Não concordo com o termo "deficiente" para designar pessoas que têm limitações de ordem física, sensorial ou mental.
Porque, no fundo, se calhar a maioria de nós teria de ser considerada dessa forma.
Por exemplo: eu uso óculos. Portanto,nessa perspectiva, serei portador de uma deficiência visual.
Prefiro usar "cidadão com necessidades especiais" para falar dessas pessoas.
Poder-se-á dizer que isso se será um eufemismo. Mas eu sustento que não, pois ao falarmos nestes termos estamos a manifestar a atitude de considerarmos estes homens e mulheres como seres com direitos, dignidade e não como alguém que merece comiseração.
Há quem encare estes cidadãos como alguém a quem apenas se concedem pequenos gestos de "caridade" tais como ajudar a atravessar uma rua, ceder o lugar num transporte ou empurrar uma cadeira de rodas.
Quem assim encara a situação, não se indigna quando vê as cidades e as construções cheias de obstáculos que impedem a circulação desses cidadãos. Ou constata serem ocupados os lugares destinados a essas pessoas por outras que deles não necessitam.Ou sente que há descriminação negativa na maioria de serviços que não prevêem o correcto atendimento desses indivíduos com necessidades especiais.
Fui professor de alunos com algum tipo de limitações e aprendi muito com eles. A descobrir as potencialidades de que qualquer ser humano dispõe para vencer, com mais ou menos facilidade, desafios e obstáculos.
Por isso fui levado, cada vez mais, a respeitá-los e a considerá-los como credores de carinho e apoio.
(para não tornar o post demasiado extenso, publicarei, amanhã, a parte restante deste texto).
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