sexta-feira, março 21, 2008

Post sonoro 20


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quinta-feira, março 20, 2008

É conveniente relembrar...

... sobretudo aos que, por ignorância, ou deformação, ainda clamam que no "tempo do Salazar" é que era bom e que havia respeito, que o ditador criou leis como estas:

" O casamento das professoras não poderá realizar-se sem autorização do ministro da Educação, que só deverá concedê-la nos termos seguintes: 1. Ter o pretendente bom comportamento moral e cívico. 2. Ter o pretendente vencimentos ou rendimentos documentalmente comprovados, em harmonia com os da professora".
(Decreto-lei de 24 de Novembro de 1936, artigo 9º)
"Os oficiais do Exército que requeiram licença para casar deverão provar que a futura consorte é portuguesa originária, sem nunca ter perdido essa nacionalidade, não divorciada e que ambos possuem meios suficientes em relação ao grau que o nubente ocupar na hierarquia militar.
(Decreto-lei de 11 de Junho de 1952)
"Continuam a reconhecer-se as vantagens de, sempre que possível,contribuir, através de medidas legislativas, para afastar a mulher casada de preocupações e ambientes estranhos ao seu lar, onde lhe está reservada a mais nobre missão".
(Decreto lei de 18 de Março de 1963.
Nota - cartoon de João Abel Manta

terça-feira, março 18, 2008

A minha noção de cultura

Ouve-se, muitas vezes dizer, a propósito de determinadas pessoas.
-Este homem tem uma grande "cultura geral".
Que significará esta designação.
Para muitos, isto quer dizer que a personagem sabe muitas coisas. Por exemplo, não hesita quando lhe perguntam quem foi George Whashington ou qual é a capital do Peru. Ou sabe muito sobre assuntos específicos tais como pintura ou música clássica.
No entanto, tenho para mim que não é verdadeiramente culto, quem só acumula conhecimentos, mais ou menos enciclopédicos, que podem esmagar e impressionar os semelhantes, mas que, pouca influência têm no modo de ser e de estar dessa pessoa.
Nesse sentido existe até a expressão "cultura de Selecções" inspirada na velha revista Selecções do Reader’s Digest, a qual fala sobre isto, aquilo e aqueloutro, com um tom mais ou menos (quase sempre menos) sério e científico.
Pois acho que só é culto quem é capaz de compreender o mundo que o rodeia, situar-se perante a vida e os outros, de modo a assumir , atitudes e comportamentos racionais, lúcidos, construtivos e solidários.
Assim, por exemplo, será culto, aquele que compreende por que é necessário reciclar os resíduos domésticos. Será culto aquele que, perante calamidades naturais, em vez de responsabilizar "o destino" pelas ocorrências, procura inteirar-se das suas razões, para conhecer eventuais soluções e exigi-las. Será culto aquele que, observando comportamentos sociais imprevistos, inteira-se das suas razões, para melhor poder lidar com eles.
No fundo porque, para mim, a cultura deve ser um instrumento para nos adaptar ao mundo e não uma mera decoração que gostamos de exibir.

segunda-feira, março 17, 2008

Uma falhazita irritante...

Cada vez mais a política e, consequentemente a nossa vida , se desenrola em torno de gabinetes de imagem.
Assim, e porque os assessores especialistas dessas áreas verificaram que era preciso "fazer qualquer coisa", porque os estudos de mercado terão revelado quebras de popularidade, na semana passada, a SIC apresentou duas reportagens sobra a vida "intíma" de Sócrates e de Menezes. Aliás, esta estação, parece apostada em fazer consolidar a bipolarização política. Por isso, foram estes os lideres escolhidos e mais nenhum.
No entanto, estas operações de cosmética, por muito bem planeadas que sejam, têm sempre algumas falhas.
Veja-se o que aconteceu com o PM.
A jornalista, chega, bate à porta, cumprimenta, e é filmada pelo câmara que já lá estava dentro.
Depois, sai, com Sócrates, muito contraído, a medir todas as palavras, e vão até à confeitaria da esquina, tomar o que nos é dado entender ser o primeiro café da manhã.
Mas aqui é que a imprevisto acontece: na parede do estabelecimento, a câmara apanha, sem ninguém dar conta, um relógio. Marca 11 horas menos poucos minutos.
Ora bolas! Caldo entornado.
Porque, das duas uma: ou a reportagem queria dar nota de um dia normal da vida do Chefe do Governo e, então, a gente fica a pensar que, quando tanto se apregoa esforço, empenhamento, sacrifício, o PM começa a trabalhar por volta das onze horas. Ou, então, tudo aquilo não passou de uma encenação, se calhar repetida mais de uma vez, e , por isso, tudo seria ficção da pior qualidade. Ou publicidade enganosa.
Conclusão: nem os melhores especialistas de imagem estão atentos a todos os pormenores.
Bom! Ninguém é perfeito!