Há dias, a DECO, deu notícia sobre um estudo, realizado no nosso país, o qual referia que, na maioria das escolas portuguesas, as condições de salubridade, são claramente más.
É claro que o Ministério da Educação, apareceu logo a desdizer a validade do estudo, adoptando mesmo uma posição bastante agreste, chegando, mesmo, ao corte de relações com aquela Associação.
Esperando, então, que o Ministério promova o seu próprio estudo, para que todos possamos ter uma versão oficial sobre o que verdadeiramente se passa, aqui venho sugerir uma metodologia de trabalho que, para além de eficaz, será de aplicação particularmente barata, já que recorre a um equipamento acessível e, em princípio, disponível em todos os funcionários ao serviço da "5 de Outubro", Ministra e Secretários de Estado incluídos. Esse equipamento é, muito simplesmente, a membrana pituitária que se localiza na parte interna de qualquer nariz que se preze...
Para realizarem o estudo, bastará que andem um pouco por aí, visitando escolas, escolhidas aleatoriamente. Entrem em salas de aula, com elas a funcionar. Ou entrem nessas salas, nos intervalos das ditas aulas, após os alunos terem saído.E cheirem. Pura e simplesmente, deixem o olfacto actuar e registar sensações.
Sentirão, certamente, como a esmagadora maioria de nós, professores, sente ao longo dos anos, aquele característico odor a sapatilha, a sulfato de peúga ou mesmo à tal flatulência que obrigava a Carolina Salgado a acender cigarros.
De facto, quem não tem experiência destas coisas, nem imagina o que fica dentro de uma sala de aula, após uma hora de funcionamento de uma classe. E, também, como os nossos narizes se conseguem ir adaptando a essa mescla de cheiros que se instala em salas mal arejadas . Note-se que, no Inverno, não se podem abrir janelas para não aumentar o frio, que obriga, muitas vezes alunos a trabalharem com agasalhos vestidos. No Verão, o calor, aumentando a transpiração, agrava a situação. E mesmo que se pretendesse arejar as salas, durantes os intervalos, tal não seria possível, pois tudo tem que estar hermeticamente fechado, para não acontecerem desvios em haveres ou danos nos equipamentos.´
Quando trabalhava na escola, designadamente quando desempenhava cargos no Conselho Executivo, tinha, por vezes, de entrar em salas com aulas em funcionamento . Aí, vindo do ambiente mais despoluído dos corredores, dava conta daquela atmosfera enjoativa e desagradável que sentia menos, quando eu próprio dava as aulas. Ou então, quando tinha de ir, no intervalo, a uma sala de onde tinha saído uma turma e notava a tal mescla de odores, que parece que fica colada às paredes.
Mas, de tudo isto, sabem, há muito, os colegas que estão, diariamente, entre as quatro paredes das escolas.
Parece que, mais difícil é, os responsáveis do Ministério, que, normalmente, trabalham em gabinetes com ar condicionado, acreditarem que, nos edifícios escolares no nosso país, os ares que se respiram estão longe de serem os melhores.
1 comentário:
Concordo contigo.
A minha curta experiencia como professora deixou-me ter a possibilidade de ter cheirado com o meu próprio nariz! lol
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