Conforme já vos contei, vivi o 25 de Abril, em Timor, muito longe.
Essa, será sempre uma frustração que me acompanhará: a de tanto ter ansiado pelo "Dia claro e luminoso" e não estar cá quando ele, de sonho passou a realidade.
Regressei a Portugal, em meados do mês de Julho de 74.
A minha mãe, pessoa sem grande formação política, sabia quão importante seria para mim, poder viver um dia no meu país, liberto de algemas e mordaças.
Por isso, nesse quente dia do mês de Julho de 74, quando cheguei ao meu quarto, tinha lá um lindo ramo de cravos vermelhos.
A minha mãe, tinha ido, de propósito, ao Mercado do Bolhão, que era um tanto longe de casa, só para que o "seu menino" tivesse também os seus cravos de Abril.
Teria feito, se fosse viva, 85 anos no passado dia 22.
No dia de hoje, ao recordá-la com a saudade e a ternura de quem perdeu, com ela, uma parte importante da sua vida, deixo-lhe uma beijo mais carinhoso e mais sentido.
Um beijo em sua memória e em memória desse Abril que ela também festejou.
MINHA MÃE - Zeca A... |
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