sexta-feira, novembro 21, 2008

Concertos e consertos

Em tempos de crise, há que ter boas ideias para lançar negócios criativos.
Então, houve alguém que, tendo em conta que os portugueses são um tanto avessos à cultura musical, lançou uma loja de "concertos rápidos". Ou seja, um local onde suponho que se podiam ouvir peças musicais, mas em versão reduzida.
Assim, escutavam-se uns compassos da Nona de Beethoven ou uns acordes de uma sonata de Mozart. E pronto! Ficava-se com umas pinceladas de cultura e não se gastava muito tempo.

Mas, nem sempre os negócios mais imaginativos são bem sucedidos. Ao que tudo leva a crer, a loja não teve o êxito que pretendia. Assim, passados uns tempos, o proprietário do estabelecimento reformulou o negócio. Passou, então, o ramo para o conserto rápido de sapatos.
Para tal ,bastou apenas mudar uma letra no toldo...

quinta-feira, novembro 20, 2008

Os Magalhães e a "Guerra" do Solnado


Talvez os mais velhos se lembrem das famosas rábulas do Raul Solnado, gravadas nos anos sessenta, e que tiveram um èxito estrondoso.
Numa delas, ridicularizava-se a guerra ("Está lá? É do inimigo?"). Assim, o homem, disparava uma espingarda mas tinha a bala presa com um fio. Deste modo, sempre que dava um tiro, puxava o fio e recuperava a bala. Tudo isto porque aquela guerra era pobrezinha.

O que é que esta rábula tem a ver com

MAGALHÃES FOI SÓ MESMO PARA A FOTO
"Na passada quarta-feira, José Sócrates distribuiu mais de 250 Magalhães em Ponte de Lima. Todavia, no final do dia, os alunos tiveram de os devolver porque era apenas uma "experiência" e falta cumprir as formalidades". (JN 18/11) ?



Se calhar a "Guerra " do Solnado nada tem a ver com esta notícia. Eu é que estou a ficar tótó...

quarta-feira, novembro 19, 2008

O que é?

O que é?
Uma pintura abstracta?
Uma foto trabalhada em Photoshop?
Aceitam-se "palpites".

terça-feira, novembro 18, 2008

Recordações

foto Peciscas Conforme já aqui referi, fui árbitro de natação pura durante cerca de uma dúzia de anos.
Entrei, por reflexo do facto de o meu filho ter sido atleta de competição nesta modalidade. Depois de ele abandonar, por lá fiquei ainda.
O ponto mais alto da minha carreira, foi a participação nuns campeonatos europeus de juniores disputados ns piscina do Jamor.
Fui, ainda, presidente do Conselho Distrital de Arbitragem, cargo de que me demiti há cerca de três anos, por incompatibilidades sérias com um conjunto de elementos que andavam por ali apenas para tentarem compensar algumas frustrações pessoais, pondo-se "em bicos de pés" e tentando abater os outros para se "elevarem" a eles. Desde aí, deixei a actividade, em que, como acontece com tudo aquilo que faço, me empenhei com rigor e "profissionalismo". Muito embora neste tipo de arbitragem, os subsídios a que tínhamos direito, não cobrissem sequer as despesas de alimentação e deslocação que efectuávamos.
Desses anos, guardo, no entanto, algumas boas recordações.
Ali para o sótão, tenho um placar onde, uma tanto anaquicamente, guardo alguns testemunhos desses tempos e que agora vos mostro.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Histórias da tropa 6

Nos quartéis sempre havia cães vadios, em busca de um abrigo e de comida.
Viviam por ali, felizes, entre fardas verdes, às quais se habituavam de tal forma que estranhavam a chamada "roupa civil".
Quando estive no quartel do Lumiar, em Lisboa, entre os vários canídeos que faziam parte dos efectivos, havia o Kropachek.
Este nome tinha sido retirado das velhas, pesadas e obsoletas espingardas que tínhamos de usar na instrução. "Usar" é como quem diz pois nenhuma delas seria capaz de disparar um único tiro. Eram do século XIX e só serviam para "dar nas vistas". Naquele tempo os recursos mais importantes eram canalizados para a guerra colonial,ficando, na rectaguarda, o refugo.
Numa longa noite de marcha ( as chamadas "marchas finais") tivemos de sair do quartel , pelas 21 horas, para fazer um longo percurso por diversas zonas dos arredores de Lisboa.
O bom do Kropachek resolveu ir connosco.
Mas a sessão prolongou-se enormemente, pois não atinámos com o caminho, deambulámos por montes e vales, numa interminável marcha que só terminaria pelas 9 da manhã.
A dada altura, não fazendo a mínima ideia de onde estávamos, subi uma pequena ladeira para espreitar algum ponto de referência que pudesse ajudar. O cão foi comigo.
Às tantas escorreguei e espalhei-me ao comprido.
Pois o cachorro, que já estava exausto de tanto dar à pata, vendo-me deitado e julgando que já era hora de descansar, imediatamente se enroscou ao meu lado e fechou os olhos.
Quando me sentiu levantar de novo, virou para mim um ar bem desconsolado.
Mas aguentou connosco a parte final. Que haveria de passar por algo de absolutamente proibido pelos regulamentos militares. É que, já por volta das 7 horas da matina, e ainda longe do quartel, resolvemos apanhar uma camioneta, que levava já muita gente ali da zona de Benfica para os seus empregos.
O Kropachek, claro que foi connosco. Corremos as cortinas da camioneta, com a conivência dos passageiros, que compreendiam os sacrifícios por que estávamos a passar.
Regressados ao aquartelamento, o cãozito desapareceu. Imagino que dormiu durante dois dias...