sábado, outubro 01, 2005

ESTÁ NO PAPO!

Há muitos anos atrás, existia um concurso, em directo, na RTP, onde, em sucessivas sessões eram apurados representantes de concelhos do país até à final, cujo prémio grande era um automóvel.
Ora nessa mesma final, o concorrente que restou depois de uma série de perguntas, era um simpático alentejano, natural da Vidigueira.
Só faltava a derradeira pergunta para ganhar o ambicionado veículo.
Apresentador - A pergunta é fácil e vai certamente responder de modo acertado.
Como se chamam os homens que comem outros homens.
Concorrente (virando-se para a câmara) - Alô Vidiguera! O carro já cá canta.
Os homens que comem outros homens são ...
paneleros!

quarta-feira, setembro 28, 2005

AS AULAS NA FINLÂNDIA


Esta história que começou com o Presidente da República e continuou em jornais e na TV afirmando que os professores portugueses não fazem nada e que deviam seguir o exemplo dos colegas finlandeses que, segundo essas vozes, trabalham 35 horas semanais, já enjoa. Até porque se integra numa campanha que tem vindo a contribuir para a divulgação, junto da opinião pública de uma imagem fortemente negativa de uma classe profissional que não estando (como todas) isenta de culpas, está a passar por uma fase de forte desmoralização. E as consequências começam a surgir, um pouco por todo lado, como, por exemplo, a crescente demonstração de hostilidade e agressividade por parte de alunos e encarregados de educação para com os docentes.
Um leitor da "Pública", na sequência de mais uma dessas "notícias", contactou uma associação de professores finlandesa que respondeu:
- as horas lectivas dos professores na Finlândia, dependem do nível e da disciplina que leccionam; por exemplo na escola primária (alunos entre os 7 e os 12 anos) é de 20 a 24 horas semanais, mais 3 horas para planificação e cooperação com outros professores; no nível a seguir é de 18 a 24, mais 3 horas e no secundário de 16 a 23, mais duas horas.Os professores na Finlândia são livres de preparar as suas aulas onde quiserem e durante o tempo que quiserem.
A própria jornalista que tinha uma vez mais inistido na tese das 35 horas, viu-se obrigada a pedir desculpa pelo lapso, após, por sua parte, ter contactado o chefe da Educação da cidade de Helesínquia que confirma que a média de trabalho semanal dos professores finlandeses ronda as 25 horas.
Se compararmos estes números com a realidade portuguesa que vigorava no ano lectivo anterior, as diferenças são mínimas. E, no presente , mercê das determinações que obrigam uma maior permanência na escola (a maior parte das vezes para nada se fazer- ainda voltarei a este assunto), a média dispara, aumentando, para o lado português
É claro que, quando se trata de inventar "factos", as manchetes vão para as primeiras páginas. Mas, quando se descobre a verdade, os desmentidos ou não aparecem, ou são publicados em espaços reduzidos e quase secretos.
E o que fica a perdurar é o retrato negativo.
Com tudo isto, veremos, no futuro, quais as consequências para a Educação neste país, desta onda de afrontamento e hostilização dos professores.
É que, como todos sabemos, uma classe desmotivada e psicologicamente abatida, terá sempre uma prestação menos conseguida.

terça-feira, setembro 27, 2005

O VELHO SALGUEIRAL, ESTÁ A MORRER



O Sport Comércio e Salgueiros é uma daquelas colectividades que bem merece o epíteto de "popular". A sua massa associativa e simpatizante era , em geral, oriunda dos estratos sociais menos favorecidos.
E digo "era" porque, infelizmente, o velho "Salgueiral" está, se não morto, moribundo.
Sucessivas gerações de dirigentes sem preparação nem escrúpulos, foram enredando o clube, em sucessivos negócios obscuros e numa teia de dívidas que já não têm reverso.
O último coveiro, foi um tal Linhares, que chegou ao cúmulo de contrair empréstimos com juros de tal modo elevados que, após alguns meses, já faziam dever mais do que a totalidade do empréstimo.
Resultado: no ano passado, o Salgueiros desceu de divisão e jogou todo o campeonato da II B com uma equipa de júniores e juvenis, que, apesar de toda a sua dedicação, foram os "bombos da festa".
Na presente época, desistiu pura e simplesmente do futebol sénior.
Por outro lado, após o sonho megalómano da construção de um novo estádio que custava inicialmente três milhões de contos, viu-
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se obrigado a ceder os terrenos do velho campo de "Vidal Pinheiro" para o Metro do Porto e outras edificações, sem que de tal operação rendesse um cêntimo para o clube. O dinheiro obtido foi parar aos bolsos de antigos credores que, ao longo dos anos, se foram envolvendo na concessão de empréstimos, em condições ruinosas para o Salgueiros.
Aliás, este clube, dos mais antigos da cidade, foi sempre penalizado, designadamente nos "tempos da velha senhora" desde que cedeu as suas instalações para um comício de apoio à candidatura de Norton de Matos à Presidência da República, em oposição ao "Estado Novo".
O velho Salgueiral vai morrer.
Os seus coveiros deveriam ser responsabilizados.
Mas não! Andam por aí a pavonear-se e, se calhar, um destes dias voltarão para praticar novos dislates.