Há tempos estreou em Londres uma peça de teatro destinada a divulgar, junto dos ingleses, esse grande português que foi Aristides de Sousa Mendes. Homem que, apesar da apregoada “neutralidade” de Salazer, pagou bem caro o facto de ter salvo dos campos de extermínio nazis, dezenas de milhar de judeus.
Acabou a vida ignorado, com graves problemas económicos. A casa onde viveu, está em ruínas, sem que apareça alguma entidade capaz de recuperar o imóvel para aí instalar um museu que recordasse a figura deste insígne compatriota.
É claro que se Sousa Mendes tivesse sido jogador ou treinador de futebol ou cantor mais ou menos “pimba” ou ainda político habilidoso, teria concitado as atenções gerais, designadamente, de órgãos de comunicação.
Mas, como não foi nada disso e o mérito que teve foi “apenas” o de salvar umas quantas “insignificantes” vidas, a única coisa que conseguiu foi o estatuto de “ilustre desconhecido”. Apenas fugazmente interrompido por aquele bizarro concurso(“Os Grandes Portugueses”) em que , apesar de ter obtido alguns milhares de votos,foi largamente suplantado pelo ditador de Santa Comba.
O que é triste em tudo isto é que são todos os dias elevadas à categoria de “heróis”,personalidades que, comparados com Aristides têm a dimensão de um mosquito.
E, neste caso, é preciso vir de Inglaterra um exemplo de divulgação da obra de um homem que deveria ser considerado como um vulto grande da nossa história.
1 comentário:
Grande homem que foi!
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