sexta-feira, janeiro 23, 2009

Crise? Já lá vai!

foto Peciscas
Já começamos a recuperar da crise.

Vejam só que há um posto de combustíveis onde é possível abastecer de gasolina 98...completamente de borla!

Aproveitem porque, se calhar, é só neste fim de semana.

Quem viver aí mais para o sul, é capaz de compensar vir de propósito ao Porto...

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Embalagens de abertura... fácil?








Não sei se o defeito é meu, mas é um facto que lido bastante mal com as chamadas "embalagens de abertura fácil". Na maior parte dos casos, para mim, o fácil torna-se difícil.
Ou porque a patilha metálica parte e a tampa fica intacta, ou porque a película teima em não descolar ou não quer rasgar (no caso dos CD´s isto é particularmente irritante...), ou porque a tirinha que se tem de puxar se estraga,ou porque dou cabo da unha ao tentar descolar a dobra colada, ou por qualquer outro motivo, o que é certo é que, muitas vezes me enervo mais do que seria admissível, quando quero iniciar o consumo de uma dessas embalagens.
Sem falar no que acontece quando compro uma qualquer aparelhegem ou maquineta. Tudo aquilo vem impecavelmente arrumado, protegido com cartões e esferovites. Mas, se quero voltar a colocar tudo na caixa, ou porque tenho de devolver ou porque quero arrumar, jamais consigo pôr aquilo como vinha da fábrica. Ou a tampa não fecha, ou sobra um papo, ou rasga qualquer coisa.
Enfim. Se calhar o defeito é mesmo a minha falta de jeito...

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Mais uma fuga em frente...

Pois aí temos mais uma fuga em frente!
Num momento em que temos a crise a desabar sobre nós, lá vamos candidatar-nos, conjuntamente com a Espanha, ao Mundial de Futebol de 2018.
Quando foi do Europeu de 2004, onde foram investidos milhões, quando alguém criticava, a resposta era, invariavelmente "vão ser criados nosvos estádios, vai-se melhorar a imagem do país, vai subir a auto-estima do povo..." e por aí fora.
Passados, mais de 4 anos sobre o evento, qual é o balanço?
Uma série de estádios, como os de Leiria, Aveiro, Coimbra, Algarve, que estão quase sempre "às moscas", com elevados custos de manutenção. Ou seja, pouco mais serviram do que para se disputarem uns joguitos no Europeu.
A imagem do país? Onde vai ela?
E, quanto a auto-estima, como se sabe, ela anda pelas ruas da amargura.
Enfim, há um velho provérbio português que diz "com papas e bolos se enganam os tolos".
Poderia adaptar este provérbio a uma nova versão:
"Com futebol e golos se enganam os tolos"!

terça-feira, janeiro 20, 2009

Para que não se percam estas palavras

"Durante décadas, Portugal foi um país singular. Distinguia-se dos outros. Pelo analfabetismo, pela pobreza. pela duração de uma ditadura, pela censura, pela polícia política e por outros feitos de igual calibre. Gradualmente, o país foi-se transformando e foi ficando "um país como os outros". Com cada vez menos "história", que, como terá dito Tolstoi, é o próprio das pessoas felizes. Com bons e maus, excelentes e péssimos. Com estúpidos e inteligentes, como em todo o sítio. Com êxitos e falências, como deve ser. Só se espera que seja sempre assim. Sempre e cada vez mais. Que os portugueses não queiram de novo distinguir-se! Que ambicionem pelo dia em que, sem prémio Nobel, a maior parte dos alunos tenha notas decentes a Matemática e Português. Que lutem pelo dia em que um processo no tribunal não dê, durante anos, notícias em todos os jornais do mundo, mas que, simplesmente, chegue à sentença sem ter história. Que trabalhem o necessário para que não tenham os mais baixos rendimentos da Europa. Que sejam habitualmente recompensados ou punidos quando merecem. Nesse dia, talvez outro Cristiano volte a ganhar. E outros indispensáveis heróis surgirão. Mas o disparate que se seguirá será bem menor".

António Barreto. 18-01-2009
(in jornal "Público", rematando uma crónica em que se manifestava contra a tentativa de socialização do prémio de "Melhor Jogador do Mundo" recentemente atribuído ao futebolista Cristiano Ronaldo).

segunda-feira, janeiro 19, 2009

25 anos sobre a morte de Ary dos Santos

Decorreram ontem 25 anos sobre o desaparecimento físico de José Carlos Ary dos Santos, a quem chamo"o poeta da ternura", pois terá sido um dos que, em seus versos, mais vezes usou esta palavra.
Comunista, homossexual, boémio, beberrão, por tudo isso e também pela sua irreverência, pelo seu modo de ser que hostilizava as "boas regras do politicamente correcto" foi, em vida, odiado por muita gente. Mas também amado pelos que sabiam estar ali um grande poeta.
Ary respirava poesia. As palavras brotavam da sua inesgotável criatividade, quase expontaneamente. Era um homem poeticamente sobredotado.
Conhecido, sobretudo, pelas letras das mais belas canções que se escreveram em língua portuguesa (mais de 600), o Ary tinha, no entanto, uma vasta obra poética que muitos não conhecerão.
De si próprio, disse:
"Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado, não!"



Ary dos Santos - Poeta castrado não.mp3 -