sexta-feira, outubro 31, 2008

quinta-feira, outubro 30, 2008

Haverá lugar para todos?

foto Peciscas Na zona do chamado Grande Porto, há dezenas de centros comerciais. Ainda recentemente foi inaugurado o maior espaço deste tipo do grupo IKEA na Europa.
São catedrais do consumismo. As cores, as luzes, a decoração, tudo está preparado para atrair a presença de multidões e, consequentemente, a apetência para a compra. Do que se necessita e do que não faz falta.
No entanto, quando vou a um destes centros comerciais, em regra, vejo bastante gente a passear. Alguma a entrar em lojas, para ver os artigos, tocar. Mas, logo depois, saem, na maior parte dos casos sem nada adquirir.
Vão ali do mesmo modo que, antigamente se saía para se verem as montras.
Por isso mesmo, causa-me espécie que, perante tanto centro comercial com lojas a venderem tão pouco, ainda haja promotores a arriscarem investir em novos espços. Não será que a concorrência já é demasiada e que alguns destes projectos são mesmo inviáveis?
É claro que os gestores sapientes terão muitos argumentos para responderem a estas perguntas.

Mas o que também é claro é que, depois, as crises aparecem ao virar da esquina...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Mais um caso com um ralo de piscina

Transcrevo parte de uma notícia do JN de 28 de Outubro”:

“O tribunal de Leiria manteve a decisão de absolver a gerente de uma piscina da cidade, onde, em Fevereiro de 2002 um menino ( na altura com nove anos)ficou gravemente ferido, depois de sugado pelo ralo do fundo.
….
Para o magistrado, a gerente do espaço “Físico-Leiria” “nada sabia sobre a sucção” e, por isso, “confiou em entidades que conhecem o procedimento de segurança e exigência técnica”. “Há pois a mais completa imprevisibilidade por parte da arguida no acontecimento”, considerou ainda o tribunal.
No final da audiência, a advogada da família do jovem que ficou ferido anunciou que vai avançar com um pedido de indemnização cível ao senhorio do espaço onde se situava a piscina, à gerente (arguida neste processo) e aos responsáveis da empresa que colocou as bombas de sucção de água naquela piscina.”


Quem conhece o caso da Flavia, compreende a razão da transcrição que agora faço.
Os acidentes com ralos de piscinas com poder de sucção anormalmente elevado, são, infelizmente, mais comuns do que se imagina.
As consequências, para o jovem português (quando sofreu o acidente tinha idade semelhante à da menina de S.Paulo quando igualmente foi vitimada) foram menos gravosas, mas, ainda assim muito sérias. Esteve em coma, estado do qual saiu com graves consequências de ordem física, neurológica e psicológica. A Flavia, permanece em coma, com o seu belo, luminoso e gaiato sorriso escondido dos nossos olhos.
E o que impressiona nestas notícias é que parece que as responsabilidades são sacudidas como quem sacode uma mosca do casaco.
Eu posso ser muito ignorante, tanto em matéria jurídica como em matéria técnica. Mas não me consegue entrar na cabeça que exista um dispositivo numa piscina que é capaz de aprisionar, qual armadilha sinistra, um corpo humano, de modo a causar-lhe lesões graves, sem que haja alguém que seja culpado.
Já andei pela Internet e verifiquei que há possibilidades de colocar sensores nesses ralos de modo a fazerem parar automaticamente a sucção, quando algo fica aprisionado na grelha. Isto, para além da obrigatoriedade da observação de normas sobre a graduação do poder de sucção das bombas de limpeza.
E mais: sendo as zonas das piscinas onde há ralos, potencialmente perigosas, por que não estão devidamente assinaladas e por que não há aviso a alertar para esses perigos? E por que esses ralos não estão protegidos por qualquer uma armação exterior que impeça um corpo de ficar aderente ao ralo?
São perguntas que um ignorante como eu gostaria de ver esclarecidas.
Se o Meritíssimo Juiz diz que a arguida de Coimbra não sabia de sucção, como pôde estar à frente de um equipamento onde esse dispositivo estava montado?
Será que o gerente de um restaurante, é dispensado de conhecer as normas de segurança contra incêndios, por exemplo? Ou o gerente de uma discoteca pode ignorar planos de evacuação?
E se for assim, o que me parece, com o devido respeito, algo de muito questionável, quem será, então responsável? Quem monta os equipamentos? O promotor do espaço? O gerente?
Não sei quem será. Mas alguém há-de ser.
Há vidas em perigo, há vidas destroçadas e isto não pode ficar impune.

terça-feira, outubro 28, 2008

Três citações pra reflectir antes de agir

A regra é a seguinte:compota amanhã e compota ontem...
...mas nada de compota hoje.
L. CARROL.

Escolhe o trabalho de que gostes e não terás de trabalhar nem um dia na tua vida
CONFÚCIO

Os ditadores nascem em casas onde ninguém se atreve a dar ordens à criada
H. de MONTHERLANT

segunda-feira, outubro 27, 2008

A resistência á mudança

Uma das características comportamentais que mais está presente na maioria das pessoas é a chamada "resistência à mudança".
Somos animais de hábitos e, por isso mesmo, tudo aquilo que implicar uma alteração nos nossos esquemas de pensamento, nas nossas rotinas ou tudo aquilo que sentimos estar a modificar-se à nossa volta, vai provocar reacções mais ou menos significativas da nossa parte.
Com maior ou menor dificuldade, é possível superar esse sentimento de resisência. Mas há, também, quem nunca o chegue verdadeiramente a conseguir. E, assim, mantém juízos de valor, apreciações morais ou éticas, rigidamente indexadas a um passado de que não quer afastar-se um mílimetro.
Há muitos exemplos que podem ser invocados para testemunhar esta resistência à mudança. Quando apareceram os Beatles houve muita gente a não entender o que significava e o que trazia de novo o "grupo dos guedelhudos de Liverpool" como depreciativamente os tratavam.
Hoje, são já considerados como "clássicos". Mas demorou o seu tempo
Há muitos anos, ver-se um casal beijar-se nas ruas de Portugal, era mais ou menos um escândalo. Hoje já é mais do que normal, embora haja ainda quem se incomode em assistir a esse tipo de cenas.
Nos anos sessenta conheci um francês que vestia calças de ganga manchadas e rotas. Era lautamente gozado por todo o lado.
Hoje, esse tipo de calças está na moda. Embora não deixe de haver quem olha essas peças, de soslaio e com olhar trocista.
Não há muito tempo, a abordagem de temas relacionados com a sexualidade e a reprodução humana nas escolas era um tabu gerador de graves tensões. Hoje, a maioria da população já acha bem. Muito embora persistam ideias contrárias.
É costume designarem-se por temas "fracturantes" estas questões que podem implicar a alteração de hábitos, preconceitos, rotinas. Mas, quer queiramos quer não, mais tarde ou mais cedo, há que enfrentar essas questões.
Com honestidade intlectual, com liberdade,com tolerância, em suma, com espírito de abertura.