quinta-feira, novembro 29, 2007

Poema para Galileu revisitado 4

Galileu, foi julgado por heresia, por, entre outras coisas, afirmar que era a Terra que girava em volta do Sol e não o contrário, como afirmava, dogmaticamente, a "ciência oficial" de então. Mas, haveria, como se sabe, de se provar que era o sábio quem tinha razão.
Este acontecimento deveria ficar como lição para a subsequente história da Humanidade.
Mas, não ficou.
Por isso, continuamos a esbarrar, a cada passo, com situações em que aquilo que parece evidente, afinal não o é.
Não só na ciência (e as contradições entre as opiniões médicas são um exemplo), como na vida de todos os dias.
Vou relatar dois casos em que estive envolvido, na semana passada.

Num deles, ao procurar um medicamento que tomo há algum tempo, o farmacêutico, porque tinha uma dúvida acerca da legibilidade da receita, mostrou-me, de longe, uma embalagem, para eu confirmar se era aquele.Respondi que não era, pois havia lá um pormenor gráfico que não reconhecia. Como o homem insistia que talvez fosse aquele, fui dizendo que, então teriam alterado a embalagem.
Acabei por trazer o medicamento, já que no interior lá estava o produto a que já estava habituado, mas sempre a insistir, convictamente, que a embalagem não tinha o mesmo desenho.
Ao chegar a casa, fui logo verificar a embalagem que ainda tinha e logo vi que tinha "metido água". Era exactamente igual à que tinha acabado de comprar.
É claro que, no dia seguinte, fui à farmácia pedir desculpa ao paciente funcionário.

O outro caso passou-se numa bomba de gasolina.
Após liquidar a importância devida pelo consumo, estava a agurdar que se processasse no respectivo cartão magnético, os pontos que a Galp atribui aos seus clientes para ulterior aplicação em brindes e outras benesses (questões de marketing...).
Ouço então, atrás de mim, uma voz, bastante impaciente:
-Saia daí, que há mais gente à espera de ser atendido!
Ou seja, o indivíduo, estava convicto de que, eu estava ali parado, a olhar para o funcionário, porque me apetecia...
Depois de perceber que se tinha enganado, o homem, algo contrariado, lá foi pedindo "mil perdões".
Ou seja, mais uma vez, aquilo que parecia, não era o que realmente acontecia.
E nunca nos devemos sentir "dispensados de buscar a verdade".

1 comentário:

Andreia disse...

São coisas que acontecem, não há nada como pedir desculpas!;)