Conforme vos dizia no post anterior, gosto do fado e não do "faduncho".
O antigo regime, servia-se bastante da chamada "canção nacional", para veicular mensagens de conformismo, humildade aceite, passividade.
Dizendo coisas como:
"os pardais em corridinhas pelo chão,
gostam da nossa pobreza",
ou
"o destino marca a hora,
pela vida fora,
que havemos de fazer?"
ou
"podes fugir
às leis do teu coração,
mas quer tu queiras ou não
tens de cumprir a tua sina"
ou ainda
"os filhos sorriem
o Manel também
não há melhor vida
que aquela que gente tem"
Isso era "o faduncho", a lamechice, a intenção subliminar de contribuir para um clima de não contestação que era necessário manter.
Não quero confundir, entretanto, este tipo de mediocridade, com o fado dito "tradicional" de que há inúmeros exemplos onde a simplicidade temática e musical, resulta em qualidade e valor cultural. Digo eu.
Como é o caso:
Maria Madalena (letra Gabriel Oliveira música popular) Lucília do Carmo
Mas esse sub-produto a que poderemos chamar "faduncho" era acompanhado por outras variantes musicais. A certa altura popularizou-se um termo para englobar esse tipo de música. Era o "nacional-cançonetismo".
Hoje, esse termo terá um equivalente: "música pimba".
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