sexta-feira, setembro 14, 2007

Um teste de cultura...

Ouve o tema que se segue, captado numa feira medieval e tenta identificá-lo.
Se não conseguires, é porque a tua cultura histórica ainda tem lacunas.
Mas, se assim for, não desanimes, pois nunca é tarde para aprender...

quinta-feira, setembro 13, 2007

Perguntas

1 - O Dalai Lama está em Portugal, mas, apesar de ser o líder de uma confissão religiosa, tal como o Papa e Prémio Nobel da Paz, não é recebido pelo Presidente da República nem pelo Primeiro Ministro. A China é um vasto mercado a abrir-se ao Ocidente... Tem por lá uns problemazitos no que se refere a direitos humanos, mas...
Há quem chame a isto "pragmatismo político".
Mas, pergunto eu: a expressão "hipocrisia política" já não tem o significado que tinha?


2 - Hoje (Quarta-Feira), o Primeiro Ministro, a Ministra da Educação e mais uns quantos governantes andaram pelo país a distribuir mais umas dezenas de computadores e, desta vez, também a professores.
No entanto, ainda não estão abertas inscrições definitivas para os docentes se candidatarem às referidas máquinas, faltando, designadamente levantarem, nas suas escolas, um "voucher" com um código de validação, que, até ao momento, ainda não está disponível. O que estão abertos, são, "pré-registos" em duas das três operadoras que se envolveram no negócio, como se pode comprovar, por exemplo, aqui.
Mas, pergunto eu: se ainda não há inscrições definitivas (que terão de ser feitas neste local) os professores que surgem nas imagens a receberem os portáteis como é que apareceram ali? Serão também figurantes pagos, conforme aconteceu com a cena das criancinhas e dos quadros interactivos?
E, pergunto ainda:dado que os computadores e respectiva internet são comercializados pelas operadoras, será que os governantes, agora, também prestam serviços a entidades privadas, como distribuidores de produtos informáticos, ? Será um "ganchito" para comporem os seus tão magros proventos?

quarta-feira, setembro 12, 2007

Invenções

Um destes dias, assistindo a um documentário televisivo que falava sobre novas tecnologias para o combate ao terrorismo, vi um arma ,a cornershot, que diziam ter sido inventada por um tal Amos Golan e por um tal Asaf Nadel, oficiais do exército israelita, em 2003.Trata-se de uma espingarda cujo cano se pode encurvar, permitindo ao soldado disparar de um esquina, resguardando-se assim de contra-ataques inimigos.
Parece, à primeira vista, uma ideia genial.
No entanto, ao ver a arma, lembrei-me logo de um filme que vi há muitos anos.
Trata-se de "Viva Maria", do cineasta francês Louis Malle e foi rodado em 1965.

As protagonistas, Brigitte Bardot e Jeanne Moreau, depois de peripécias várias, viam-se envolvidas numa revolução, algures na América Central.
No divertidissimo filme, uma das cenas que mais me fez rir, foi, precisamente, a de um guerrilheiro que, numa esquina, disparava uma estranha espingarda, a que tinha entortado o cano, tendo colocado um espelho a servir de mira e, assim, ia matando os inimigos sem eles o verem.
Afinal, parece que as grandes invenções...já foram antes inventadas...
E, se calhar, estes dois laureados inventores não disseram a ninguém que eram apreciadores de filmes franceses dos anos sessenta...

terça-feira, setembro 11, 2007

Escola Segura...

