quinta-feira, maio 21, 2009

Mais uma

Para quem ainda não conheça, aqui vai mais uma pérola literária da inefável Directora Regional de Educação do Norte.
Desta vez, utilizou um estilo poético que ainda torna mais hilariante este chorrilho de calinadas.
Ora vejam parte do mail que a senhora enviou às escolas quando está a atingir o quarto ano de mandato (ufff!!).
Só transcrevi uma parte, deixando de lado um poema da Fiama Hasse Pais Brandão que a Senhora Directora teve a desfaçatez de misturar com o seu "português" de refugo. A qualidade da obra da Fiama e o respeito à sua memória merecem que a aparte destas coisas tenebrosas.
Assunto: 4 ANOS DE MANDATO

Caras e caros colegas
Faz hoje 4 Anos.
Tem dias que parece que o tempo se emaranhou nas coisas e nas pessoas.
Tem outros dias em que tudo parece ter ocorrido ontem.
Contudo há algo que o tempo tem os limites certos:
-Foram quatro anos bons de amizade, de solidariedade e de prazer de poder contar com o vosso profissionalismo e apoio.
Em nome da Direcção o nosso muito obrigado.Margarida Moreira”
Quando é que a senhora perceberá que, antes de enviar estas coisas às escolas, deveria submeter-se à "censura prévia" de quem domine minimamente as artes de escrever em português?

quarta-feira, maio 20, 2009

Os Direitos Inalienáveis do Leitor

Muitas vezes se fala da cada vez maior resistência que os jovens vão manifestando em relação à leitura.
Quando era professor no activo, muitas vezes debati esta questão com colegas, designadamente professores de português.
Por vezes, manifestava as minhas dúvidas relativamente às estratégias usadas para fomentar nos alunos o gosto por essa actividade fundamental. Por exemplo, a exigência de os estudantes levarem para casa livros da chamada "biblioteca de turma" com a obrigatoriedade de os lerem em determinado prazo, preenchendo, depois, uma "ficha de leitura". Duvidava eu que estes procedimentos de certo modo burocráticos despertassem o tal prazer da leitura que supostamente visavam.
Pois acabo de ter conhecimento de um livro que trata precisamente este tema, de uma forma algo insólita mas que me parece bem lúcida.
Trata-se da obra "Como um Romance" do autor francês Daniel Pennac.
As suas ideias sobre tão delicada questão, encontram-se consubstanciadas nos dez direitos que passo a transcrever:

OS DIREITOS INALIENÁVEIS DO LEITOR

1 - O direito de não ler

2 - O direito de saltar páginas

3 - O direito de não acabar um livro

4 - O direito de reler

5 - O direito de ler não importa o quê

6 - O direito de amar os "heróis" dos romances

7 - O direito de ler não importa onde

8 - O direito de saltar de livro em livro

9 - O direito de ler em voz alta

10-O direito de não falar do que se leu.

Depois de consultar a lista, dei-me conta de que cumpro, de forma razoavelmente rigorosa, estes dez mandamentos.
E tu? Que achas?

segunda-feira, maio 18, 2009

Blogagem Colectiva em Defesa da Infância.

Por lamentável lapso da minha parte, publiquei este post antecipadamente, na passada sexta-feira, quando o deveria ter feito hoje. Por isso, aqui o repito, agora na data certa, pedindo-vos desculpa pelo engano e em especial à Isabel Filipe que,foi na minha onda e publicou, também antes da data prevista, a intervenção na blogagem colectiva .



Hoje estou a participar na Blogagem Colectiva "Em Defesa da Infância", promovida pelo blog Diga Não À Erotização Infantil .
Durante a minha vida de professor e de gestor de uma escola pública, contactei, infelizmente, com casos diversos de abusos sexuais cometidos, sobretudo, em jovens alunas.
Por isso, aprendi a estar muiito atento a sinais que podem indiciar que se está perante uma situação de pedofilia.
Quando um(a) aluno(a) começa a ter comportamentos estranhos, tais como o isolamento, o silêncio, o desinteresse pelas actividades escolares, crises de choro repentinas, ou, então, inexplicáveis acessos de revolta, poderemos estar em presença de sinais de alerta que importa não negligenciar. Muitas vezes, poderá não ser nada de muito grave. Mas, uma abordagem, discreta, mas afectiva com o(a) jovem em questão, poderá revelar histórias escondidas, de contornos muito sérios.
É claro que a experiência também me disse que, nos casos em que os abusos envolvem raparigas (a grande maioria dos casos), as jovens abrem-se menos com os homens. As colegas professoras têm, por isso, muito mais facilidade em chegarem à fala com as vítimas dos abusos.E a psicóloga escolar (infelizmente muitas escolas continuam sem estes importantes técnicos) desempenha, nestes casos, um papel decisivo.
Depois, segue-se uma fase sempre difícil de denúncia dos abusadores, porque, nem sempre a vítima está disposta a permitir que o caso avance para as autoridades , por pudor, por sentimento de auto-culpabilização ou então porque, com frequência, o criminoso é seu familiar mais ou menos próximo.
Mas, o nosso dever, enquanto professores e adultos responsáveis, é mesmo denunciar.
Nestes casos, o silêncio, é uma conivência que só protege os prevaricadores.
Existem , em Portugal, instituições que podem e devem ser envolvidas nestes casos. Para além da própria polícia( designadamente a Escola Segura), destacaria a Comissão Nacional das Crianças e Jovens em Risco.

Resumiria, em três palavras o que penso poder ser uma contribuição para um combate mais persistente e ficaz contra os abusos sexuais cometidos sobre crianças:

ATENÇÃO


DENÚNCIA


PUNIÇÃO