Mas, não adianta pôr-me para aqui a armar-me, dizendo que, então, estive acordado até às tantas, porque não queria perder o acontecimento do século.
Pura e simplesmente, não assisti à transmissão. Fui dormir e não me importei de ignorar um facto que se iria tornar obviamente histórico.
Agora, quando comento esse facto com alguém, designadamente com as gerações mais novas, não falta quem me censure ou, no mínimo, quem ache estranho ter perdido uma tal oportunidade.
Não sei se hoje me alhearia de igual modo de uma tal situação. Até porque, com a evolução impressionante dos meios de comunicação, a transmissão seria certamente muito mais aliciante do que aquela foi.
Mas, naquela altura, não achei demasiado relevante que houvesse um pé humano a pisar a superfício do nosso satélite.
Porque achava, na fogosidade dos meus vinte e poucos anos, que, para lá das conquistas tecnológicas colaterais à façanha, nada de particularmente relevante ganharia a Humanidade. Porque sabia que não seria possível viver-se em permanência na Lua. E que, muito provavelmente, passado o impacto da chegada pioneira, poucas vezes mais de iria até ali.
Ou seja, o acontecimento teria, sobteudo, um significado político.
Terá sido por tudo isso que, nessa madrugada de 20 de Junho de 1969, ao contrario de tanta outra gente,não estive acordado.
E perdi a oportunidade de ter mais uma história para contar aos netos.
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