terça-feira, junho 12, 2007

Casas inteligentes

As casas inteligentes começam a aparecer por aí.
Num destes lares, grande parte das coisas do dia a dia, passam pela internet, pelos robots, pelos automatismos, pelo controlo à distância..
Assim, para se entrar, não é precisa chave, pois basta olhar para un sensor, que reconhece a fisionomia do morador e franqueia a porta.
É possível dar ordens desde um telemóvel ou PDA, para, por exemplo,abrir os estores, vigiar a casa. O frigorífico tem um computador integrado que pode fazer encomendas através da net.
Pode-se ler um livro em formato digital, sem que seja preciso molhar o dedo para virar a página, pois tal é feito usando tecnologia "bluetooth".
Os aspiradores, com sensores de proximidade, trabalham autonomamente. Os quadros de parede e a cor da toalha da cozinha são escolhidos pelo computador.
E, imaginem, até a natureza é virtual, pois pode haver holofotes a sugerir a luz do sol, ouvem-se cursos de água a correr, através de uma televisão, e as flores surgem em projecções em telas.
Sendo este o caminho e se estas casas inteligentes se forem aperfeiçoando, que restará aos moradores fazer? Será que mesmo o amor ficará cargo da tecnologia? Por exemplo, para se ter um orgasmo bastará carregar num qualquer comando?

foto Peciscas Se as coisas se preparam para ser assim, prefiro mil vezes a minha humilde choupana. Burrinha, burrinha, mas onde ainda há espaço para flores verdadeiras, sol autêntico a entrar pelas janelas, livros com pó e páginas amarrotadas, o cheiro ao assado dos domingos e um espaço de vida distante das máquinas que nos querem invadir o hábitos.

segunda-feira, junho 11, 2007

Quatro momentos de um dia...

Este senhor , que lança frequentes desafios ao pessoal, desta vez pediu-nos imagens de quatro momentos de um dia da nossa vida.
Aqui estou eu a tentar responder.
Quero, desde já lembrar que, estando aposentado, tenho muito tempo livre para gerir. Não se espantem, por isso mesmo, que não apresente aqui qualquer imagem de... trabalho.

Manhã

foto Peciscas
foto Peciscas

foto Peciscas Tarde



foto Peciscas
Noite



foto Peciscas

sexta-feira, junho 08, 2007

Post sonoro 5

essencial ligar as colunas e regular o som

endereço para o envio de faixas gravadas:
peciscas@gmail.com

para eventual ajuda técnica, clicar na imagem "posts sonoros" ali na barra lateral


quinta-feira, junho 07, 2007

quarta-feira, junho 06, 2007

Insignificantes e insignificantes

Há por aí personagens que, de um momento para o outro ficam na moda e, quase diariamente, nos entram pela casa dentro como se fossem gurus detentores da verdade.
O psicólogo Eduardo Sá é uma dessas personagens.
Pessoalmente, não vou muito à bola com este opinion maker. É demasiado delicodoce para o meu gosto, e, na sua aparente afabilidade esconde uma boa dose de autosuficiência. Por vezes é mesmo algo arrogante, quando passa atestados de menoridade a outras pessoas. E, com alguma frequência, fala sobre questões de que não dispõe de todos os dados.
Não discuto, porque me falta preparação para tal, a sua competência técnica e científica.E respeito quem o coloca num patamar elevado.
O que me incomoda um tanto é mais a sua postura.
Ontem, ouvi um pouco do programa que mantém com Isabel Stilwell, na Antena 1 (um espaço onde diariamente se ouvem comentários sobre assuntos diversos, coalhados por risadas constantes de ambos o intervenientes, um pouco ao estilo dos shows americanos, em que tem de haver uma gargalhada de dez em dez segundos).
Nesta rubrica, falava-se do caso do ex-militar da GNR que está a ser julgado por suspeitas de assassínio de três jovens.
Eduardo Sá, tentando explicar por que razão o indivíduo inicialmente terá confessado os crimes para agora se desdizer, afirmou algo como: "um insignificante cabo da GNR, vê-se, de um momento para o outro projectado mediaticamente, e por isso, ...".
Ou seja, já não bastavam aqueles mirabolantes anúncios da Campanha "Novas oportunidades" a denegrir determinadas profissões, tais como a de empregada de um quiosque de jornais, em detrimento de uma jornalista licenciada, e aparece um senhor importante a referir-se, depreciativamente, a um ramo profissional, que considera como menor.E, é claro que, não está aqui em causa o facto de podermos estar perante o caso de um impiedoso delinquente.
O que aqui ressalta, é que, para este eminente psicólogo (como para muitas outras excelsas personalidades), há profissões insignificantes e profissões significantes.
É claro que ele se considera significante. Por isso, tem direito a ser ouvido com alguma reverência.
No meu caso, não o escuto com reverência .
E muitas vezes, nem sequer com paciência.

