
Um destes dias, ouvi, no programa do provedor do Ouvinte (Antena 1) alguém que criticava o facto de os locutores, ao darem a previsão do tempo, falarem, frequentemente, em "
bom tempo" ou "
mau tempo", sem se aperceberem de como esses conceitos são relativos.
E dava um exemplo: para um agricultor ou um criador de gado, que vê as suas culturas estiolarem com falta de água, ou o seu gado morrer à fome por falta de pastagens, sol a brilhar é sinónimo de angústia. É mau tempo.
É claro que, que para vendedores de gelados, calor e sol, querem dizer bons negócios. È bom tempo.
Aliás, os próprios meteorologistas, acabam, com frequência, por embarcar nessa onda e falar em melhoria do estado do tempo, quando deixa de chover.
Estes dias que estão a passar, com temperaturas amenas, pouca chuva, céu azul, não são vulgares.
Podem ser agradáveis para nós, citadinos, mas não são desejáveis para muita gente, que depende da regularidade da Natureza.
Essa regularidade, está cada vez está mais alterada. As estações do ano, como bem sentimos, nós os mais velhos, já não são o que eram dantes.
E tudo isto tem a ver com o facto de, alegremente, estarmos a degradar, cada vez mais , a saúde do planeta.
E que vai pagar tudo isto, serão, sobretudo, as gerações mais novas.
Que terão, se as coisas não mudarem, um muito mau tempo.