Valter Lemos, Secretário de Estado da Educação, é conhecido por, de vez em quando, debitar umas tiradas brilhantes, que mostram como está desenquadrado com a realidade.
Agora, veio dizer que "As escolas são dos lugares públicos mais seguros do país...".
Anunciou, ainda, que, a partir do presente ano lectivo, "as escolas terão um delegado de segurança, um professor com formação...".
Foi, entretanto, afirmado, que o programa Escola Segura está presente em 11 mil escolas, abrangendo 1,8 milhões de alunos.
Parece bonito, parece mostrar que se estão a tomar medidas novas e tudo fica bem na fotografia. No entanto...
No entanto, já há muitos anos que existe em cada escola um responsável pela segurança (em geral o Presidente do órgão executivo) que faz, designadamente, a ligação com as autoridades, com o Gabinete de Segurança do ME e com a referida Escola Segura. Eu próprio, há cerca de quatro anos, desempenhei essas funções...
No que se refere à "formação" deste responsável, a menos que muito recentemente o ME tenha levado a cabo um sério esforço nessa matéria ( o que, sinceramente, penso que não ocorreu), tudo não tem passado da recepção duns quantos papéis , com normas de execução permanente (quem andou na tropa lembra-se das célebres NEP...), de uma ou outra reunião com o Chefe do Gabinete de Segurança e pouco mais
Quanto à Escola Segura, se a afirmação da cobertura de 11 mil escolas tiver o significado que tem tido até agora, estaremos perante uma verdade que esconde uma tremenda mentira. De facto, quando estava em funções, em Rio Tinto havia dois agentes em serviço na Escola Segura que tinham de "cobrir" as dezenas de escolas da zona, espalhadas por uma área considerável. Quer isto dizer que, de facto, todas as escolas tinham, nominalmente, agentes destacados. Mas, o que acontecia na realidade? Na maior parte dos dias, não se via nenhum agente à porta da escola onde trabalhava, pois aqueles dois, tinham de se desdobrar por vários locais, deslocando-se em lentas motoretas. Se era precisa a presença da autoridade, quando aconteciam desacatos no exterior, em regra, passavam-se bastante tempo até que ela aparecesse.
Aliás, esta situação, pode ser comprovada pela análise dos dados do Ministério da Administração Interna, referentes à actualidade. Fazendo contas, ao nível de todo o país, dá isto: 1 polícia, por dia, para 18 escolas, 1 polícia para 3000 alunos...
Por tudo isso, só terei de sorrir perante a jactante sentença do governante.
Já agora, se as escolas são assim tão seguras, por que é que o Governo vai gastar uns milhões em sistemas de controlo electrónico de entradas nas escolas, em câmaras de vigilância do exterior, ...
Porquê?
Perante este quadro, espero, vivamente (porque é, de facto, a integridade dos alunos e dos meus antigos colegas de profissão que estão em causa) que a realidade do ano lectivo que vai começar, não venha a revelar a continuidade ou mesmo o agravamento, das situações de violência que ocorreram durante o ano transacto, e que, em alguns casos, vieram a lume na comunicação social.
Espero mesmo que não!

segunda-feira, setembro 10, 2007

O anonimato

Como se sabe, os blogs são vistos com muita desconfiança, para não dizer animosidade, por muitos sectores da sociedade, entre os quais se destacam os políticos.
E um dos anátemas que mais frequentemente são lançados sobre este meio de comunicação, consiste em declarar que a maioria deles, é gerida anonimamente.
Deste modo, só seriam minimamente credíveis, os de "autor", o seja, os que levam o nome completo de quem o publica.
Se for de um Vital Moreira, de um Pacheco Pereira ou de um Luis Filipe Meneses, ainda vá. Mas se, em vez disso levar apenas uma designação como Barão de Troia, Encandescente ou Vizinho, já é sinal de que alguém se está a esconder na sombra, para poder lançar as ferroadas venenosas, de modo totalmente impune.
Ora, como se sabe, neste mundo da net, é extremamente difícil (se calhar impossível) circular sem deixar qualquer rasto. O chamado IP de cada um, é uma espécie de assinatura que nos identifica quando andamos por aí.
E, por outro lado, será que se nós, os tais cidadãos comuns que apenas somos conhecidos "na nossa rua", passássemos todos a assinar os nossos posts com o nome de baptismo, isso nos tornaria mais identificáveis? Por exemplo, se, em vez de Peciscas eu passasse a assinar António Não Sei das Quantas, passaria de suspeito a credível?
Mas, entretanto, em terra de Antónios, eu seria mais um.
Tão anónimo como o Peciscas.
E, depois, repare-se na quantidade de vultos da Arte, da História, da própria Política, que não usaram o seu nome real para se identificarem e tal não os impediu de "ficarem" como marcas indeléveis.
Miguel Torga, Le Corbusier, Madre Teresa de Calcutá, Margot Fonteyn, George Sand ou Genghis Khan, são apenas alguns exemplos.
No fundo, como em tudo na vida, os meios que se utilizam para se afirmarem ideias ou se construirem imagens, não são em si bons ou maus. O uso que deles se faz é que pode ser bom ou mau.
Por isso, é tempo de algumas mentalidades abandonarem estafados preconceitos contra a blogosfera e deixarem de lado as generalizações que, para além de injustas, são de todo absurdas.