sexta-feira, março 16, 2007

Canções da minha vida 5

A escolha com que encerro esta série de canções que marcaram a minha vida, (e que poderia incluir muitas outras) assume para mim um valor sentimental e emotivo bastante particular.


Nos anos sessenta, a juventude do meu tempo, onde me incluía, começou a ter que despertar para a crua realidade da guerra.
Qualquer um de nós estava sempre na iminência de ter que ir, algures, pegar numa arma e matar ou morrer. Por razões que não eram as nossas.
Por isso, este Le Déserteur do Serge Reggiani sobre um poema de Boris Vian (e que aqui surge numa versão ilustrada por obras de Gauguin) , para muitos de nós, era, essencialmente, uma forma de contestação à guerra em geral (e à colonial, em particular). Era escutada e entoada em grupo, sempre de modo clandestino, pois era obviamente incómoda para o regime e, por isso, censurada,No texto, da canção, fala-se no contrasenso que consiste em um qualquer político decidir sobre a vida e o futuro de jovens a quem impõe o sacrifício decisivo das suas próprias vidas.

quinta-feira, março 15, 2007

Canções da minha vida 4

As razões da inclusão desta canção na minha selecção, poderá, de certo modo ligar-se às que determinaram a opção pelo "Imagine" do J. Lennon.


Com efeito, "What A Wonderful World" transmite-nos uma ideia de optimismo e de que, afinal, há muitas coisas que justificam que queiramos viver neste planeta, que vale a pena preservar e defender.
Por outro lado, a voz, estranha mas única do Louis "Satchmo" Armstrong, ficará na história da música, marcada de modo indelével.

quarta-feira, março 14, 2007

Canções da minha vida 3

Na selecção que tenho vindo a apresentar esta semana, incluo mais uma das minhas escolhas, muito discutíveis e pessoais.


Franck Sinatra era, no mínimo, uma personalidade muito controversa.
Sobre ele pesaram sempre suspeitas de ligações não muito claras a determinados submundos da sociedade americana.
Mas se não aprecio o Sinatra "pessoa", não posso deixar de considerar o Sinatra "artista", um predestinado. Ele conseguia pegar numa canção e "interpretá-la" com toda a densidade que pode ter este termo.
Por exemplo, este My Way que aqui vos trago, na sua VOZ, transformou-se num ícone da música ligeira de todos os tempos.
Tendo nascido pela mão do compositor e cantor francês Claude François, foi transformada por Paul Anka, mas seria o Sinatra que lhe transmitiu a projecção de quase "hino nacional" como, em certos espectáculos, o próprio cantor a designava.

terça-feira, março 13, 2007

Canções da minha vida 2

Continuo a apresentar, nesta semana, as 5 canções estrangeiras que coloco no topo das minhas preferências.



Este Imagine do John Lennon ( para mim o mais talentoso dos Beatles) está muito associado à minha visão do mundo e da vida.
Podem chamar-lhe utopia, idealismo, romantismo ou sei lá o quê, mas é bom acreditar que as coisas podem ser melhores e que, pouco a pouco, podemos engrossar a corrente daqueles que caminham no sentido de um mundo mais justo, mais saudável, mais fraterno e mais pacífico.
No mínimo, vale a pena imaginar...

segunda-feira, março 12, 2007

Canções da minha vida 1

Há tempos, através da série "Variações sobre o mesmo tema", aqui vos falei sobre o meu gosto pelo fado.
Agora, durante esta semana,irei dar-vos conta das canções que, de algum modo me marcaram e que elejo como "canções da minha vida" . É claro que, como sempre, os gostos são relativos e discutíveis.Estas são, apenas, "as minhas escolhas".
Serão, por motivos operacionais, apenas 5 as que, por agora selecciono.
E deixo de lado as que são oriundas de artistas portugueses. Mais tarde, irei pegar nessa área.

No topo , coloco aquele que, para mim, foi o maior de sempre: Jacques Brel.
Nascido na Bélgica, nunca o seu país o amou como ele merecia. Foi, afinal, a França que o acolheu e que projectou, no mundo, a enorme dimensão do seu génio único.
Brel, tinha, na música, diversas facetas, onde se destacam, por um lado, a intensidade dramática e poética das suas canções de amor e por outro, a crítica social, mordaz, satírica e certeira.
Não cultivou, em vida, o vedetismo gratuito, que esconde, tantas vezes, a falta de um real talento. Quando soube que a morte se aproximava, retirou-se discretamente, e soube acabar os seus dias com uma enorme dignidade.
Para representar a sua obra inesquecível, aqui vos deixo aquela que considero a mais bela canção de amor jamais escrita.
Ne me quitte pas
Escolhi esta versão em clip de video, por me parecer que, jogando sempre com o grande plano, o realizador expressa aqui bem toda a carga dramática que o grande Brel, transmitia, quando, em palco, soltava toda a sua alma!