quinta-feira, abril 19, 2007

Raios...







Na passada terça-feira, caiu, bem perto daqui, um grande relâmpago.


O estrondo, foi enorme, parecendo que a terra se rasgava de alto abaixo.
A electricidade foi abaixo. Mas, o pior, foi que, no rescaldo disto tudo:


-a net foi abaixo ( o técnico acaba de sair,...)


-a powerbox da TVcabo, queimou.


- computador, que ainda não tinha um mês, pifou...


Raios!

terça-feira, abril 17, 2007


A campanha "Novas Oportunidades" que está em curso desperta-me algumas reflexões contraditórias.

Por um lado, tenho de concordar que, muitas das competências que alcançamos durante a vida, não é a escola formal quem no-las dá. Sei, por experiência própria, que a minha formação académica só contribuiu em pequena escala para o desenvolvimento da minha actividade profissional.

Tenho conhecido, por outro lado, muita gente que, tendo uma escolarização de grau reduzido, é capaz de desempenhos profissionais muito mais qualificados do que outra gente que até exibe sonoros diplomas e certificados.

Assim, não acho mal que, pessoas que demonstrem, inequivocamente, possuirem as referidas competências, venham a possuir uma certificação oficial que as comprove.

Mas há aqui, desde já, uma importante questão a ultrapassar: a do rigor da avaliação dos candidatos à obtenção de tais certificados. É que, sabendo o país que temos, não me espantaria nada que, se comece a desenvolver por aí uma teia de "arranjos" que conduzam à obtenção expedita dos papéis.

Mas há, ainda, quanto a mim, um outro contra, que se calhar eu levanto por causa da minha condição de ex-docente.

É que, durante a minha vida profissional, ouvi montes de alunos a dizerem algo como "mas para é que eu preciso da escola, se F... só tem a 4ª classe e ganha muito dinheiro como mecânico?".

De facto, para aqueles alunos ( e são muitos) para quem a escola está desvalorizada e não tem o mínimo atractivo, a ideia de que, podem não ligar aos estudos porque, mais tarde, não sabem bem ao certo como, mas "ouvem falar", até vão conseguir equivalência ao 12º ano.

Para estes casos, como é que os professores vão, como agora se exige com insitência, obstar ao abandono escolar?

segunda-feira, abril 16, 2007

Uma hora que não conta...

Que estava a fazer ali?
Deitado na maca, naquele corredor iluminado por mortiças luzes azuis.
Por mim passavam, de vez em quando, batas verdes, com gente que me lançava um olhar indiferente, profissional.
Chegaram mais duas macas, que foram estacionadas na fila.
O anestesista, pegou na minha papelada e fez-me duas ou três perguntas. As do costume, creio eu. Porque é a primeira vez que me vejo nestas andanças.
Que estava ali a fazer?
Por que me ia entregar a alguém que ainda há pouco tempo desconhecia totalmente e que iria remexer nas minhas entranhas, para fazer o que lhe aprouvesse?
Daí a alguns minutos, alguém empurra a minha maca para a sala de operações.
-Passe ali para a mesa!
Por cima de mim, agora só vejo uns holofotes azuis e brancos, ainda apagados.
Quem estava por ali, vai lançando umas frases de conversa de circunstância, relacionada com clubes de futebol.
Sinto então a meu lado, o anestesista, que me diz qualquer coisa que não retenho.
Depois, a hora seguinte, não conta nas minhas memórias. Não estive cá...
Por isso, no passo seguinte, salto para uma outra sala, onde um enfermeiro olha para mim.
Apetece-me dizer: "mas quando é que isto começa?"
Já tinha acabado.Ainda meio adormecido, dou por mim a pensar que a nossa vida está à mercê de acasos que podem ter vários desfechos.
E que, afinal, poderia ter acontecido que, daquela hora, na passada sexta-feira, em que estive ausente, poderia não ter havido retorno.