quinta-feira, julho 30, 2009

Chuva de recordes em Roma


Como já aqui tenho dito, estive ligado à natação de competição durante mais de uma dúzia de anos. Fui árbitro nacional de natação pura e fui mesmo presidente do Conselho Distrital da Associação de Natação do Norte de Portugal.
É, então, compreensível que, no momento em que estão a decorrer os Campeonatos Mundiais da modalidade, na cidade de Roma, vá seguindo, sempre que possível, as excelentes transmissões a cargo da Eurosport.
Estes campeonatos estão a ser marcados por auma autêntica "chuva" de recordes. No momento em que escrevo, ao terceiro dia de provas, já lá vão 21 máximos mundiais.
Que justificação para tal pulverização de tempos?
Para além de cada melhor marca mundial render ao nadador qualquer coisa como 25 mil dólares, a explicação está na tremenda evolução tecnológica dos fatos de natação.
Hoje as marcas (que vendem milhões por ano) investem na descoberta de equipamentos que aumentem ao máximo o poder de flutuação e reduzam drasticamente o atrito do corpo na água. Digamos que passam a constituir uma "segunda pele" do nadador.
Há muito quem conteste a verdade desportiva de performances obtidas desta maneira. Aliás, há uma regra dos regulamentos da natação (havia, pelo menos) que diz que é vedado ao atleta munir-se de quaisquer dispositivos ou equipamentos que aumentem a o poder de flutuação e de impulsão na água.
Por tudo isso, tem havido uma assinalável polémica no que se refere à utilização destes fatos.
Ao que ouvi, no início do próximo ano, eles irão ser proibidos em competições oficiais.
Se assim for, certamente que irá ser bastante mais difícil baterem-se recordes.
Mas, ou muito me engano, ou essa proibição será episódica.
Há demasiados interesses, tanto desportivos como financeiros (com as grandes marcas a pesarem fortemente) para que se possa viver muito tempo sem o espectáculo das grandes vitórias e dos grandes tempos.
Mas há que pensar que a capacidade humana de se superarem limites de velocidade e resistência, há-de ter um fim.
Ou não?
Nota- enquanto escrevia este texto, decorria mais uma jornada dos Campeonatos. Assim, acabo de ver mais um recorde mundial batido.
E vão 22!
Se assim continuar, iremos chegar a mais de meia centena de tempos "do outro mundo".

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