sexta-feira, julho 18, 2008

No final de mais um ano lectivo...

Depois de um ano sempre a olhar para o relógio
Sempre a correr
Sempre à procura de fórmulas mágicas

Para que os meninos e meninas aprendessem umas coisinhas

Mesmo que os meninos e as meninas não estivessem minimamente interessados em tal


Apesar do uso das sacrossantas novas tecnologias...

E não só a aturar meninos e meninas...





A ter que preencher muita papelada


Mais do que ensinar, preencher montes de papelada...


Depois de tudo isto, é bem natural que apeteça gritar



com
e dizerÉ tempo de recobrar o fôlego

de pensar em cenários mais agradáveis

Para todos os colegas e as colegas que, estoicamente, se mantêm no activo, a minha solidariedade e votos de
BOAS

quinta-feira, julho 17, 2008

Debate em torno da felicidade- 8 Conclusão

Encerra-se, por agora, este debate.
Em jeito de conclusão, direi que, como inicialmente previa, as diversas participações apontam para a ideia global de que o conceito de felicidade é muito subjectivo e, por isso, variável.
O que cada qual sente como "ser feliz" depende da sua história de vida, das experiências que acumulou, do seu modo de encarar o mundo.
Uma coisa que para um pode acarretar sentimentos de felicidade, para outro pode ser perfeitamente indiferente.
Há quem valorize mais as benesses materiais e há quem tenha mais em conta valores morais e/ou espirituais.
E ninguém se pode arvorar em juiz destes conceitos, afirmando que felicidade é "isto" ou "aquilo". Tal como acontece, tantas vezes, com aqueles pps lamechas e supostamente moralistas, que nos entopem as caixas de correio electrónico, com imagens, palavras e músicas delicodoces, a falar em coisas etéreas e irreais.
Nessas entediantes mensagens (que nunca consigo ler até ao fim e que nunca reencaminho como parece ser o desejo fundamental de quem no-las remete), há sempre quem "pregue" lições de moral ou nos tente impingir fórmulas da felicidade eterna.
Ora, parece poder-se também concluir que, a vida "real" é feita de "momentos". Uns melhores, outros menos bons.Ou, como disse uma vez uma criança " a felicidade são bocadinhos"(obrigado Nucha por me teres revelado essa frase tão singela e tão profunda, para uma criança com pouco mais de sete anos).
Por isso, tenho para mim (e quase todos os depoimentos concordaram) que nem a felicidade nem a infelicidade são para toda a vida. Todas essas sensações são contextualizadas e, podendo durar mais ou menos tempo, são perecíveis.
É por tudo isso que, quanto a mim, tento viver, o melhor possível, cada dia. Sabendo que a vida nem sempre corre bem. Que tem sol e chuva. Que tem saúde e doença. Que tem amores e desamores.Que tem gente boa e gente má.
Assim eu consiga usufruir e desfrutar dos momentos e dos sentimentos bons e esquecer os maus.
Uma palavra final para agradecer a todos e todas que, com a sua amizade, participaram neste debate.
Vocês, podem crer, fazem parte das tais coisas boas, que me alegram a vida.
Até ao próximo debate (se o houver)!

quarta-feira, julho 16, 2008

Debate em torno da felicidade 7

Afinal, contrariamente ao que dizia ontem, ainda tenho mas um texto que, com muito gosto, vou publicar, antes de encerrar o debate.
Foi-me enviado pela amiga Addiragram , já há dias, mas , por qualquer motivo, tinha-se extraviado.
E esta amiga fala, no seu depoimento, de uma canção, com letra do Vinicius ( o inesquecível Poetinha) que recordo desde a minha adolescência.

Vale a pena ler:

Felicidade, esse substantivo abstracto, contém nele a sua impossibilidade, pois remete, quase de imediato, para a ideia de um estado que, por sua vez, se pressupõe, como permanente. Nestas condições felicidade é utopia e as utopias são perigosamente malévolas. Horizonte que se situa no infinito, adquire no terreno “concreto” da vida as formas mais ilusórias e mais perniciosas também - bem-estar material, sucesso, sociedade sem classes, saúde permanente, paraísos terrestres…Assim, procura-se descobrir a fórmula mágica que traga, de uma vez por todas, esse “estado de graça”. “A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor”…é a “definição” que mais se aproxima do sentido que procuro dar vida. São os poetas como Vinicius que melhor tocam a beleza e transitoriedade desses instantes. Olho-a, sobretudo, como uma sintonia (sempre imperfeita, porque inacabada…) entre as “presenças” benfazejas que habitam
o nosso interior e momentos de encontro intimo e partilhado que a vida nos proporciona. Assim “Ela” expande-se da vida amorosa à vida familiar, à relação com amigos, a momentos de partilha e criatividade na vida profissional, etc. Essa gota de orvalho na pétala de flor dificilmente é possível, a meu ver, numa relação solitária. Ela implica partilha, intimidade e respeito pela diferença. O paradigma de felicidade é, em primeira instância a relação de encontro bem sucedida entre mãe e bebé em que por momentos dois se tornam um. Preseguimo-la toda a nossa vida, em níveis diferentes de relações. O nosso Eu mais íntimo, mais secreto, mais antigo, sabe sempre ler esses momentos verdadeiros. Eles contêm em si mesmos a vida. Cá for a, no exterior, encontram-se também algumas condições que se harmonizam com o sentir, mas que nunca serão o sentir.
Não poderei deixar de acrescentar que, não vivendo alienados do que nos rodeia, muito dificilmente poderemos viver esses momentos possíveis quando ao nosso lado estão pessoas em estado de grande sofrimento. Aí a felicidade poderá ser tentar aliviar essa dor.

terça-feira, julho 15, 2008

Debate em torno da felicidade - 6

Vou , por agora, encerrar a publicação dos textos que me chegaram, tendo em conta o desafio que vos lancei há tempos.
E o último a falar (antes da minha intervenção final, na qualidade de "moderador"...) é um dos mais recentes amigos que tem aparecido neste Peciscas.
É
José Torres (Xistosa), homem da minha geração.
Quem costuma ler os seus posts, já se apercebeu que o José usa, na maior parte das vezes, um humor quase sempre corrosivo e cáustico, que vai distribuido em doses certeiras.
Aliás, o depoimento que vais ler, reafirma esse mesmo estilo peculiar.

