sexta-feira, junho 20, 2008

Viagens na minha blogosfera 6


Retomo hoje, após algum tempo de interregno, as viagens por blogs de que gosto particularmente.
Desta vez vou passar por amigos e amigas que chegaram mais recentemento ao meu comvívio virtual.
Devido ao processo de captação usado, as imagens não são muito nítidas.
Mas o que me move, essencialmente, é dar conta de blogs de que gosto.


quinta-feira, junho 19, 2008

Dependências

Segundo um estudo do ISCTE recentemente dado a conhecer, 60% dos alunos mantêm os telemóveis ligados durante as aulas e 70% dizem mesmo que se não tiverem o telemóvel disponível, ficam extremamente ansiosos.
Hoje, li no jornal a opinião de especialistas que afirmam que os pais devem, desde cedo, intervir na educação dos seus filhos, no que se refere ao uso destes aparelhos e de outros utensílios de uso mais ou menos lúdico, tais como consolas de jogos e computadores.Para que façam uso deles de modo equilibrado e racional.
É claro que também me preocupa que os jovens estejam, cada vez mais cedo, a cairem neste tipo de dependências, digamos, tecnológicas.
No entanto, há que ser cuidadoso na análise destas questões.
De facto, de hoje em dia, quem se pode afirmar livre de qualquer dependência, deste tipo ou semelhante?
Eu, pecador me confesso.
Se esta maquineta que me permite, neste momento, arengar sobre esta problemática, pifa, fico logo pouco menos do que enraivecido.
Se o meu pópó avaria, já me sinto quase órfão.
E a televisão, o telefone, a máquina de lavar, o..., a... ???
É que a sociedade actual, envolve-nos num subtil círculo de necessidades imperiosas que, muitas vezes, só temos consciência que existem e são poderosas, quando, por algum motivo, elas deixam de poder ser atendidas.

quarta-feira, junho 18, 2008

O amor pelos animais começa pelo respeito que lhes é devido

Um destes dias, li, no blog de um amigo, a descrição de uma cena hilariante: um senhor, já não muito novo, passeava um caniche...que ia dentro de um carrinho de bebé. Com cinto de segurança e tudo.
Para lá do insólito e do caricato da cena, há uma coisa que é muito mais séria e merece alguma reflexão.
Há quem confunda o amor pelos animais, com a sua humanização. O que é sinónimo, quase sempre, de atentado à dignidade a que qualquer vida tem direito.
Assim, por exemplo, vestir um cão com camisolas e cachecóis com as cores do clube preferido, não demonstra qualquer afecto pelo bicho. Porque não é natural. Porque é usar o animal como um objecto, como uma espécie de cabide.
O verdadeiro amor pelos animais, passa, antes de tudo, pelo respeito do modo de vida que lhes é imanente.
Fazê-los entrar em esquemas de vida próprios do ser humano, conduz, geralmente, à sua ridicularização.
E muita da gente que assim age, acaba por ser aquela gente que, depois de farta do "brinquedo" o abandona na primeira esquina.

terça-feira, junho 17, 2008

Quando os Lobos Uivam

Faz neste mês de Junho, 50 anos que foi publicado, pela Livraria Bertrand, o romance "Quando os Lobos Uivam" de Aquilino Ribeiro.
Posso dizer que este foi um dos livros da minha vida.
Para quem não tenha lido, adianto que esta obra retrata uma revolta popular em defesa de terrenos baldios, que uma empresa queria retirar ao usufruto das populações locais, para os entregar a uma empresa florestal. E tudo isto a decorrer em pleno "Estado Novo".
Mestre Aquilino que veria, como é óbvio, o seu romance apreendido, e a sua liberdade posta em causa, descreve, com particular rigor, os pequenos e grandes caciques locais, os bufos, os agentes da polícia política, o frio e implacável gestor alemão da empresa ocupante. E também os heróis populares que ousaram enfrentar a força da tirania.
Li o livro, numa edição supostamente brasileira, que por aí circulava clandestinamente, sendo obtido em algumas livrarias "de confiança", e "por baixo do balcão".
Mais tarde haveria de saber que, afinal, o editor não era brasileiro. Funcionava algures, na zona da grande Lisboa e pertencia a um indivíduo que agia com objectivos meramente comerciais e não políticos. Entendeu que, fazendo edições de livros proibidos pelo regime, com uma chancela editorial, localizada fora do pais, poderia obter lucros fáceis. Até porque não pagava direitos de autor, nem impostos.
Mas, seja como for, "Quando os Lobos Uivam" é um documento que marcou uma época.

segunda-feira, junho 16, 2008

Adeus, M.

A vida , por vezes, prega-nos partidas de todo inesperadas e injustas.
Conheci-te, M., há 25 anos, quando entrei para a tua família, através de uma das tuas irmãs.
A princípio, houve alguma reserva da tua parte, relativamente ao "intruso" que se ia acrescentar a esse pequeno clã que vocês constituiam e que funcionou, ao longo de muitos anos, como uma defesa, perante as ondas e marés por onde teve de navegar.
Mas, pouco a pouco, fomo-nos entendendo. Porque fui "entrando na tua pele" e, também, porque concluiste que eu não correspondia à ideia, que inicialmente formulaste, de que devido à pequena diferença das nossas habilitações académicas, te iria manter "à distancia".
E fomo-nos aproximando. Até porque descobrimos um gosto comum pelo futebol e pelo clube que ambos escolhemos.
Mas, há cerca de um ano, a vida pregou-te (pregou-nos) uma dessas absurdas partidas que são difíceis de aceitar. A ti, um dos membros mais novos da família.
E neste último ano foi muito doloroso conviver com a degradação física que a implacável doença te trouxe.
Acabas, M. de partir. Quando ainda tinhas tantos sonhos por cumprir. Agora que tinhas estabilizado na profissão. Agora que tinhas uma vida mais calma e fazias projectos para acompanhar mais os teus pais e o teu sobrinho.
Não poderás concretizar mais nenhum desses projectos.
A tua cadeira no Estádio do Dragão, ali mesmo ao pé da minha, vai ficar estupidamente vazia da tua presença. Já não te terei ali para te abraçar quando o nosso clube marcar um golo.E para conversar sobre as incidências do jogo, quando me davas boleia para casa.
Nunca mais poderemos repetir aquela aventura que foi termos ido a Sevilha ver o nosso FCP vencer a taça UEFA e virmos, de regresso, numa alucinante e eufórica viagem de quase oito horas, comigo ao volante e tu ao meu lado, tentando desesperadamente não dormir e a cada passo a recomendar-me que parássemos para eu descansar, enquanto os companheiros de viagem iam a sono solto.
Custa muito acordar para a realidade da tua ausência. Para o lugar vazio (mais um) que vai sobrar na próxima mesa de Natal.
Mas a vida é assim. Por vezes, prega-nos partidas tão inesperadas como injustas.
Adeus, M.