terça-feira, junho 05, 2007

Como as coisas mudam...



Um destes dias, um relatório da CCDR-N, mostrava que a Galiza suplantava, claramente, a região Norte de Portugal. Assim, o salário médio naquela região de Espanha é de 1240 euros enquanto na sua vizinha lusitana, é de 636 euros. O desemprego para os galegos, atingiu, no ano transacto, a sua menor expressão dos últimos vinte e cinco anos. Por cá, é o que se sabe...
Como as coisas podem mudar...
Outrora, a Galiza era uma terra de emigrantes. Como cantava a poetisa galega Rosalia de Castro:

"Estes partem
aqueles partem
e todos todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão".
Muitos desses emigrantes, vinham para Portugal. Em geral, para ofícios duros e mal remunerados (comércio, restauração, por exemplo). Mas trabalhavam..."como galegos" (a expressão ficou).
O meu avô materno, foi um desses emigrantes.
Natural de Ourense,veio para cá novo e começou, com um pequeno tabuleiro pendurado ao pescoço, por vender pequenas bugigangas aos veraneantes que, então, demandavam a minha aldeia natal, que era afamada pelas suas termas.
Passando fome, poupando o mais que podia, conseguiu, a breve trecho, comprar uma pequena carroça e uma mula.
Começou, então, a vender fazendas, pelas feiras do norte.
Comeu o pão que o diabo amassou.
Andava pelos caminhos perdidos, por serranias íngremes. Ao sol, à chuva, à neve.Por vezes, dormia em estrebarias, ao lado da mula, sua fiel companheira de anos (quando o animal morreu,de velhice, o meu avô teve um desgosto enorme). Foi assaltado uma ou outra vez.
Mas lá foi singrando, de modo que conseguiu, pouco a pouco, comprar alguns terrenos e casas, chegando a uma situação confortável.Costituiu família e por cá ficou.
No entanto, sem nunca assumir uma postura arrogante, de proprietário autoritário e insensível.
Na casa dele, todos os trabalhadores sentavam-se à sua mesa, pois ele dizia:
"Aqui, somos todos trabalhadores".
Por circunstâncias diversas, para o fim da sua vida, as coisas foram correndo menos bem e acabou por perder alguns ds seus haveres.
No entanto, foi sempre um homem norteado pelo dever de trabalhar e de não esbanjar.
Embora ele tivesse morrido tinha eu sete anos, recordo-o com uma enorme admiração.
Tendo em conta a actual realidade, bem poderemos dizer: como as coisas mudam...
Os emigrantes galegos de outros tempos são, agora, os que estão na crista da onda...

segunda-feira, junho 04, 2007

É mesmo azar...



Agora que ia poder ter um computador portátil por 150 € e um desconto na net é que me dou conta que sou professor sim, mas aposentado.
Ou seja, continuo a chegar tarde de mais às coisas...
Colegagem no activo, antes que eles se arrependam:

-é aproveitar!
-é aproveitar!