quarta-feira, setembro 24, 2008

Assinei, mas com reservas

Petição para o Resgate para Portugal, dos Militares Mortos na Guerra do Ultramar/ Guerra Colonial. Pfvr. Clica e assina. OBRIGADA.
Seguindo a sugestão da Isabel, aqui estou a divulgar uma iniciativa que considero ser totalmente justificada (independentemente das diversas motivações com que a ela nos poderemos associar).
Aliás, já aqui me referi a este tenebroso assunto.
Durante a guerra colonial, houve, como se sabe, dezenas de milhar de mortos.
Pois, os corpos de muitos destes cidadãos, nunca foram devolvidos às famílias.
O que é ignóbil. Porque, para levarem estes jovens para os teatros de guerra (sem hipóteses de recusa), o Estado pagava a viagem.
Mas quando a morte batia à porta, esse mesmo Estado já não tinha dinheiro para fazer regressar o corpo.
Ou seja: para muitos destes militares, só houve bilhete de ida.
E o mais hediondo de tudo é que, se a família quisesse reaver o corpo, até podia, desde que pagasse uma quantia que, à época, era incomportável para a maioria dos agregados.
Por isso, durante anos e anos, em condições quase sempre indignas, em cemitérios abandonados ou mesmo em valas comuns, por vezes sem identificação, jazem os restos mortais de combatentes dessa guerra que sempre considerei como injustificada.
E não se culpem apenas os governos pós- 25 de Abril por esta situação. Os verdadeiros responsáveis foram os que alimentaram este conflito, na política do "orgulhosamente sós" que estava, desde sempre, condenada ao fracasso.
Assinei esta petição porque entendo que há uma dívida do Estado para com as famílias destes concidadãos. No entanto, deixo aqui uma reserva, no que se refere ao texto que a encabeça.
É que não concordo que estes portugueses tenham "morrido ao serviço da Pátria".
A Pátria não estava ameaçada ou invadida. Estes homens foram, sim, ingloriamente sacrificados por uma política teimosamente errada, numa guerra não poderia nunca conduzir a qualquer solução.
Como, aliás, o futuro provou.

2 comentários:

Odele Souza disse...

Deve ser mesmo muito doloroso não saber onde está enterrado o corpo do filho morto. E que o translado dos restos mortais dessas pessoas fosse feito sem que houvesse necessidade de petição. Seria obrigação do governo.
Quanta insensibilidade. Não pensam na dor das familias?!

Andreia disse...

Concordo contigo! É triste!