sexta-feira, junho 16, 2006

Os fontanários mudam, mas a fita é sempre a mesma...

foto Peciscas
(clicar na imagem para ampliar)
Noutros tempos, inauguravam-se fontanários, urinóis públicos e outras coisas do tipo, com pompa, circunstância, discursos, fitas, placas.
Hoje, como se sabe, já não é assim.
Só porque já não são fontanários ou urinóis.
Porque pompa, circunstância, discursos, fitas e placas, são sempre as mesmas.

terça-feira, junho 13, 2006

Não sei se conhecem esta...


Numa pequena vila, algures, havia um grupo de teatro amador, constituído por esforçados e empenhados actores que, mesmo não tendo um especial talento para a arte de Talma, levavam muito a sério essa actividade.
Certa vez, prepararam a representação de um drama, cujo momento culminante acontecia quando a esposa, ia ler um bilhete do amante, no momento em que se sentia que o marido estava a chegar a casa.
Para impedir que o esposo a surpreendesse na perfídia da traição, a dama teria de queimar a carta, com uma vela que estava acesa na mesa da sala.
Mas, o fero consorte, segundo o texto, já sabia do que se passava e teria de dizer esta tirada:
- Cheira-me aaqui a papel queimado, sinal de traição e de desonra!
Mas, no dia da estreia, houve um lamentável contratempo. Talvez devido ao nervosismo natural da protagonista, no momento em que a adúltera ia queimar o bilhete, a vela apagou.
A actriz, ficou sem saber o que fazer, hesitou, mas, dos bastidores, chegou a solução, vinda do encenador. Se não podia queimar, então, que rasgasse o papel.
A actriz, assim fez.
Só que, ao entrar em cena, o actor que fazia o papel de marido atriçoado, vê a vela apagada e o papel nas mãos da "esposa", pensa, enche o peito de ar e profere, sonoramente:

- Cheira-me aqui a... papel rasgado...!

segunda-feira, junho 12, 2006

Distena

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Nos meus tempos de estudante universitário de geologia, costumava andar "no campo", a recolher exemplares de rochas e de minerais.
Não só na tentativa de contrabalançar o estilo demasiado teórico do ensino que recebia, como também por gosto pessoal e por um certo espírito coleccionista.
Certo vez, eu e um colega, companheiro habitual nestas andanças, descobrimos, na zona da Foz do Sousa, uma grande amostra de um mineral chamado cianite ou distena.
Apresento-vos uma imagem deste mineral, que tem uma bela cor cianosada e acetinada e uma dureza diferenciada, segundo a direcção em que é riscada.
Como a "pedra era demasiado grande e pesada para ser levada no autocarro (nessa altura nenhum de nós tinha automóvel) ali a deixámos ficar.
Mas, no dia seguinte, falámos com o catedrático respectivo, comunicando-lhe o achado.
O homem nem queria acreditar.
-Uma amostra de distena, com mais de vinte quilos? Não pode ser. Na Península Ibérica, nunca se descobriu uma amostra tão grande!
Mas, como insistíssemos, o professor, arregimentou o carro de um dos seus funcionários e lá fomos buscar o "calhau".
E, quando confirmou a magnitude da descoberta, entrou em transe. Bateu palmas e teceu-nos os mais rasgados elogios.
Pediu-nos que a amostra ficasse exposta no Museu Mineralógico e Geológico da Universidade do Porto. Com a solene promessa de que, junto dela, ficaria um cartão mencionando que a mesma tinha sido oferta dos alunos Fulano e Cicrano de Tal.
Uns dias depois, fomos lá ver e, de facto, a bela distena estava exposta em local de relevo, acompanhada do cartão onde figuravam os nossos nomes.
Só que, passado pouco mais de um mês, voltando a visitar o Museu,verifiquei que o mineral ainda lá estava, só que o cartão era outro. Apenas mencionava "Colecção do Museu Mineralógico e Geológico da UP".
Enfim! Aqui fica um exemplo daquilo que pode ser a honestidade intlectual dos nossos "sábios"...