoas rudimentares designadas por "beiros", algumas redes de pequena dimensão e era tudo.
Aliás, quando cheguei ao território e comecei a dar aqueles tradicionais passeios pela marginal que nos ocupavam as noites, via no mar, à distância de uns 100 metros da praia, uma luzitas a tremeluzir. Perguntei aos colegas que me acompanhavasm sobre o significado daqueles clarões.
Foi-me, então, explicado, que eram os pesacadores que usavam os candeeeiros conhecidos por "petromax", para encandearem os peixes, que, assim, vinha até à superfície. Então, o pescador dava-lhes uma paulada e pronto. Ou seja, pescava-se à cacetada.
É claro que havia quem pescasse com rede. Mas era pouco o pescado que se capturava.
Assim o pouco que aparecia era sobretudo encaminhado para os hotéis. Fora deles, era raro haver possibilidades de se comprar um peixito.



A música com que ilustro este post, chama-se Ina Lou (Mãe querida) e foi gravada, nos anos setenta, por um grupo de timorenses residentes em Portugal , os "Loro Sa´e".