sexta-feira, agosto 29, 2008

Quinta das Freiras, um espaço a preservar

A Quinta das Freiras é uma pequena mas agradável zona verde situada no chamado centro cívico de Rio Tinto.
Confrontava-se como o rio que dá nome à cidade, antes de este ter sido aqui parcialmente entubado.

A designação de Quinta das Freiras é relativamente recente apesar de haver quem afirme que o nome pode derivar do facto de o terreno ter pertencido ao mosteiro que por ali existiu ou de nela passearem as freiras que o habitaram.

Por ali passo regularmente, quando faço a minha marcha diária.
À sombra de frondosas árvores, dá gosto caminhar.
Em pequenas mesas de pedra, pode-se comer um farnel.


Há um pequeno lago

Court de ténis

Recinto para jogar futebol e basquete



Mesa para "ping-pong"


Um pequeno parque infantil


Este recinto está razoavelmente conservado. Quase não se vê lixo pelo chão, sinal de que os utentes compreendem que a preservação deste espaço depende, em grande medida do comportamento de cada um de nós.

No entanto, há sempre manifestações marginais que seriam de todo dispensáveis.
Tais como os poluidores graffitti .



Ainda assim, não seria mau que os serviços respectivos cuidassem de esvaziar as papeleiras com mais assiduidade.



Mas, há gentalha para quem os equipamentos são para destruir e a luz incomoda, Por isso, como os morcegos, preferem viver na escuridão. Na parte mais escondida do recinto, não há um único candeeeiro intacto. Assim, à noite, a Quinta das Freiras torna-se num local a evitar..


Mas, no essencial, estamos perante um equipamento que, depois de anos ao abandono, está a cumprir uma missão de utilidade pública.

Por isso nele se deveria investir, no sentido de o melhorar e o tornar ainda mais aprazível.

Entretanto, alguns receios têm surgido, perante os planos de intervenção na zona, que poderão passar pela amputação maior ou menor deste espaço, designadamente para o alargamento da via férrea que passa ao lado.

Espero vivamente que não se caia nesse erro.

Quando tanto se fala na necessidade de se preservar o ambiente e de criar hábitos de vida saudáveis nas populações, não se pode pensar em destruir o pouco que há e que pode contribuir para a consecussão desses objectivos.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Uma instalação artística?

Foto Peciscas



Andando por aí, sempre com a máquina fotográfica por perto, deparei-me com algo que registei para vos mostrar.

Algo que bem poderia figurar numa galeria, pois se assemelha a uma criação na esteira da corrente das instalações artísticas com que por vezes nos deparamos em exposições.

E asseguro-vos que já vi algumas dessas "instalações" bem menos interessantes do que aquela que, provavelmente de modo inconsciente, este concidadão nos mostra, no quintal da sua casa.
ÚLTIMA HORA
O Miguel acaba de me atribuir a distinção que aqui afixo.
Agradeço a amizade deste companheiro do Algarve, com um caloroso abraço nortenho.
Seria suposto agora nomear treze blogs para continuar a corrente.
No entanto, como é meu hábito, prefiro deixar o galardão para quem o quiser levar, pois todos e todas os que por aqui passam são merecedores do prémio.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Cada época tem as suas grandes realizações humanas

foto Peciscas
foto Peciscas foto Peciscas Diariamente somos confrontados com cada vez mais incríveis realizações humanas.
A ciência, a tecnologia, o conhecimento, parecem fontes de inesgotáveis surpresas.
No entanto, todas as coisas, por mais espantosas que sejam, terão sempre de ser relativizadas e contextualizadas.
Reparem, por exemplo, nas imagens que vos apresento e que recolhi numa necrópole pré-histórica, perto de Celorico da Beira.
Num olhar mais apressado, nada se notará de invulgar nestas pedras.
Mas se pensarmos que não foi a natureza que as colocou nas posições em que agora se encontram, já ficaremos mais predispostos a considerar que estamos perante uma genial realização humana.
Com efeito, foi preciso desbastar uma das pedras, retirando-lhes pedaços mais ou menos grandes, conservando, no entanto, a forma que iria permitir equilibrá-la sobre outra.
E depois, como foi possível que aquele enorme bloco granítico fosse colocado sobre o outro?
Repare-se que esses nossos antepassados pouco mais tinham do que instrumentos rudimentares.
Nem gruas, nem guindastes, nem alavancas.
No entanto, foram capazes de criar uma obra que atravessou os milénios e chegou até nós.
É por estas e por outras que deveríamos ter algum cuidado quando desdenhamos de obras que julgamos inferiores, só porque as medimos por padrões desajustados e, em última análise, incultos.

segunda-feira, agosto 25, 2008

O direito à ilusão

Entre os anos cinquenta e oitenta, circulou , em Portugal, uma revista de "artes e espectáculos" (assim se auto-designava) que teve, a dada altura, bastante circulação.
Entre as várias iniciativas que promovia, contam-se as famosas eleições do "Rei" e da "Rainha" da Rádio, através da votação dos leitores.
Pois, a dada altura, a "Plateia" decidiu criar uma espécie de"ficheiro de artistas" (salvo erro denominado mesmo "Ficheiro Artístico Nacional") em que, semanalmente, publicava algumas páginas com os nomes, fotografias( grande parte delas tipo "passe", por vezes obtidas nas máquinas automáticas"), endereços e descrição das supostas capacidades de candidatos a uma carreira artística, nas mais diversas mosalidades. Do teatro ao cinema, da música à dança.
É claro que a publicação de cada ficha era paga pelo leitor.
Foram centenas, milhares, as fichas publicadas. De todo esse número arrisco-me a dizer que, na melhor das hipóteses, um ou dois participantes lograram "fazer carreira". E, mesmo neste caso, duvido que a publicação tivesse qualquer influência no facto.
A maior parte das descrições e fotografias apontavam para pessoas que dificilmente poderiam aspirar a singrar no mundo dos espectáculos.
Aquele "ficheiro artístico" alimentou, seguramente, muitas ilusões, sonhos e esperanças.
Mas, como costumo dizer, nesta sociedade, tudo se compra, tudo se vende.
Até o direito à ilusão, ao sonho, à esperança.