quinta-feira, junho 21, 2007

Post sonoro 7

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quarta-feira, junho 20, 2007

O que é isto?

foto Peciscas Se calhar, para a maioria dos meus leitores, sobretudo os mais jovens, a imagem que acima vos apresento, fotografia de uma pequena escultura em marfinite que anda cá por casa, pouco ou nada diz.
No entanto, ela está ligada a um passado não muito distante, em que as tecnologias disponíveis para a comunicação, não eram nada em comparação com as actuais.
O que este casal está a fazer é, muito simplesmente, a ouvir rádio.

Para tal, dispõe de um utensílio rudimentar, cuja base é um mineral, chamado galenite ou, galena.
Este mineral tem a capacidade de captar ondas electromagnéticas.

Assim, na época em que a televisão ainda não existia e os receptores de rádio, mesmo os mais antigos (hoje peças de museu e de que também vos mostro uma imagem) eram raros, esse recurso natural permitia, a muita gente, escutar, sons vindos de longe, em momentos de magia que hoje nos parecerão algo de ingenuamente surrealista. No entanto, durante bastante tempo, mesmo quando os tais receptores de telefonia já estavam mais difundidos, era vulgar as famílias reunirem-se para "ouvir rádio".

Ao preparar este texto, descobri mesmo algures, um conjunto de instruções que indicam como construir um destes receptores artesanais.
Como os tempos mudam...

terça-feira, junho 19, 2007

1984 já não é ficção!


Um dos livros que marcou a minha juventude foi, sem dúvida o "1984" de Georges Orwell.
Todo aquele ambiente em que os cidadãos eram espiados, em nome do "Grande Irmão" (Big Brother"), ao mínimo pormenor, era assustador.
Então, dei comigo a pensar como seria terrível viver numa sociedade daquele tipo.
Li esse livro nos anos sessenta.
Entretanto, o mítico ano em que se situava a acção do romance foi largamente ultrapassado, e aquilo que era uma ficção, terrível, mas irreal, está, afinal, cada vez mais perto.
A recente disponibilização, pela Google (para já. ainda para algumas cidades dos Estados Unidos), do Street View, vem trazer mais uma prova de tal conclusão.
Um destes dias, experimentando este novo utensílio, obtive a imagem que vos mostro.
Pacatos cidadãos, a atravessarem uma avenida, sem saberem que, a muitos milhares de quilómetros, um qualquer portuga, os estava a visualizar.
Onde é que tudo isto irá parar?

segunda-feira, junho 18, 2007

Novos médicos da UBI



Estão agora a terminar o curso, os primeiros licenciados em Medicina pela Universidade da Beira Interior.

Este facto é assinalável, não só pelo simbolismo que encerra, mas, pelo facto de, nesta Universidade, se seguirem métodos de ensino que a tornam diferente.
Com efeito, neste curso, os alunos, desde o início, são conduzidos para a investigação, para a participação em trabalhos de equipa, para o raciocínio crítico.
Como ainda hoje se ouvia numa reportagem passada na Antena 1, ali não há "calhamaços" para empinar, nem professores a debitarem matéria para consumo passivo dos ouvintes. Ali, nem sequer há professores no sentido habitual do termo, mas "tutores" que encaminham os jovens para a descoberta dos caminhos da sua própria formação.
Mas não se pense que ali se está no reino do facilitismo. A avaliação é contínua, realizando-se todas as quinzenas.
Por outro lado, logo a partir do primeiro ano,os estudantes são inseridos no ambiente hospitalar, no contacto permanente com os profissionais da Saúde e com os doentes ,num percurso ascencional, que os leva a contactar com a realidade dos estabelecimentos de saúde da região. Assim, quando chegam ao último ano, o estágio surge de um modo natural, porque se insere numa prática de longa data.
Tenho conhecimento directo deste tipo de metodologias, pois sei, pelo menos, de dois casos de alunos que frequentam esta universidade, e que são filhos de colegas.
Um deles, neste momento no 1º ano na UBI, tem mesmo um irmão, também a cursar Medicina, na Faculdade do Porto e já no 4º ano. Pois os dois irmãos, ao trocarem opiniões sobre as suas experiências, dão-se conta de que, logo no dealbar do curso na Covilhã, as vivências dos alunos já têm uma maturidade semelhante àquela de que se dispõe muito mais tarde nas outras escolas. Ou seja, o mais velho surpreende-se com o facto de o mais novo já falar de questões a que ele só neste momento está a ter acesso.
A outra jovem que conheço, é uma das finalistas e, após ter entrado na UBI, até teve oportunidade para se mudar para o Porto, onde a família reside desde sempre.
Mas recusou imediatamente a ideia, depois de ter contactado com a forma de aprender de que dispunha e de a comparar com a das outras escolas. E, agora, que vai terminar o curso, não idealiza deixar a Beira Interior, o que aliás foi também referido na já citada reportagem radiofónica para a maioria dos alunos .
Com tudo isto, fica a lucrar o País, que passa a dispor de profissionais qualificados e que entram na carreira já com um apreciável manancial de experiência, e lucra a região, que vai passar a dispor de pessoal médico para guarnecer as tão debilitadas unidades de saúde do interior.
E toda esta forma de encarar o ensino vem, afinal, contradizer alguns críticos da moda, que actualmente vão aparecendo um pouco por todo o lado, a dizerem que o mal do ensino reside naquilo que eles designam por "eduquês" ou "pedagogias românticas" e de que é expoente mais mediático o Professor Nuno Crato ( personagem sobre a qual ainda hei-de gastar aqui mais algumas palavras). Segundo estes arautos, isto de procurar que os alunos aprendam "fazendo", descobrindo, participando na sua própria aprendizagem, isoladamente ou em equipa, é uma mal terrível, pois só conduz à ignorância e ao facilitismo.Por outro lado, afirmam, com convicção, que é altamente perniciosa a ideia de que os jovens devem sentir prazer em aprender.
Os alunos de Medicina da UBI (que referem, aliás, ser o curso muito trabalhoso e exigente) vêm abalar as certezas desses "opinion makers" que pouco dizem sobre aquilo que pretendem para a Educação em Portugal, limitando-se a referir, normalmente, apenas aquilo que não querem. E, quase sempre, numa visão, ela sim "romãntica", da realidade educativa, que regra geral desconhecem, pois se limitam a pegar nos problemas pela rama, muitas vezes quedando-se apenas pelos textos dos currículos e programas oficiais.
Aos quase médicos da Universidade da Beira Interior, aqui deixo os meus sinceros votos de sucesso profissional.
Bem precisamos, todos, dele!