quinta-feira, maio 29, 2008

Onde iremos chegar?

Segundo dados da União Europeia, Portugal é campeão da disparidade de distribuição de rendimentos.
O Governo viria a dizer que tais dados se refeririam a 2004.
No entanto, parece que, a situação terá melhorado... de um último lugar para um penúltimo.
Quer isto dizer que há ricos muito ricos (poucos) e pobres muito pobres (muitos).
E, no interior disto tudo, uma classe média que, cada vez mais se vê resvalar por um preocupante declive descendente.
Com a crise dos combustíveis, com a consequente crise alimentar, com a subida das taxas de juro da habitação, onde iremos chegar?
A voz insuspeita de Mário Soares, até já lançou alguns avisos públicos ao Governo, reafirmando a ideia de que esta situação tem de ser combatida, o que causou alguns embaraços no partido maioritário.
Mas, para além desses embaraços, haverá outras consequências?

quarta-feira, maio 28, 2008

Isto dá para pensar...

Ali para os lados da terra onde nasci, um destes dias, uma jovem queria sair de casa, nas vésperas de um teste escolar.
A mãe não deixou, e a filha discutiu a decisão.
No decorrer da altercação, a mãe retirou o telemóvel à fillha.
Esta, então, foi refugiar-se no quarto e disparou contra si uma pistola que pertencia ao pai.
O pai estava ausente de casa, pois encontrava-se a participar na peregrinação do 13 de Maio a Fátima.
Isto dá para pensar.
Por exemplo:
1- Como se processam as relações familiares em muitos agregados, com a autoridade parental a ter muitas dificuldades em se impor.
2-O valor simbólico que um telemóvel assume para a maioria dos nossos jovens, a ponto de ficarem desesperados quando o objecto lhes foge do alcance. De relembrar os repetidos casos de indisciplina, em torno do uso destes aparelhos nas escolas.
3- A facilidade com que as armas andam por aí à solta.
4-E a contradição: um homem vai numa peregrinação religiosa, supostamente porque cultiva valores de paz, solidariedade, tolerância. Mas tem uma arma em casa...

terça-feira, maio 27, 2008

Eu apoio!

Cá por mim, o boicote já começou há muito .

Há largos meses que não meto uma gota de combustível na Galp.

Mesmo que tenha de esperar algum tempo numa fila mais ou menos longa.

segunda-feira, maio 26, 2008

Provas de aferição?

Há dias realizaram-se provas de aferição para os alunos dos 4º e 6º anos de escolaridade.
Quero, antes de mais dizer que tenho uma opinião muito crítica sobre os exames, como modo de avaliação quer dos alunos. quer do sistema educativo.
Não quero com isto dizer que eles devam pura e simplesmente ser banidos, mas apenas que estes instrumentos não devem ser sacralizados, a tal ponto que se faça depender deles (como alguns defendem) a credibilidade e a qualidade do Ensino.Há muitas mais formas de avaliar, mais rigorosas e mais fiáveis.
Entretanto, os exames, por estranho que pareça, podem até ser uma arma política.
Estou a ser exagerado?
Então vejamos.
Como ex-professor de Matemática, tive a curiosidade de dar uma vista de olhos à prova de aferição desta disciplina, para o 6º ano.
Fiquei surpreendido pela extrema facilidade do teste. Tirando uma ou outra pergunta a exigir um pouco mais de reflexão, as questões colocadas eram tão elementares que, qualquer aluno, mesmo dqueles que, normalmente não são lá muito bem sucedidos em matemática, alcançaria um resultado positivo.
E porquê esta facilidade?
Como se sabe, no ano passado, os resultados obtidos neste tipo de prova, apontaram para um elevado grau de insucesso, designadamente, ao nível dos 2º e 3º ciclos.
Isto, apesar de estar em marcha um Plano Nacional de Matemática.
Então, há que, este ano, mostrar que houve melhoria e que as coisas estão a funcionar.
Com um teste deste grau de dificuldade, não será arriscado prever que, lá mais para diante, se vão apregoar loas à acção do ministério.
Estão agora a entender como um mero exame até pode ter significado político?