Os políticos estabelecidos querem aparecer, normalmente, perante a opinião pública como modelos de virtudes, paladinos da democracia, campeões da tolerância e do respeito pelos outros.
Tudo isso, enquanto a coisa não descamba para a peixeirada.
Porque aí, vêm ao de cima os instintos mais primitivos, o pé foge para o chinelo, e lá se vai a compostura e a elegância. E os ditos políticos escorregam do pedestal de superioridade para onde treparam e de onde, altaneiramente, costumam contemplar a polulaça, apenas com os breves interregnos da "caça ao voto". Nestas alturas, lá têm de fazer o sacrifício de aspirarem os odores da plebe e de se submeterem à babugem do ósculo indiscriminado.
Porém, quando o "caldo se entorna" a exposição das zaragatas básicas não fica bem na fotografia. Por isso, logo a seguir, é preciso debitar umas falinhas mansas, a pedir desculpas e a tentar sair airosamente da triste situação. Como se, afinal, nenhuma responsabilidade lhe pudesse ser assacada.
E, nestas alturas, é que vem mais ao de cima a perplexidade que nos assalta quando vemos justificar determinados privilégios de que usufruem algumas dessas personalidades, pela "dedicação à causa pública" e pela elevadas responsabilidades morais e cívicas que estão associadas ao desempenho das "altas funções que lhes são confiadas".
O mais triste e quiçá ridículo de tudo isto é que, muitas vezes, tudo acaba por resultar da acesa disputa por um lugar no taxi.
Bom, mas por este andar, uma bicicleta vai chegar...
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