sexta-feira, abril 10, 2009

Um pinheiro agnóstico?

No princípio, era um pinheiro como todos os outros...
Erguendo o tronco, altaneiro, como os seus irmãos, em direcção ao céu.
Mas um dia, sabe-se lá porquê, terá passado por uma crise de fé, e abandonou o trajecto desses irmãos, para regressar a sua mísera e mortal condição terrena.
Invertou o caminho que o conduzia para o céu.
Poderemos chmar-lhe "pinheiro agnóstico" ?

foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas

quinta-feira, abril 09, 2009

Os sindicatos serão dispensáveis?

Muitas vezes se ouve por aí dizer mal dos sindicatos, designadamente a nível de governantes.
É claro que, os sindicalistas não estão a salvo de quaisquer críticas, que muitos deles evidentemente merecem.
No entanto, dizer, por exemplo "que os sindicatos não servem para nada" pode ser uma afirmação instintiva ou emocional, mas que tem subjacente uma perspectiva algo perigosa..
Creio que um dos pilares da democracia é mesmo o sindicalismo, responsável e construtivo. Mas não encarado apenas como uma retórica figura social.
Reparemos numa coisa: se, por acaso, um destes dias acabassem todos os sindicatos, quem corporizaria os descontentamentos que hão-de permanecer nas sociedades?
Se eles não existissem, deixariam todo o campo livre à ocorrência de manifestações mais ou menos expontâneas, mais ou menos selvagens, que desencadeariam episódios de extrema violência. Seriam, afinal, hordas desenquadradas e à margem de qualquer lei, que tomariam conta das ruas.
Aliás, na presente crise que assola o mundo, o risco dese tipo de manifestações, já começa a ser bastante real. Aqui e ali, vão-se acendendo pequenos (por agora) rastilhos.
Há vozes, até oriundas de insuspeitas personalidades, que têm uma longa experiência de navegação nas águas políticas, que vão alertando para esse problema.
E essas mesmas vozes avisam que, enfraquecer a imagem dos sindicatos, pode trazer alguns dividendos a curto prazo, mas pode, a breve trecho, acarretar consequências que todos depois lamentariam.
Os sindicatos, continuam, pois, a ser necessários, para poderem corporizar frustrações, queixas, desencantos, mas de uma forma institucional, organizada e, sobretudo, legal.
Não deixemos de reflectir em tudo isto quando, em determinados momentos, ouvimos "deitar abaixo" do sindicalismo.

quarta-feira, abril 08, 2009

Lá como cá...

Sou geólogo de formação, embora nunca o tenha sido de profissão, já que enveredei pela carreira docente.
Mas sei como a geologia tem sido considerada como uma ciência de segunda, muitas vezes apenas dirigida à prospecção e exploração de riquezas minerais.
A intervenção prévia deste tipo de técnicos, por exemplo no estudo dos terrenos onde vão assentar construções, evitaria muitos desperdícios financeiros ou até preveniria a ocorrência de acidentes lamentáveis. Há muitos exemplos destes factos.

Na recente tragédia acontecida com o sismo em Aquila, mais uma vez, foi ignorado um aviso de um geólogo, que previu, semanas antes, "um grande terramoto " naquela região.
De seu nome Giampaolo Giuliani, investigador do Laboratório Nacional de Física de Gran Sasso, chegou mesmo a mandar carrinhas com altifalantes para a cidade que viria a ser atingida, pedindo à população que se retirasse dali.
O autarca local, bem como os responsáveis da Protecção Civil ficaram irados e apelidaram o cientista de "idiota", acusando-o de estar a provocar o pânico. Denunciaram-no, mesmo, à polícia, como sendo um "alarmista".
Lá como cá, há autarcas e outros responsáveis pela nossa segurança, que, do alto da sua boçal ignorancia, cometem actos verdadeiramente irresponsáveis, para não dizer criminosos.
E ainda têm a "lata" de aplicarem rótulos que a eles próprios servem como a ninguém.
Sim, porque, afinal, os idiotas são mesmo eles.

terça-feira, abril 07, 2009

Ciências ocultas?

A secção "Ciências Ocultas" do JN é um manancial de pantomineirices armadas aos mais incautos, por oportunistas que, apesar de tudo ainda vão conseguindo clientela. E, a avaliar pela presença constante dos anúncios que fazem publicar (não serão nada baratos), até auferem dividendos consideráveis dessas atividades.
Vejam mais um exemplo.

Esta senhora, conseguiu aqui inventar algumas variantes para o negócio.
Em primeiro lugar, o cliente não paga "os problemas" (até porque, como é evidente, é ele quem os fornece...); só paga ... a consulta.
E, para além disso, a "vidente" informa que é "obrigada a fazer estes trabalhos".
Só não esclarece quem a obriga.
Será um marido que exerce sobre ela violência doméstica?
Serão os seus dotes sobrenaturais?
Ou será, apenas...a crise?

Mas , já agora, digam-me lá se souberem: qual será a diferença estes videntes e curandeiros e essas mediáticas figuras que nos aparecem nas televisões e revistas a adivinharem o nosso futuro e a procurarem soluções para os nossos males?

segunda-feira, abril 06, 2009

Um insulto!

Um jovem, recém-licenciado, vai a uma entrevista para um eventual emprego numa conhecida firma de comercialização de automóveis.
As funções tinham a ver como o apoio à direcção. Ou seja, o jovem teria de ser uma espécie de "moço de recados" para andar, de um lado para o outro, a levar a cabo aquelas tarefas pouco aliciantes de que os grandes executivos não gostam, mas que são essenciais ao progresso das firmas.
Mas, na altura de saber o que a empresa tinha para lhe oferecer como retribuição do trabalho, o jovem abriu a boca de espanto.
- O seu salário vai ser de 6 euros por dia.
Não é gralha mesmo. SEIS EUROS POR DIA!
Uma empregada de limpezas domésticas ganha, no mínimo, essa importância numa hora...
Enfim! Crise é crise, mas há quem se esteja a aproveitar dela para insultar quem necessita de ganhar a vida.