sexta-feira, janeiro 11, 2008

Amor pela terra

foto Peciscas
foto peciscas
foto Peciscas Nos meus 45 minutos (quase) diários de marcha pedestre, passo por pequenas hortas que se intercalam com espaços urbanos, maiores ou menores.
Entre elas, chama-me particularmente a atenção, uma que é cultivada por um casal de anciãos, que, faça sol ou frio ou chova, lá andam, à volta das verduras, das flores, do milho, das batatas. Com carinho e com esmero, apesar dos danos físicos com que o tempo já marcou aqueles corpos tisnados.
São um exemplo. Que demontra um apego à Natureza que está muito para lá das palavras profundas e bonitas que tantas vezes por aí ouvimos.
Este casal não quererá muito saber de férias, de subsídios. Não se preocupará com o Tratado de Lisboa ou com a contenção do défice ou com a localização do novo aeroporto.
Mas sabe o que é o amor à terra e à vida. E isso lhe basta.
Só que dou por mim a pensar que, em breve, o ciclo de vida deste casal de agricultores estará terminado. E, o mais certo é que aquele espaço verde , que, teimosamente, ainda resiste à voracidade da especulação imobiliária, vai ter o destino traçado.
Deixará de ser vivo e verde, para dar lugar ao betão.

1 comentário:

Andreia disse...

Os meus avós também cultivavam assim muitas coisas, e ainda cultivam, mas menos.