Estou triplamente à-vontade para escrever o que se segue.
Em primeiro lugar, porque não sou admirador incondicional dos Gato Fedorento. Há coisas que eles fazem que considero menos conseguidas e com menos piada e menor bom-gosto. No entanto, reconheço que o seu humor não é asséptico. É, muitas vezes, comprometido e não cómodo. Bem diferente do Herman, que, tendo inegável talento, sempre se tentou amanhar, o melhor possível, com as várias "situações vigentes".
Em segundo lugar porque, quanto ao PCP, antes do 25 de Abril, era a única força de oposição, devidamente organizada e que afrontava "as feras" com sacrifícios pessoais evidentes. Assim, como desde muito cedo acordei para a necessidade de derrubar um regime que oprimia e violentava, é natural que tenha, em dada altura da minha vida, estado ligado ao "Partido" (era simplesmente assim que era conhecido).Nessa altura, até se compreendia a rigidez de princípios e a ortodoxia, pela exigência de manter uma sólida disciplina, que defendesse os militantes da feroz perseguição de que eram diariamente alvo. Rigidez e ortodoxia que deixou de se justificar quando a Liberdade se instalou (pelo menos formalmente) no país. Por essas e por outras, acabaria por me distanciar desse caminho.
Em terceiro lugar, pelo que toca ao Futebol Clube do Porto, porque sou simpatizante desde miúdo e sócio do clube . E, quanto ao actual Presidente, concedo que, tem, a seu crédito, o facto de ter transformado um clube regional, que atravessava a ponte a tremer, numa instituição de dimensão nacional e mundial. Mas tudo tem um tempo, e este apegamento ao poder que PC demonstra, conjugado com uma série de desastrosas complicações em que se tem envolvido, faz-me dizer que já deveria ter dado o lugar a outro ou outra.
Por estas três razões, estou à-vontade para dizer que os últimos acontecimentos que têm envolvido os Gato Fedorento, são, no mínimo, ridículos.
O PCP vetou a intervenção do RAP nas comemorações do 25 de Abril, com justificações que não convencem ninguém. Mas sabe-se como neste partido se cultiva o espírito de vingança. RAP saiu, portanto, fica, para sempre, na "lista negra".
Agora, disse-se que o Presidente do FCP terá movido uma acção contra os Gato, por supostas ofensas à sua pessoa. O que, a ser verdade, acrescenta mais uns pontos à ideia de que o PC "já não se enxerga" e , nesta fase da sua vida, cai em atitudes ridículas, com enorme facilidade.
Há tempos, escrevi por aí que, os Gato Fedorento se estão a tornar gradualmente mais incómodos para determinados poderes instalados. E que iriam sofrer na pele, as consequências dessa forma de estar.
Mais cedo do que tarde, essas consequências começam a aparecer. Ao ponto de já motivarem o envolvimento de forças de segurança, na protecção pessoal dos humoristas (embora eles o não admitam).
Ou seja, neste país, o cinzento ainda continua a ser a cor aconselhável.
Em primeiro lugar, porque não sou admirador incondicional dos Gato Fedorento. Há coisas que eles fazem que considero menos conseguidas e com menos piada e menor bom-gosto. No entanto, reconheço que o seu humor não é asséptico. É, muitas vezes, comprometido e não cómodo. Bem diferente do Herman, que, tendo inegável talento, sempre se tentou amanhar, o melhor possível, com as várias "situações vigentes".
Em segundo lugar porque, quanto ao PCP, antes do 25 de Abril, era a única força de oposição, devidamente organizada e que afrontava "as feras" com sacrifícios pessoais evidentes. Assim, como desde muito cedo acordei para a necessidade de derrubar um regime que oprimia e violentava, é natural que tenha, em dada altura da minha vida, estado ligado ao "Partido" (era simplesmente assim que era conhecido).Nessa altura, até se compreendia a rigidez de princípios e a ortodoxia, pela exigência de manter uma sólida disciplina, que defendesse os militantes da feroz perseguição de que eram diariamente alvo. Rigidez e ortodoxia que deixou de se justificar quando a Liberdade se instalou (pelo menos formalmente) no país. Por essas e por outras, acabaria por me distanciar desse caminho.
Em terceiro lugar, pelo que toca ao Futebol Clube do Porto, porque sou simpatizante desde miúdo e sócio do clube . E, quanto ao actual Presidente, concedo que, tem, a seu crédito, o facto de ter transformado um clube regional, que atravessava a ponte a tremer, numa instituição de dimensão nacional e mundial. Mas tudo tem um tempo, e este apegamento ao poder que PC demonstra, conjugado com uma série de desastrosas complicações em que se tem envolvido, faz-me dizer que já deveria ter dado o lugar a outro ou outra.
Por estas três razões, estou à-vontade para dizer que os últimos acontecimentos que têm envolvido os Gato Fedorento, são, no mínimo, ridículos.
O PCP vetou a intervenção do RAP nas comemorações do 25 de Abril, com justificações que não convencem ninguém. Mas sabe-se como neste partido se cultiva o espírito de vingança. RAP saiu, portanto, fica, para sempre, na "lista negra".
Agora, disse-se que o Presidente do FCP terá movido uma acção contra os Gato, por supostas ofensas à sua pessoa. O que, a ser verdade, acrescenta mais uns pontos à ideia de que o PC "já não se enxerga" e , nesta fase da sua vida, cai em atitudes ridículas, com enorme facilidade.
Há tempos, escrevi por aí que, os Gato Fedorento se estão a tornar gradualmente mais incómodos para determinados poderes instalados. E que iriam sofrer na pele, as consequências dessa forma de estar.
Mais cedo do que tarde, essas consequências começam a aparecer. Ao ponto de já motivarem o envolvimento de forças de segurança, na protecção pessoal dos humoristas (embora eles o não admitam).
Ou seja, neste país, o cinzento ainda continua a ser a cor aconselhável.
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