1 - Se a felicidade existe?

É óbvio que, o que podemos desejar neste jardim, agora florido, do que todos os dias, desde que me conheço, receber as bênçãos dos nossos governantes.

Antes, éramos violentados conscientemente, consciência e vivência.

Hoje, continuamos a ser conscientemente violentados, (atenção que isto não é matemático, onde a ordem dos factores é arbitrária - cada um no seu devido lugar e com respeito), mas como dizia, continuamos a ser conscientemente violentados, com as arbitrariedades e experiências retumbantemente mal sucedidas, de corruptos políticos, que fazem do compadrio, a apologia do "amparo", sem olharem a credos, cores partidárias ou disciplina de voto.

São todos de carne e osso e quanto mais, em menos tempo melhor.

Que felicidade!

2 - Diferentes tipos de felicidade.

Certamente que os há e ainda bem. Só que nem todos contribuirão para o nosso bem estar, mas por exemplo, deixar cair um peso sobre um pé, entalar a mão numa porta … solta-se imediatamente o palavrão, panaceia de todas as dores.

A gasolina aumenta exponencialmente com os lucros das petrolíferas.

Certamente que a felicidade deles supera em grande, a nossa pequena felicidade de ainda termos gasolina à disposição.

3 - Ser feliz

É acordar todos os dias com o dedo grande do pé direito a mexer e reparar, para nossa felicidade que o esquerdo também mexe, naquela conspícua união, esquerda/direita, que para muitos não passa duma utopia, (a delapidação de tudo é a prova cabal), mas para mim é uma enorme felicidade.

4 - Mantenho-me feliz permanentemente, salvo raras excepções em que sonho que vivo em Portugal. Por outro lado, esta mais pequena infelicidade é, largamente compensada com as vezes que fui ministro, saí com beldades e acertei no euromilhões.

5 - Viver uma vida sem felicidade?

Filosoficamente talvez sim, talvez não, mas a prática da vida faz-me discordar.

(Eu sou a favor e contra, quando é necessário!)

Sim, é possível e nesta altura desejável.

Ser um "idiota chapado", não pagar as contas da água, luz, gás, telefone, internet … esperando que as diversas empresas as cobrem coercivamente pelos zelos cumpridores e felizes seres, que habitam o quinhão.

Não declarar nem pagar quaisquer impostos devidos ou a dever, deixando todo o trabalho para o fisco a coacção de o fazer … para chegar á conclusão que não há ponta por onde pegar.

Dizes-me que agora dá prisão, nalgumas situações … então talvez concorde que não é possível que não haja momentos de felicidade, quando nos dão um pijama ás riscas, um compartimento para dormir, descansar e fazer as necessidades básicas, que nem os sem abrigo sonham vir a ter e ainda alimentação, para não falar nas horas de ócio.

Então, desisto, porque face a isto, a felicidade existe!!!

segunda-feira, julho 14, 2008

Debate em torno da felicidade - 5

Retomo a publicação das participações no debate que lancei há dias.
Hoje, fala outra voz que me chega do outro lado do mar.
É a minha amiga Maray de quem, ainda recentemente falei, nas Viagens na Minha Blogosfera.
O seu depoimento coincide com a imagem que dela construímos quando lemos os seus sempre bem escrtos posts. Uma mulher atenta ao que se passa à sua volta, mas sem descurar as memórias do que já viveu e com um indisfarçável gosto pela vida.

Acho que é assim a coisa. Primeiro, tem que acreditar. Segundo, tem que fazer alguma coisa. A não ser que você acredite em duendes, fadas e quaisquer outras manifestações externas. E acredite também ser você o sujeito da atenção de semelhantes entidades.
Como eu não acredito em nada disso, mas acredito na felicidade, busco sempre o segundo quesito. Fazer por onde, como dizemos aqui.
A vida está ruim? Por quê? Será mesmo que é só por culpa do governo, por culpa dos outros, por culpa do aquecimento global, por culpa de pai e mãe, sogra e sogro, filhos e empregados? Sei não.
Pra mim felicidade é como tudo na vida: uma relação. Tem ida e volta. A inflação corrói salários e o governo ajuda no mal estar geral, mas você votou. Você continua comprando nos shoppings da moda o que a moda te manda comprar. Então, tem também a nossa participação na coisa. Duas mãos. Ficar só maldizendo o externo não ajuda muito na ação. Imobiliza. Deprime.
Então é isso. Felicidade é aquilo que cada um define como felicidade e sai buscando.
Felicidade é ver os filhos crescidos e bem criados, gente séria e de bom caráter.
Felicidade é ter saúde pra trabalhar.
Felicidade é uma boa relação conjugal, que dá mais vontade ainda de sair por aí construindo ...felicidade!!
Felicidade, finalmente, é meu Corinthians voltar pra primeira divisão.
E eu poder comemorar tomando um vinho e dançando um tango.