Na semana passada soube-se que a Assembleia da República gastou quase um milhão de euros na renovação da frota automóvel para o Presidente actual e para o anterior(?...?), bem como para os Vice-Presidentes e Secretária.
Começo por dizer que compreendo que chega sempre uma altura em que manter veículos com muitos anos de serviço fica demasiado dispendioso e será melhor mesmo proceder à sua substituição.
No entanto, no caso presente, ao que parece, foram adquiridas viaturas (BMW) bem mais caras do que outras disponíveis no mercado, também consideradas como "topo de gama" e que cumpririam eficazmente as funções que têm de desempenhar.
É claro que não estou a defender que, para o serviço a que se destinam se comprem pequenos utilitários que se desgastariam rapidamente.
O que eu quero aqui realçar é o argumento que frequentemente é invocado para se defender a compra de carros luxuosos para os altos titulares e que afirma que está em causa a "dignidade do Estado".
Ora, aí, eu terei de perguntar : como se afere, verdadeiramente, a dignidade de um estado? Pela marca dos fatos e carros dos governantes ou pelas condições de vida dos cidadãos?
Qual será a dignidade de um estado que acumula desemprego, pobreza, exclusão?
Será verdadeiramente digno um estado em que muitos dos seus integrantes, vivem uma existência de todo indigna da condição humana?
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