sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Fisosofias para o fim de semana...

Tão absorvidos andamos com o imediato e com o quotidiano mais recente que, muitas vezes, nem nos damos conta de vestígios de um passado não muito distante que estão por aí a cada passo.
Que nos lembram que, afinal, o que nos parece agora tão moderno bem depressa vai passar de moda e ser encostado a um canto esconso da memória.
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas fotos António Peciscas 2007

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Eleições à porta, seja Deus louvado...

Há cerca de quatro anos, aquando das últimas eleições autárquicas, um candidato a presidente da Câmara e um candidato a presidente da Junta de Freguesia, que concorriam à renovação dos mandatos e tinham claras afinidades políticas, fizeram divulgar uma fotografia em que surgiam, lado a lado, a apontarem para um terreno, aqui bem próximo, onde prometiam construir um Jardim de Infância.
Mas, os votos ditaram uma surpresa.
O candidato à Câmara foi eleito mas o que concorria à Junta, perdeu.
Assim, os anos decorreram e do Jardim nem rasto.
Mas os tempos mudam e as vontades também.
O presidente da Cãmara, apesar de "independente" tem feito uma nítida aproximação ao partido pelo qual foi eleito o actual presidente da Junta (opositor do anterior).
Então, há uns dias, apareceram as máquinas de terreplanagem, foram colocados tapumes e, ao que parece, a obra vai arrancar.
Como canta o Adriano, ali na barra lateral,

Eleições á porta, seja Deus louvado,
Seja Deus louvado,
Seja Deus louvado.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Nos tempos da Farinha Amparo

Há muitos anos, havia por aí uma tal Farinha Amparo cujo fabricante era, pelos vistos, um parente afastado da minha mãe.
Esse produto era conhecido e bastante vendido, não pelas suas qualidades alimentares e sabor particularmente relevantes, mas porque, em cada embalagem que se comprava, vinha um brinde. Mais ou menos insignificante mas que funcionava pelo efeito surpresa. Assim, mais ou menos como os actuais Kinder.
E havia mais: coleccionando-se um certo número de tampas de embalagens, conseguia-se obter uma bola de borracha de futebol. Hoje parece insignificante mas, nesses tempos, não era fácil, para muita miudagem, ter acesso a brinquedos. Por isso...
Juntar as embalagens necessárias para conseguir a tal bola foi para mim um objectivo que persegui tenazmente. E lá fui comendo, paciente e heroicamente, aquela paparoca castanha e algo enjoativa.
Aquela mistela era de tal forma pouco atraente que, certa vez em que a não consegui tragar totalmente, a minha mãe colocou os restos no pires do gato, para ver se ele a ingeria.
Pois o bichano olhou, cheirou e, virando-se de costas, começou a fazer, com a pata, o gesto de escavar a terra, bem típico doa gatos quando acabam de aliviar o intestino. Vejam, então, qual seria o aspecto da paparoca...
Quando consegui a almejada bola, achei que já era tempo de acabar com o sacrifício...
Anos mais tarde, a Farinha Amparo acabou.
Mas hoje, ainda existe... Sob a forma de um divertido blog , da autoria da Didas,por onde se gosta de passar.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

4 vezes!

foto Peciscas Não há dúvida de que a imaginação dos publicitários não tem limites.
Um destes dias deparei-me com este outdoor.
Que, pomposamente, publicita a capacidade de uma conhecida agência imobiliária para vender, 4 vezes, a terra onde moro.
Nada menos!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Os "periquitos" de Cavaco

Nos tempos do Américo Tomás,o Presidente da República era designado nos órgãos de comunicação social por "venerando Chefe do Estado".
As atribuições do "venerando" eram, sobretudo, andar por aí a fazer inaugurações, a abrilhantar cerimónias, acenar às pessoas e a fazer discursos.
Ficavam na história esses discursos. Não porque fossem excelentes peças oratórias ou porque o que dizia se revestisse de decisiva importância política. Antes pelo contrário. Essas charlas eram, em geral, perfeitamente anedóticas.Tomás era perito em falar sem dizer nada.
Por exemplo, depois de dizer que era a décima sétima vez que visitava aquela cidade (frase com que, invariavelmente iniciava o uso da palavra, divagava, por exemplo, sobre os periquitos do senhor presidente da câmara ( foi mesmo verdade, acreditem) ou algo do mesmo teor.
Os tempos passaram e hoje o Presidente da República já não se confina a esse papel decorativo.
No entanto, por vezes, dou por mim a recordar essa época. Porque o actual Presidente também, com certa frequência, vai falando de minudências, ignorando as questões fundamentais.
Assim, ou se refere detalhada e dramaticamente às preversidades do novo estatuto autonómico dos Açores ou às graves consequências das recentes alterações da lei do divórcio. Sobre a crise económica profere vulgaridades e sobre os problemas políticos do país, acha sempre uma forma de se desviar.
Ou seja, os "periquitos" de Cavaco poderão não ser os mesmos do Tomás, mas, no fundo, acabam por ter um significado semelhante.