O escritor e filósofo francês Brice Parain, disse um dia
"As palavras são pistolas carregadas".
Nunca essa frase que li algures, aos meus 17 anos, me fugiu.
E ela serve-me muitas vezes de guia quando tento pôr em palavras ideias, sentimentos, observações.
Designadamente, quando passo por espaços na blogosfera tenho uma de duas atitudes: se o texto que está publicado é demasiado extenso ou denso para aquele momento, passo à frente ou deixo para outra oportunidade e saio sem comentar; se o posso ler com o devido tempo, procuro inteirar-me do seu espírito, interpretá-lo, compreendê-lo. Só deste modo poderei deixar um comentário que seja minimamente informado e construtivo.
Já me tenho deparado por aí com situações perfeitamente insólitas e desagradáveis, de gente que circula apressadamente por blogs, lê com metade do olho e do cérebro e depois deixa comentários absurdos.
Muitas vezes, esses comentários (porque as palavras são pistolas carregadas) podem mesmo ser ofensivos e causar nos destinatários danos bem pesados.
Medir as palavras, pensá-las, voltar atrás para pesar os seus posíveis efeitos, é um exercício que deveria estar presente no nosso dia a dia.
Como em muitas outras coisas, procurar estar "na pele do outro" é essencial. Para procurar prever o efeito que as nossas palavras lhe possam provocar.
Mas há gente que nunca o conseguirá fazer. Porque fala por falar. Porque quer que olhem para si e reparem que existe. Porque se quer afirmar, mesmo que não tenha coisas importantes a dizer.
Essa gente acaba por passar ao lado não deixando nenhum rasto aproveitável.
Mas, num dado momento, é capaz de incomodar o suficiente para nos merecer um suspiro de irritada impaciência.
Apenas um suspiro porque mais não merece.Este post é dedicado, com toda a solidariedade, às amigas Odele e Flavia.
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