Tenho para mim que há duas qualidades que assumem particular relevância na formação do carácter e personalidade individuais.
Essas qualidades podem parecer contraditórias, mas, em boa verdade, não o serão.
Uma é a perseverança na defesa das convicções em que sinceramente se acredita.
A outra é a humildade para, permanentemente, se porem em questão essas próprias convicções.
Durante a minha vida como professor, procurei, crescentemente, adoptar estes dois princípios, como base essencial do meu trabalho.
Assim, perante os alunos, tentei assumir a posição de alguém que ali está para abrir caminhos de crescimento, mas também, para ouvir e aprender.E quantas coisas fui aprendendo com as centenas de jovens que tive perante mim...
E posso dizer que sai da profissão com mais dúvidas do que certezas.
Mas encontrei muitos colegas cujo discurso passava por uma grande dose de auto-suficiência, como se fosse sinónimo de "fraqueza" o admitir insuficiências na sua própria actuação.
Assim, perante o insucesso dos alunos, a resposta era, por parte desses colegas, o recurso, quase invariável, a velhos chavões : "eles não estudam nada", "não sabem nada" "os pais não ligam nenhuma"...
É bem verdade que, muitas vezes, essas são razões a ter em conta.
Mas, um bom professor, é, sobretudo, aquele que é capaz de questionar a própria actuação, no sentido de descobrir os aspectos em que pode melhorar e, assim, contribuir para que os seus alunos também melhorem.
Era por isso, que, muitas vezes, em reuniões, em acções de formação, ou em simples conversas informais, recorria à frase que retirava do poema de Gedeão que me tem servido de referência para os posts desta semana: "é que a nenhum de nós Deus pode dispensar de procurar a verdade".
2 comentários:
Infelizmente é uma verdade inegável.
Quantas situações não existirão em que se houver uma maior disponibilidade, maior atenção, e porque não competência, os resultados forçosamente serão outros.
Inteiramente de acordo.
Abraço, Peciscas!
Pois, porque é mais fácil culpar os outros!
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