Conforme já há muito previa, eis um novo estatuto disciplinar do aluno.
Um pouco mais duro no que se refere às sanções e penalizações.
Estava à vista que o crescente clima de indisciplina nas escolas iria ter consequências. Uma delas já cá está.
O novo estatuto vem tornar, e bem, mais ágeis os procedimentos disciplinares.
Com efeito, era caricato que, para aplicar uma simples repreeensão registada, fosse preciso transformar os professores numa espécie de delegados dos ministério público, a intruirem morosos processos, função para a qual não tinham qualquer formação.
Por outro lado, tenta-se responsabilizar um pouco mais os encarregados de educação pelo comportamento dos seus educandos ( na lei anterior assinavam uma declaração dizendo que conheciam o Regulamento Interno da esola, que em geral nunca liam, e que não tinha qualquer efeito real).
Mas esta responsabilização, ainda se fica muito pela rama. De facto, só quando os EE sentirem verdadeiramente na pele (como se passa noutros países) as consequências do mau comportamento do alunos (leia-se a perda ou limitação de subsídios e outras regalias) é que talvez comecem a olhar para a escola com um pouco mais de respeito (é claro que não estou a generalizar, pois, felizmente, a maioria dos EE não se alheia ostensivamente da esola).
Mas há uma novidade neste estatuto que não deixa de ser altamente criticável.
De facto, dizer que os alunos que ultrapassem mais de um terço de faltas injustificadas poderá ainda, transitar de ano, se for submetido a um exame, é algo que só pode resultar da falta de conhecimento das realidades.
Quem anda no terreno sabe a quase totalidade dos alunos que vão acumulando faltas e excedem os limites, são aqueles para quem a escola pouco diz ou é apenas o local onde vão espreitar os amigos. Por isso, vão estar a marimbar-se para tais exames. Cabe aqui dizer que há quem sacralize os exames, pensando que eles é que vão resolver os problemas de insucesso escolar no ensino básico, E não há meio de os fazer entender que as coisas não são assim tão simples.
Por outro lado, há um efeito preverso nestas história do "exames de repescagem". É que se faz passar uma mensagem a tal tipo de alunos: ir às aulas, cumprir o dever de assiduidade, não será assim tão decisivo, pois há ainda uma safa no final do ano. Muito embora eu duvide que eles lá apareçam, já os estou a ver a replicar, se chamados à atenção para as faltas "Deixe lá que ainda tenho o exame".
Ou seja, esta invenção dos exames, pouco mais trará do que a exigência da preparação de mais uns testes que os professores terão de adicionar às múltiplas tarefas que já têm sobre si. Mas não vão resolver coisa nenhuma.
Porque o problema da indisciplina, por ter raízes muito fundas, não se resolve apenas com estatutos disciplinares.
Que tal, para começar, deixar de zurzir continuamente nos professores, parar com as constantes tiradas que vão degradando a sua imagem social, a sua autoridadeeal e valorizar autenticamente a escola e a cultura, como valores essenciais de um povo?
Digo eu, que cheirei sapatilhas e respirei pó de giz durante quase quatro décadas...
Um pouco mais duro no que se refere às sanções e penalizações.
Estava à vista que o crescente clima de indisciplina nas escolas iria ter consequências. Uma delas já cá está.
O novo estatuto vem tornar, e bem, mais ágeis os procedimentos disciplinares.
Com efeito, era caricato que, para aplicar uma simples repreeensão registada, fosse preciso transformar os professores numa espécie de delegados dos ministério público, a intruirem morosos processos, função para a qual não tinham qualquer formação.
Por outro lado, tenta-se responsabilizar um pouco mais os encarregados de educação pelo comportamento dos seus educandos ( na lei anterior assinavam uma declaração dizendo que conheciam o Regulamento Interno da esola, que em geral nunca liam, e que não tinha qualquer efeito real).
Mas esta responsabilização, ainda se fica muito pela rama. De facto, só quando os EE sentirem verdadeiramente na pele (como se passa noutros países) as consequências do mau comportamento do alunos (leia-se a perda ou limitação de subsídios e outras regalias) é que talvez comecem a olhar para a escola com um pouco mais de respeito (é claro que não estou a generalizar, pois, felizmente, a maioria dos EE não se alheia ostensivamente da esola).
Mas há uma novidade neste estatuto que não deixa de ser altamente criticável.
