sexta-feira, setembro 02, 2005

BUCHA E ESTICA


José Gabriel Viegas, em artigo de opinião publicado ontem (1 de Setembro) no Jornal de Notícias,com o título em epígrafe, tece algumas considerações sobre a luta entre Soares e Cavaco, as quais realço por serem particularmente lúcidas, oportunas e justificadas.
Recomendo, pois, a sua leitura integral.
Entretanto, aqui vos deixo, com a devida vénia, um excerto do artigo citado.

"...O que eles vêm fazer é ajustar contas. Um deles vinha ocupar o vazio político à Direita, até agora bombardeado por figuras sem carácter e sem força. O outro, na verdade, não suporta "o gajo" e, como não conseguiu demiti-lo há dez anos, vem agora evitar um "passeio triunfal". Além de não suportar "o gajo", também não morre de amores pela tralha que herdou o PS e ganhou eleições com maioria. Enfim, o Bucha e o Estica odeiam-se. Um representa o republicanismo histórico e a tradição conspiratória republicana, o herói que diz o nome para que logo se abram as portas e que já tem o seu nome gravado, com brilho, nos anais do século XX. O outro representa o homem português desconfiado da política, arrastando a aura do homem que compreende as estatísticas e encheu o país com dinheiro, estradas e confiança.
E será disto que se vai falar nos próximos tempos:do Bochechas e do Gajo, do Marocas e do Cavaco, do Bucha e do Estica."

quinta-feira, setembro 01, 2005

AS NOVAS MAFIAS


Recentemente tive a oportunidade de passar por alguns países da Europa Central que integravam o chamado "bloco de leste" que se desmoronou com a queda do muro de Berlim.
A presença do regime soviético nessas terras ainda é visível, não só nos edifícios como nos modos de ser das gentes.
Em algumas desses países, os seus habitantes ainda encaram a presença dos turistas como incómoda e pouco desejável. Daí, o modo algo seco e até agreste como os tratam.
E, por outro lado, são visíveis as marcas da presença de novas mafias, sobretudo russas, que acabam por vir ocupar o lugar daqueles que outrora controlavam a situação.
Pude constatar isso mesmo, designadamente na República Checa. Aí, a avaliar pelas palavras da guia que acompanhava o nosso grupo de turistas, as agências de viagens têm de se submeter à mediação de organizações dominadas por essas mafias, sob o risco de sofrerem retaliações (vidros partidos, pneus furados nos autocarros e outros danos mais graves). E essas redes põem e dispõem sobre os hotéis a ocupar e sobre os programas a seguir. Por exemplo, em Praga, o nosso grupo ficou alojado num velho hotel que padecia de enfermidades várias, em grande medida devidas à falta de uma manutenção básica. Esse hotel só tinha ocupação turística porque a tal rede encaminhava clientes para lá. Acresce ainda, que um dos dias do programa integrava uma visita a uma localidade à distância de um pouco mais de 100 km de Praga, com interesse muito reduzido, mas que. como se entendia desde logo, se justificava pela necessidade de para lá encaminhar compradores, já que aí se encontravam centenas de lojas, com os mais diversos artigos para turista ver... e adquirir. Com o pequeno pormenor da maioria desses estabelecimentos partencer precisamente a russos.
Ou seja, parece que a Humanidade está condenada a ser subjugada por formas de opressão que, assumindo os mais diversos matizes, acabam por ser todas do mesmo teor.
No entanto, há-de haver respostas. Assim se consigam ultrapassar conformismos e passividades.

segunda-feira, agosto 29, 2005

AINDA SOBRE FERREIRA DE CASTRO

Na já aqui referida Casa-Museu de Ferreira de Castro, figura a prova de exame da 4ª classe a que foi submetido o escritor, na sua meninice.
Entre as diversas tarefas figurava esta conta de dividir (para fazer "com papel e lápis", pois nesse tempo não havia calculadoras disponíveis)

549896498,4 : 987605

E, não esquecer, que o aluno tinha de efectuar, também, a prova real.

Se fosse nos tempos de hoje, um aluno, de qualquer grau de ensino, que conseguisse fazer correctamente esta conta,"à unha", mereceria, de caras, um grau de doutoramento.