sexta-feira, outubro 17, 2008

foto Peciscas


Por estranho que pareça, quando vivi em Timor, durante dois anos, raramente comi peixe.
Isto, apesar de Dili ficar situada à beira-mar, ter um porto, praias.É que a sua indústria de pesca era menos do que artesanal. Pequenos barcos (quase sempre umas canoas rudimentares designadas por "beiros", algumas redes de pequena dimensão e era tudo.
Aliás, quando cheguei ao território e comecei a dar aqueles tradicionais passeios pela marginal que nos ocupavam as noites, via no mar, à distância de uns 100 metros da praia, uma luzitas a tremeluzir. Perguntei aos colegas que me acompanhavasm sobre o significado daqueles clarões.
Foi-me, então, explicado, que eram os pesacadores que usavam os candeeeiros conhecidos por "petromax", para encandearem os peixes, que, assim, vinha até à superfície. Então, o pescador dava-lhes uma paulada e pronto. Ou seja, pescava-se à cacetada.
É claro que havia quem pescasse com rede. Mas era pouco o pescado que se capturava.
Assim o pouco que aparecia era sobretudo encaminhado para os hotéis. Fora deles, era raro haver possibilidades de se comprar um peixito.



A música com que ilustro este post, chama-se Ina Lou (Mãe querida) e foi gravada, nos anos setenta, por um grupo de timorenses residentes em Portugal , os "Loro Sa´e".



quinta-feira, outubro 16, 2008

Uma OPA sobre um automóvel

foto Peciscas
foto Peciscas

foto Peciscas
Já é um facto bem vulgar verem-se, estacionados ou a circularem por aí, automóveis com letreiros a anunciar a venda.
Mais insólita é a situação que as minhas imagens documentam. Um carro,a avaliar pelas ervas e lixo visíveis por baixo do chassis, está ali estacionado há uns tempos.
Pois alguém, ao passar, resolveu deixar colado um papelucho, no para-brisas dianteiro e traseiro, a propor, pura e simplesmente a sua compra.
Ou seja, as Ofertas Públicas de Aquisção, as célebres OPA de que por vezes ouvimos falar, já não se restringem a bancos ou grandes empresas. Também podem ser lançadas sobre um pacífico carrito.

terça-feira, outubro 14, 2008

Há que prevenir o futuro

foto Peciscas Todos os anos, quando Agosto está no auge, lá vem o senhor Ferreira, com a sua velha, "chiante" e desconjuntada camioneta, descarregar a tonelada de lenha que lhe compro, pontualmente, há anos.
O Senhor Ferreira, com uma técnica perfeita, em dois tempos, encastela as achas, de tal modo, que nem uma cai.
Nessa altura, a madeira está seca e cheirosa. É a altura mais propícia à aquisição. Muito embora, em Agosto, a gente até esteja a transpirar e de mangas curtas.
Mas há que prevenir o futuro.
Depois, quando os dias e noites frias do Outono e Inverno chegam, sabe bem ficar em frente da lareira, a olhar o bailado colorido das labaredas e a sentir o calor agradável que nos envolve e nos conforta.

segunda-feira, outubro 13, 2008

O Monte Castro

foto Peciscas
foto Peciscas
O Monte Castro situado muito perto do centro cívico de Gondomar, é uma curiosa elevação que, destacando-se num cenário predominantemente urbano, domina a paisagem por aquelas bandas. Avista-se, inclusivamente, de diversas partes mais altas da cidade do Porto. Há quem designe estes relevos por "monte-ilha".
Na minha juventude, ia, com alguma frequência, passear por ali. Pequenas ruas, árvores, flores, bancos, casais de namorados, uma capela, um pequeno e modesto café, tornavam aquele local bem aprazível.
Agora, é raro passar por lá. Mas pelo que vi e ao que sei, aquela zona já não será tão recomendável como era dantes, também porque já não será tão bem frequentada como outrora. Mas ainda lá está e estará. Porque é difícil arrasar o Monte Castro para se plantarem, em substituição, mamarrachos de betão.
Por que, senão...
Não se esqueçam que, ali, é Gondomar...