quinta-feira, janeiro 10, 2008

Diversidade

Sou, decididamente, pela diversidade.
Penso que, na vida, há lugar para coisas muito diferentes, as quais podem coabitar pacificamente.
Por exemplo, tanto gosto de assistir a uma boa peça de teatro, como a um bom jogo de futebol.
Quanto a gostos musicais, já aqui vos confessei que tanto passo pelo fado, pela canção de autor, como pela música clássica. Brel,Sinatra, Pavarotti, Tordo,Camané, convivem, perfeitamente nas minhas preferências.
Na minha não muito larga roda de amigos, contam-se não só aqueles com quem se pode ter uma conversa mais aprofundada em termos culturais, como aqueles com quem se partilham umas larachas e se bebem uns copos.
Como também, já aqui tenho demonstrado, mesmo na blogosfera, as minhas viagens não têm um crivo selectivo muito estreito. Assim, tanto passo por locais onde há exigências de qualidade literária, onde se reflectem temas importantes, em termos sociais ou culturais, como frequento outros onde o pendor lúdico ou mais ligeiro são a norma.
E, mesmo os posts que por aqui passam, também não se inserem num registo único.
Textos, imagens, faixas sonoras, mais ou menos extensos, mais ou menos "sérios" mais ou menos "light", tudo aqui pode acontecer, fruto da disposição do momento que passa.
Há muitos anos, quando vivi em Timor, ao entrevistar a Amália, que por lá passou uns dias, pretendi saber por que incluia no seu reportório, autores tão diversos como Manuel Alegre, Camões e Mourão Ferreira, por um lado e Alberto Janes, por outro (autor de "A casa da Mariquinhas" e "Ouça lá ó Senhor Vinho"). E ela respondeu-me com alguma simplicidade:
-É que o Alberto Janes é como a papoila no campo de trigo.
E tinha razão a artista. Se as searas de trigo são essenciais, não menos importantes são os gritos de cor das garridas papoilas.
Pois, como se sabe, nem só de pão vive o Homem.

1 comentário:

Andreia disse...

Eu também concordo, também gosto de alguma diversidade!