quinta-feira, setembro 25, 2008

Qualquer dia é bom para celebrarmos um amigo

Quando se tem um amigo, qualquer dia é bom para o celebrarmos.
O Manel não faz hoje anos.
Nem o seu Pé de meia.
Mas hoje, apeteceu-me falar deste amigo.
O Manel é um homem sereno, tranquilo. Observador atento do mundo que o rodeia.
Gosta das coisas simples e naturais. Valoriza os "pequenos nadas" que, muitas vezes, o comum dos mortais ignora.
Mantém um espaço, que espelha bem a sua personalidade e onde, todos os dias, publica uma foto. Sempre criteriosamente escolhida (muitas vezes das sua autoria). Acompanhada de breves mas perspicazes e inteligentes comentários a que não falta, muitas vezes, uma ponta de subtil humor.
E também o "pensamento do dia". Curto, mas sempre divertido.
Eu, que o conheço, posso dizer-vos que se fossem todos como o Manel, o mundo estaria certamente muito melhor do que está.
Por isso, para quem ainda não tenha passado por lá, recomendo uma visita ao seu cantinho.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Assinei, mas com reservas

Petição para o Resgate para Portugal, dos Militares Mortos na Guerra do Ultramar/ Guerra Colonial. Pfvr. Clica e assina. OBRIGADA.
Seguindo a sugestão da Isabel, aqui estou a divulgar uma iniciativa que considero ser totalmente justificada (independentemente das diversas motivações com que a ela nos poderemos associar).
Aliás, já aqui me referi a este tenebroso assunto.
Durante a guerra colonial, houve, como se sabe, dezenas de milhar de mortos.
Pois, os corpos de muitos destes cidadãos, nunca foram devolvidos às famílias.
O que é ignóbil. Porque, para levarem estes jovens para os teatros de guerra (sem hipóteses de recusa), o Estado pagava a viagem.
Mas quando a morte batia à porta, esse mesmo Estado já não tinha dinheiro para fazer regressar o corpo.
Ou seja: para muitos destes militares, só houve bilhete de ida.
E o mais hediondo de tudo é que, se a família quisesse reaver o corpo, até podia, desde que pagasse uma quantia que, à época, era incomportável para a maioria dos agregados.
Por isso, durante anos e anos, em condições quase sempre indignas, em cemitérios abandonados ou mesmo em valas comuns, por vezes sem identificação, jazem os restos mortais de combatentes dessa guerra que sempre considerei como injustificada.
E não se culpem apenas os governos pós- 25 de Abril por esta situação. Os verdadeiros responsáveis foram os que alimentaram este conflito, na política do "orgulhosamente sós" que estava, desde sempre, condenada ao fracasso.
Assinei esta petição porque entendo que há uma dívida do Estado para com as famílias destes concidadãos. No entanto, deixo aqui uma reserva, no que se refere ao texto que a encabeça.
É que não concordo que estes portugueses tenham "morrido ao serviço da Pátria".
A Pátria não estava ameaçada ou invadida. Estes homens foram, sim, ingloriamente sacrificados por uma política teimosamente errada, numa guerra não poderia nunca conduzir a qualquer solução.
Como, aliás, o futuro provou.

terça-feira, setembro 23, 2008

Estamos na época do "vinho doce"

foto Peciscas Nesta época de vindimas e lagaradas, começam a aparecer letreiros deste tipo.
E há quem fique de água na boca, perante a oportunidade de beber uns goles daquela mistura de uvas, grainhas e sumo já em início de fermentação que é conhecida por "vinho doce".
Cá por mim, que me lembre, apenas provei uma vez essa beberragem e nunca mais repeti.
Até porque fui constantando que, muita gente que ingeria o produto, acabava por ter distúrbios gastro-intestinais, mais ou menos sérios.
Mas, de qualquer modo, continua a haver apreciadores.
E tu, já alguma vez provaste?
E, se provaste, gostas?

segunda-feira, setembro 22, 2008

A culpa vai, como sempre, morrer solteira?

Quando se ouve falar dos chorudos (e por vezes absurdos) salários e outras benesses dos administradores das grandes empresas, a justificação é, em regra, que eles têm de ser bem pagos, porque são os principais responsáveis pela geração de riqueza.
Ou seja, se produzem grandes lucros terão de ser generosamente pagos.
Quando essas grandes personalidades se retiram, com enormes indemnizações ou mesmo reformas antecipadas, sempre afirmam que apenas estão a usufruir das normas vigentes na empresa onde trabalharam. Esquecem-se, no entanto, de revelar que, muitas vezes foram esses mesmos administradores que implementaram essas mesmas regras de que acabam por usufruir.
Mas, agora, que a economia mundial está a dar estouros um pouco por todo o lado, porque quem detém (ou deteve) as rédeas do mundo e dos grandes potentados económicos, cometeu enormes disparates de gestão e de planificação, ocorre perguntar:
-Afinal, se esses dirigentes de topo, esses gestores de elite, desempenharam tão mal o seu trabalho, se, em vez de criarem riqueza estão a gerar pobreza, desemprego, falências, não deveriam repor os tão dilatados dinheiros e regalias de que indevidmente usufruiram ?
Ou será que eles, que tanto se pavoneavam, cheios de ciência e sabedoria, a apregoarem as suas teorias como se de verdades inquestionáveis se tratassem pura e simplesmente desaparecem, fazem uma pequena "travessia do deserto" para, daqui a uns tempos, quando as coisas serenarem mais um pouco e as pessoas se esquecerem deles, emergirem novamente, num outro qualquer cargo ou empresa, voltando a auferir os tais fabulosos salários e benesses que são um autêntico insulto para a comunidade em geral?
Ou, ainda: será que aqueles que recorrem invariavelmente aos "mexilhões"do costume, para fazerem pagar as crises que eles próprios provocam, sairão sempre airosamente do barco, sacudindo a água do capote e com a sua culpa eternamente solteira?