De facto, dizer que os alunos que ultrapassem mais de um terço de faltas injustificadas poderá ainda, transitar de ano, se for submetido a um exame, é algo que só pode resultar da falta de conhecimento das realidades.
Quem anda no terreno sabe a quase totalidade dos alunos que vão acumulando faltas e excedem os limites, são aqueles para quem a escola pouco diz ou é apenas o local onde vão espreitar os amigos. Por isso, vão estar a marimbar-se para tais exames. Cabe aqui dizer que há quem sacralize os exames, pensando que eles é que vão resolver os problemas de insucesso escolar no ensino básico, E não há meio de os fazer entender que as coisas não são assim tão simples.
Por outro lado, há um efeito preverso nestas história do "exames de repescagem". É que se faz passar uma mensagem a tal tipo de alunos: ir às aulas, cumprir o dever de assiduidade, não será assim tão decisivo, pois há ainda uma safa no final do ano. Muito embora eu duvide que eles lá apareçam, já os estou a ver a replicar, se chamados à atenção para as faltas "Deixe lá que ainda tenho o exame".
Ou seja, esta invenção dos exames, pouco mais trará do que a exigência da preparação de mais uns testes que os professores terão de adicionar às múltiplas tarefas que já têm sobre si. Mas não vão resolver coisa nenhuma.
Porque o problema da indisciplina, por ter raízes muito fundas, não se resolve apenas com estatutos disciplinares.
Que tal, para começar, deixar de zurzir continuamente nos professores, parar com as constantes tiradas que vão degradando a sua imagem social, a sua autoridadeeal e valorizar autenticamente a escola e a cultura, como valores essenciais de um povo?
Digo eu, que cheirei sapatilhas e respirei pó de giz durante quase quatro décadas...
4 comentários:
uma duvida, essas faltas, contam as justificadas e injustificadas? ou so as injustificadas?
Eu acho que se um aluno necessita mesmo de faltar vários dias por algum motivo que não possa adiar, por exemplo motivos de saúde. Como vai fazer? Vai esperar que a doença piore ou vai por exemplo ser operado ou ter consultas periódicas na escola???
Sinceramente, gostaria de saber, quem foi o génio, do qual saiu esta brilhante ideia,que dita no fundo, que deixe de existir diferença entre as faltas justificadas e as injustificadas, possibilitando ao aluno transitar de ano com o dito exame...mesmo não pondo os pés na escola?!Por algum motivo se chamam a umas e a outras - justificadas - e - injustificadas -.Concordo que os pais sejam mais responsabilizados, pois a educação dos jovens/adolescentes, tem que partir de casa (ensino do respeito, da moral, dos bons costumes,etc)coisa que muitos desses jovens não têm, e os professores é que levam com eles...Mas também,com razão ou sem ela, muitos dos professores deixam a desejar o seu desempenho e as suas competências pedagógicas, para com os alunos, o que contribui para o desinteresse destes e desmotivação.
Muda-se tanta coisa, e tudo permanece na mesma, até quando?
Eu gostava de receber resposta a este comentario.
A minha opiniao acerca deste assunto e muito simples. O novo estatuto do aluno vem dar mais valor a quem sabe muito e esforça se pouco em relaçao aos que se esforçam muito e nunca faltam as aulas mas infelizmente andem o que andarem continuam a ser menos capazes.
A miinha pergunta e esta: se um aluno percebe de alguma disciplina naturalmente ou tem aptidao para ela, ou simplesmente acha se capaz de conseguir atingir os objectivos e as competecias necessarias para adquirir a materia de modo a passar no exame, porque devera estar a ir a todas as aulas que nao lhe farao diferença? Penso que essa escolha devera vir dele proprio, pois se faltar o unico prejudicado e ele.
Por outro lado, se falta o ano todo, chega ao exame e passa, e porque nao e burroi nenhum e sabe o que esta a fazer. Eu sinceramente acho que esta nova lei vem dar justiça aos mais inteligentes porque e de fartar ver pessoas a entrar para as universidades apenas porque sao assiduas, e fazem trabalhinhos e etc, e quando chegam aos testes e um problema.
A minha verdadeira questao e esta: as nossas universidades, ensinos etc, querem pessoas capazes e inteligentes ou apenas pessoas que façam o que lhes mandem e sejam poaus bem mandadinhos?
Gostava que me respondessem, e so a minha opiniao.
Enviar um comentário