sexta-feira, dezembro 21, 2007

Transformismo fotográfico...

Este post foi inspirado por um outro, que o Manel publicou no dia 5 de Dezembro.
De facto, as fotografias, transcendem, a maior parte das vezes, a realidade que pretendem retratar.
E, assim, elas são o reflexo da criatividade do fotógrafo e da sua sensibilidade, que o levam a "ver", para lá dessa própria realidade.
E, actualmente, com os programas de edição de imagem, disponíveis nos nossos computadores, a "manipulação" só parece ter os limites da própria imaginação.

Aqui vos trago um exemplo.
Há tempos, publiquei algumas fotos obtidas junto da "Torre das Antas", numa manhã em que o Porto acordou com nevoeiro, com o sol a tentar furar a cortina...
Pequei numa dessas fotos:

foto Peciscas E trabalhei-a com um programa (Corel Painter). E os resultados, por vezes bem estranhos, e a sugerirem outras interpretações, foram (entre outros) estes:

foto Peciscas
foto Peciscas
foto Peciscas

quinta-feira, dezembro 20, 2007

A metáfora da lareira.

foto Peciscas Nestes dias em que o frio aperta e acendo a lareira em busca de algum conforto, dou por mim a fazer uma analogia.

O processo começa com o riscar de um fósforo, que inicia uma débil chama.
Que se propaga a uma pequena acendalha, ainda frágil e incipiente.
Logo a seguir, leves farripas de madeira, contribuem para que essa chama ganhe um pouco mais de intensidade.
Em seguida, acrescentam-se pedaços de lenha um pouco maiores.
E as labaredas vão aumentando.
Quando atingiram um grau mais consistente, já se poderão colocar achas, cada vez maiores e mais pesadas.
E, aquilo que começou por ser um pequeno clarão, já tem a dimensão de uma fogueira.
Mas, se por acaso não se seguirem estas etapas, e precipitarmos os acontecimentos, colocando , na parte inicial,as achas mais pesadas, o fogo vai-se extinguir e, o mais que provoca, é fumarada estéril.

O mesmo se passa com a chama das ideias.
Quantas vezes, nascendo no mais recôndito de uma mente, a ideia se fica por ali.
Mas, se quem a gerou, a fizer sair, ao encontro de outras mentes, ela pode germinar, propagar-se, ganhar relevo, galgar fronteiras. E, em breve, irá ter a dimensão universal de uma campanha, de uma doutrina, de uma teoria, de uma moda, de um credo.
No entanto, quantas ideias, que poderiam mudar o mundo, terão morrido quase à nascença, sufocadas pelo peso das convenções, dos interesses, das conveniências, dos mitos?
Deixando, quando muito, um rasto de fumo, que em breve se desvanecerá no esquecimento da história?

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Um bicho estranho...


A professora disse aos alunos para pegarem no livro "Bichos" de Miguel Torga, seleccionarem um dos contos e redigirem um pequeno trabalho sobre ele.
Passado algum tempo, a professora, recolheu os trabalhos, perguntando a cada um, qual o conto que tinha escolhido.
Quando chegou a vez do M., a professora:
-Então, M., diz lá o nome do conto que escolheste.

- Prefácio, setora!

Nota- não é anedota. Aconteceu mesmo, durante o 1º Período escolar que agora acabou, na escola onde trabalhei. De realçar que, como o prefácio desta inesquecível obra do Torga só tinha uma ou duas páginas, o M. pensou que seria a opção que lhe daria menos trabalho.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Boas acções ?

Há dias, pelas razões que então expliquei, fiz aqui eco de um apelo que consistia em, nesta época natalícia, procurar praticar acções de solidariedade para com o próximo.
Depois, ainda de acordo com o promotor da ideia, dever-se-ia, no respectivo blog, descrever o que se fez, ou, muito simplesmete, afirmar "eu cumpri".
Por mim, considero que este tipo de apelos, partem, sem dúvida, de pessoas bem intencionadas e generosas.
Mas, sobre eles, tenho algumas questões.
Em primeiro lugar, a da relatividade das chamadas "boas acções". Aquilo que eu posso considerar que é positivo, altruista, pode, afinal, visto por outro ângulo, ser classificado como uma acto egoísta e exibicionista.
Por outro lado, o facto de, em certas épocas ou conjunturas, se querer inventariar "boas acções" poderá significar que elas andam cada vez mais arredias do nosso quotidiano.
Cá por mim, tento viver com os outros do modo mais leal possível e, sempre que alguém precisar dos meus fracos préstimos, tanto materiais como, como, sobretudo, de ordem afectiva, procuro "estar lá". Sem que encare essas atitudes como "obrigação social".
No momento presente, infelizmente, um dos membros da família, está a viver uma situação em que esse apoio e essa solidariedade são particularmente necessárias.
Estou a acompanhá-lo, com o apoio possível.
No entanto, nunca direi que "cumpri" qualquer obrigação ou promessa.
Porque, em primeiro lugar, não foi essa a minha preocupação.
E, depois, quem sabe se, verdadeiramente, cumpri alguma coisa?

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Hoje, post colectivo pela Flavia



clique na imagem para aceder ao blogue da Flavia

Hoje estou a participar num movimento colectivo, que tem por fim divulgar a história de uma menina brasileira, que, atingida por um tão estúpido como trágico acidente, vive em coma, há cerca de dez anos.
Aqui, também, se faz eco, dos incompreensíveis meandros de uma justiça, que se enreda em peias burocráticas, que impedem que, de algum modo, seja ressarcida esta inocente vítima da incúria e da negligência.
É claro que não há indemnização, que compense a perda de uma juventude e de um sorriso tão belo como o era o desta menina.
Mas, no mínimo, há a reparação que é devida e que tem de assumir uma dimensão que esteja minimamente correlacionada com a perda que atingiu esta família.
Aqui deixo também, na solidariedade do dia de hoje, uma menção muito especial, para a coragem, a dedicação e o amor, da mãe Odele, que não desiste na sua luta, persistente e empenhada.
Um beijinho muito carinhoso para as duas.