Como se sabe, os blogs são vistos com muita desconfiança, para não dizer animosidade, por muitos sectores da sociedade, entre os quais se destacam os políticos.
E um dos anátemas que mais frequentemente são lançados sobre este meio de comunicação, consiste em declarar que a maioria deles, é gerida anonimamente.
Deste modo, só seriam minimamente credíveis, os de "autor", o seja, os que levam o nome completo de quem o publica.
Se for de um Vital Moreira, de um Pacheco Pereira ou de um Luis Filipe Meneses, ainda vá. Mas se, em vez disso levar apenas uma designação como Barão de Troia, Encandescente ou Vizinho, já é sinal de que alguém se está a esconder na sombra, para poder lançar as ferroadas venenosas, de modo totalmente impune.
Ora, como se sabe, neste mundo da net, é extremamente difícil (se calhar impossível) circular sem deixar qualquer rasto. O chamado IP de cada um, é uma espécie de assinatura que nos identifica quando andamos por aí.
E, por outro lado, será que se nós, os tais cidadãos comuns que apenas somos conhecidos "na nossa rua", passássemos todos a assinar os nossos posts com o nome de baptismo, isso nos tornaria mais identificáveis? Por exemplo, se, em vez de Peciscas eu passasse a assinar António Não Sei das Quantas, passaria de suspeito a credível?
Mas, entretanto, em terra de Antónios, eu seria mais um.
Tão anónimo como o Peciscas.
E, depois, repare-se na quantidade de vultos da Arte, da História, da própria Política, que não usaram o seu nome real para se identificarem e tal não os impediu de "ficarem" como marcas indeléveis.
Miguel Torga, Le Corbusier, Madre Teresa de Calcutá, Margot Fonteyn, George Sand ou Genghis Khan, são apenas alguns exemplos.
No fundo, como em tudo na vida, os meios que se utilizam para se afirmarem ideias ou se construirem imagens, não são em si bons ou maus. O uso que deles se faz é que pode ser bom ou mau.
Por isso, é tempo de algumas mentalidades abandonarem estafados preconceitos contra a blogosfera e deixarem de lado as generalizações que, para além de injustas, são de todo absurdas.
1 comentário:
Pois é, realmente nunca tinha pensado nisso!
Enviar um comentário