O humorista brasileiro Jô Soares, num dos seus programas, que em tempos passou na nossa televisão, criou uma personagem que era um padre que atendia casais que pretendiam contrair matrimónio.
Invariavelmente, quando o sacristão lhe apresentava o par, o abade, fazia algumas perguntas aos nubentes, acabando sempre por concluir que não os casava, pois estavam à vista separações por incompatibilidades que só ele descortinava. E o episódio terminava sempre com a frase:
-Para evitar o casa, descasa, casa, descasa, casa, descasa, eu não caso!
Vem isto a propósito do que se está a passar com o fecho das urgências hospitalares.
Num dia diz-se que fecham não sei quantas, no outro já não fecham, para logo a seguir afirmarem que não fecham agora, mas fecharão mais tarde, quando estiverem criadas outras condições (designadamente de vias de comunicação, ...).
Perante toda esta novela do "fecha, não fecha", teremos de dizer, das duas uma: ou a comunicação social anda a passar informação deturpada para a opinião pública, ou, então, houve uma insuficiência no estudo que antecedeu o anúncio das medidas a tomar nesta área.
É claro que o Ministério da Saúde nunca admitirá que teve de recuar face às reacções das populações atingidas.
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