Na sequência daquilo que aqui escrevi no post anterior, quero ainda registar que, no final da concentração espontânea de professores no Porto, a polícia identificou algumas docentes, precisamente as que prestaram declarações à televisão.
Agora estamos nesta. Se houver algum ajuntamento que cheire a crítica ao governo, lá vem identificação/intimidação.
Mas é curioso que, aqueles que tão solicitamente defendem que, perante uma "manifestação" não autorizada, há que cumprir a lei, não têm um critério uniforme.
Pois, se o tivessem, também exigiriam que fossem identificados os cidadãos que se juntam para apaludir o PR ou o PM. Ou, então, os utentes de serviços de saúde que, perante a dificuldade de marcar uma consulta, se lamentam, em voz alta, à porta do centro de saúde. Ou os que, em grandes ou pequenas multidões, manifestam o seu contentamento perante uma vitória desportiva.
Tudo isto me faz rebobinar o filme e voltar aos tempos da "velha senhora" em que mais do que três pessoas juntas, na rua, era já considerada "uma multidão".
Havia, mesmo, uma frase, que ficou na história, usada por solícitos agentes da autoridade, quando o facto de algumas pessoas estarem juntas juntas lhes parecesse inconveniente:
-Vamos lá andar. É proíbido circular parados!
1 comentário:
Realmente é uma palhaçada, parece que estamos numa ditadura!
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