sexta-feira, dezembro 31, 2010

6 anos ?

Faz hoje precisamente 6 anos que este Peciscas começou.
Nos seus momentos mais fecundos, publicava posts diariamente. Depois, foi perdendo a garra, esmorecendo o ânimo.
Há um ano, dei a entender que as coisas iriam parar por aqui. E, de facto, em 2010 apenas se escreveu aqui um texto e esse em circunstâncias penosas, pois se referia ao desaparecimento físico de um querida amiga da primeira hora.
Mas, mesmo estando parado, o Peciscas continuou a receber visitas.Apesar de tudo, e estranhamente, os contadores foram dando conta de uma média diária de visitantes, sempre acima das três dezenas. Porquê, se nada de novo aqui aparecia? Mistérios em que a net é pródiga e para os quais a explicação não é linear.
Mas, então, se assim é, por que razão ainda insisto em publicar este post de aniversário?
Nem eu sei bem. Será aquele tão falado "instinto de sobrevivência" que nos é imanente? Será que, ao fim e ao cabo, resisto a considerar totalmente findo este projecto?
Não sei. Sei lá se, um dia destes, acordo com disposição, com tempo, com vontade, de reatar "velhos momentos"...
Se isso acontecer, os meus amigos e amigas de sempre, darão conta disso. Porque, de vez em quando, aparecem-me por aí, a manifestarem algumas saudades dos meus pobres escritos. Embora longe, de vez em quando vou espreitando os seus espaços (alguns deles também parados como este), embora quase sempre de modo silencioso.
Seja como for, a todos, a todas, desejo, como é habitual nestas alturas, que o novo ano e todos os que se seguem, vos traga tudo o que de melhor desejardes.
Até sempre!

quinta-feira, maio 06, 2010

Adeus Nucha.

Seria este o pior motivo que me faria regressar, embora fugazmente a este espaço,
Mas tinha mesmo de aqui voltar.
Porque tu, Nucha, foste uma das primeiras vozes a saudar o meu ingresso na blogosfera.
Fomo-nos acompanhando ao longo destes mais de cinco anos que entretanto decorreram.
Depois, foste confrontada com a temível doença. Rara, como rara era a coragem e a determinação com que a enfrentaste.
Íamos falando de onde a onde. Pelo G Talk , de viva voz ou por mensagens escritas. Algumas vezes, através do telemóvel.
Conversas que tinham apenas como limite a hora de jantar.
Dizias sempre que não irias dar hipóteses à doença.E lutaste contra ela,com ganas de vencedora. Suportando com muita esperança e espírito guerreiro os exames e tratamentos,os internamentos, por vezes bem duros.
E o que é certo é que foste capaz de erguer um muro em que a malvada doença teve de embater,Na última vez que falei contigo, fiquei animado, pois as análises diziam que as coisas tinham sido controladas.
Não foi ela, afinal, quem te levou do nosso convívio. Mas outro imprevisto golpe que se abateu sobre ti.
Soube, há poucos minutos,através de um dos teus filhos, que encontrou o meu nome na tua lista de contactos telefónicos, deste triste desfecho.
Ele não me conhece mas sabe que éramos amigos.
Não sabe, se calhar, daquele cozido à portuguesa de que falámos várias vezes e que nos iria reunir, mais o Eduardo, aí perto da tua casa.
Essa  refeição, ficará para sempre, adiada.
Porque, Nucha, tu já não estás aqui.
Já não estás aqui e eu não consigo escrever mais nada.
Até sempre, querida amiga!