Decorreram ontem 25 anos sobre o desaparecimento físico de José Carlos Ary dos Santos, a quem chamo"o poeta da ternura", pois terá sido um dos que, em seus versos, mais vezes usou esta palavra.
Comunista, homossexual, boémio, beberrão, por tudo isso e também pela sua irreverência, pelo seu modo de ser que hostilizava as "boas regras do politicamente correcto" foi, em vida, odiado por muita gente. Mas também amado pelos que sabiam estar ali um grande poeta.
Ary respirava poesia. As palavras brotavam da sua inesgotável criatividade, quase expontaneamente. Era um homem poeticamente sobredotado.
Conhecido, sobretudo, pelas letras das mais belas canções que se escreveram em língua portuguesa (mais de 600), o Ary tinha, no entanto, uma vasta obra poética que muitos não conhecerão.
De si próprio, disse:
"Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado, não!"
Ary dos Santos - Poeta castrado não.mp3 -
1 comentário:
Uma boa semana para ti!
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