Muitas vezes se ouve por aí dizer mal dos sindicatos, designadamente a nível de governantes.
É claro que, os sindicalistas não estão a salvo de quaisquer críticas, que muitos deles evidentemente merecem.
No entanto, dizer, por exemplo "que os sindicatos não servem para nada" pode ser uma afirmação instintiva ou emocional, mas que tem subjacente uma perspectiva algo perigosa..
Creio que um dos pilares da democracia é mesmo o sindicalismo, responsável e construtivo. Mas não encarado apenas como uma retórica figura social.
Reparemos numa coisa: se, por acaso, um destes dias acabassem todos os sindicatos, quem corporizaria os descontentamentos que hão-de permanecer nas sociedades?
Se eles não existissem, deixariam todo o campo livre à ocorrência de manifestações mais ou menos expontâneas, mais ou menos selvagens, que desencadeariam episódios de extrema violência. Seriam, afinal, hordas desenquadradas e à margem de qualquer lei, que tomariam conta das ruas.
Aliás, na presente crise que assola o mundo, o risco dese tipo de manifestações, já começa a ser bastante real. Aqui e ali, vão-se acendendo pequenos (por agora) rastilhos.
Há vozes, até oriundas de insuspeitas personalidades, que têm uma longa experiência de navegação nas águas políticas, que vão alertando para esse problema.
E essas mesmas vozes avisam que, enfraquecer a imagem dos sindicatos, pode trazer alguns dividendos a curto prazo, mas pode, a breve trecho, acarretar consequências que todos depois lamentariam.
Os sindicatos, continuam, pois, a ser necessários, para poderem corporizar frustrações, queixas, desencantos, mas de uma forma institucional, organizada e, sobretudo, legal.
Não deixemos de reflectir em tudo isto quando, em determinados momentos, ouvimos "deitar abaixo" do sindicalismo.
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