quinta-feira, novembro 30, 2006

Truculências ou má-criações?

Há por aí umas figuras públicas a quem parece ser tudo permitido.
Quando arreiam umas bojardas plenas de má-criação, lá vem a benevolente comunicação social, dizer "no estilo truculento que o caracteriza, F. afirmou..."
Têm tal estatuto, entre outros, Alberto Jardim e Valentim Loureiro.
Este último, quando confrontado com os privilégios monetários de que beneficiam os administradores do Metro do Porto, empresa com elevado défice, saiu-se com esta, que todos terão ouvido:
-Estamos num país de pedintes, pé-descalços e invejosos...
E lá seguiu, de papo empoado, impune e altivo.
Mas eu até acho que ele foi muito meigo, pois poderia, ainda, ter usado mais um termo:
-parolos
que é o que somos todos os que permitimos, por acção ou omissão, que seja possível a existência desta gente que faz gala dos seus proventos e insulta os seus concidadãos.
Para que imperem estes tiranetes "bem sucedidos na vida" é preciso que haja centenas de milhar de pedintes, pé-descalços e, também,... de parolos.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Cuidado!

Se tens um carro um pouco mais idoso do que a maioria, prepara-te para a eventualidade de, um destes dias, teres afixado no para-brisas, um recado de um solícito industrial, que quer, como é óbvio, prestar-te uma inestimável ajuda.


foto Peciscas
foto peciscas

terça-feira, novembro 28, 2006

TLBX?

Conforme já tenho dito, anda o pessoal que ensina Português à rasca com a TLEBS , quando seria muito mais aconselhável que estudasse a TLBX que é a linguagem que os putos usam entre si.
Eis um belo exemplo (real), transcrito (sic) de um bilhetinho que uma aluna passou a outra, no decorrer de uma aula:
"ontem de madrugada dixx.m td u k axa xobr mim foi rialment mt xinxeru ! ele e d+ adurei xt fim.d.xmana ontem d manhã fui s durmir km a kabexa deitada n kolu dl :):):):):) nóx tamux mlhor k nunca, tou a fikar mal abituada lol"

Bom, ká por mim k até xou netu de galego, axo mt bem ext tipo de linguax.
Xó k n era prexixo gaxtar tempu a extudar exa komplicaxão dos nomx não komtavs maxivus e n maxivus, animadus e n animadus e exas koxas todax da TLBX...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Cultura de badanas

foto Peciscas
Entre as diversas coisas que fiz na vida, trabalhei numa livraria.
Porque havia clientes que gostavam que se adiantassem umas peciscas sobre as novidades livreiras que iam aparecendo, procurava estar minimamente informado sobre essas obras.
Mas, é claro, que, chegando às bancas, dezenas de títulos em cada semana, não seria humanamente possível ler todas elas.
Então, que fazer?
Recolher dados no material informativo das editoras e, sobretudo, ler as chamadas "badanas".
Para quem não estiver familiarizado com o termo, explico que eram (são ainda?) assim designados aqueles prolongamentos das capas dos livros, que ficam dobrados "para dentro".
Aí, normalmente, colocam as editoras um breve resumo da obra, ou, pelo menos, uma pequena descrição que ajude o presumível comprador a situar-se no seu contexto.
Ou seja, assumo que, na maior parte dos casos, eu fazia uso daquilo que se convencionou, então, chamar "cultura de badanas".
Esta designação aplicava-se, de um modo geral, aos pseudo-intlectuais, que discursavam, com ar convincente, sobre a mais diversa literatura, esmagando os outros com a sua enorme capacidade de leitura.
Agora, grande parte dos livros já não trazem as ditas badanas. Mas a contra-capa serve às mil maravilhas para os que continuam a fazer crer aos outros que lêm tudo e mais alguma coisa.
Assim, quando vejo, ao domingo, o professor Marcelo, a fazer desfilar aquela livralhada toda que lhe oferecem e que vai contribuir para o gracioso enriquecimento da sua biblioteca, não posso deixar de me lembrar dessa designação que trago na memória desde a minha juventude.