terça-feira, março 31, 2009

Debate sobre a violência - 7


Passemos, agora, ao depoimento do Xistosa.

Aqueles casos que ocorrem de acessos de loucura, penso não os integrar no Debate sobre a violência.
Todos concordamos que além de violência é barbarismo e demência, para além dum acesso facilitado ás armas de fogo, que aqui ainda não atingiu níveis alarmantes e não deverá suceder.
A realidade portuguesa penso que é diferente.
Quem está na casa dos 60 anos e viveu e estudou na ditadura, sabe que não havia desrespeito para com professores.
Havia era violência destes sobre os alunos.
E tenho tantos casos ...
Só recordo que, por motivos profissionais, o m/pai deixou o Porto e fomos para Castelo Branco.
Tive um sádico, era o professor SALVADO, que em pleno verão e com temperaturas de mais de 30º, íamos para a escola de gabardina porque ele com uma cana da Índia batia nas pernas de todos e naquele tempo não havia calças, eram calções.
Ninguém se queixava e não havia notícias sobre isso.
Já nessa altura um aluno foi transferido doutra escola para a minha, porque puxou duma navalha para um professor que era outro sádico.
O professor Salvado, (que ao fim e ao cabo, era um cobarde), nunca lhe tocou!
Os acontecimentos vão-se recalcando.
Os meios de comunicação dão a maior cobertura possível a nenhures, quase que promovendo o endeusamento de crimes, desordens e determinadas situações que se ficassem a mais recato não iriam alertar alguns neurónios mais frágeis, que depois querem imitar o que viram.
Também temos o problema dos pais, os dois, a trabalhar fora e os filhos ficam mais tempo sós.
Todos sabemos, por já lá termos passado que se estivermos sós, nos entretemos a ler ou a fazer algo, mesmo que seja destrutível, mas estamos sós e a ideia acaba por morrer.
Juntando-se mais que um, há sempre o que se quer superar e realçar e inventam situações que cada um de per si nem imaginaria fazer.
Surge um líder e começam a nascer os problemas.
A autoridade dos professores foi reduzida quase a zero.
Os governos confundiram autoritarismo com autoridade.
Porque os alunos que provocam mais desacatos são sossegados e tornam-se bons alunos...
Eu se fosse professor não teria problemas.
É só saber onde moram ... depois assestam-se-lhes duas bofetadas caídas do céu com toda a força e conta-se-lhes um conto de fadas ...
Nunca mais dão problemas.
Que o digam duas colegas da minha mulher.
Agora se o professor não os trava na sala, começam a aumentar da 1ª aula para as restantes e depois já não os seguram.
Mas isto é um caso muito fácil de resolver, mesmo em famílias mais problemáticas.
Nestas famílias, os filhos não iam à escola.
Não lhes deram o mínimo de preparação e agora exigem os conhecimentos e os direitos que lhes usurparam, ao longo do tempo, todos duma vez.
É necessário saber lidar com estes pais.
Fora do ensino, surgiram os negócios mafiosos e o tráfico de mulheres e droga.
Luta-se por pó e por carne humana e a polícia torna-se impotente, não por falta de elementos, mas o Código Penal, cada vez tem vindo a reduzir os poderes da Polícia, ou a aumentar o direito dos delinquentes.
Prende-se um indivíduo e o juiz solta-o.
Então se a criminalidade aumentou em todos os vectores, nao se tendo feito novos edifícios para prisões, como é que se acabou com a sobrelotação nelas, como ontem, dia 24 de Março, OUVI, não li, nem me contaram, ouvi na Antena 1, nem sei quem era a fulana.
Algo está mal neste reino.
Mas vai piorar porque o desemprego gera o desespero e se se deixa propagar de pais para filhos, vamos passar uma mau bocado.

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