segunda-feira, outubro 27, 2008

A resistência á mudança

Uma das características comportamentais que mais está presente na maioria das pessoas é a chamada "resistência à mudança".
Somos animais de hábitos e, por isso mesmo, tudo aquilo que implicar uma alteração nos nossos esquemas de pensamento, nas nossas rotinas ou tudo aquilo que sentimos estar a modificar-se à nossa volta, vai provocar reacções mais ou menos significativas da nossa parte.
Com maior ou menor dificuldade, é possível superar esse sentimento de resisência. Mas há, também, quem nunca o chegue verdadeiramente a conseguir. E, assim, mantém juízos de valor, apreciações morais ou éticas, rigidamente indexadas a um passado de que não quer afastar-se um mílimetro.
Há muitos exemplos que podem ser invocados para testemunhar esta resistência à mudança. Quando apareceram os Beatles houve muita gente a não entender o que significava e o que trazia de novo o "grupo dos guedelhudos de Liverpool" como depreciativamente os tratavam.
Hoje, são já considerados como "clássicos". Mas demorou o seu tempo
Há muitos anos, ver-se um casal beijar-se nas ruas de Portugal, era mais ou menos um escândalo. Hoje já é mais do que normal, embora haja ainda quem se incomode em assistir a esse tipo de cenas.
Nos anos sessenta conheci um francês que vestia calças de ganga manchadas e rotas. Era lautamente gozado por todo o lado.
Hoje, esse tipo de calças está na moda. Embora não deixe de haver quem olha essas peças, de soslaio e com olhar trocista.
Não há muito tempo, a abordagem de temas relacionados com a sexualidade e a reprodução humana nas escolas era um tabu gerador de graves tensões. Hoje, a maioria da população já acha bem. Muito embora persistam ideias contrárias.
É costume designarem-se por temas "fracturantes" estas questões que podem implicar a alteração de hábitos, preconceitos, rotinas. Mas, quer queiramos quer não, mais tarde ou mais cedo, há que enfrentar essas questões.
Com honestidade intlectual, com liberdade,com tolerância, em suma, com espírito de abertura.

2 comentários:

Andreia disse...

POis é, é a mudança!
As pessoas depois acabam por habituar-se!

SILÊNCIO CULPADO disse...

António
O pior no ser humano não será propriamente a resistência à mudança mas o espírito mesquinho de maledicência e julgamento do próximo.
Por vezes a defesa de certos atavismos aparece ligada a uma vontade de fazer prevalecer a própria opinião sobre comportamentos alheios.
É preciso inventar um homem novo sem vistas estreitas. Só assim será mais solidário e aceitará partilhar ao invés de competir cega e traiçoeiramente por coisas que, na maioria das vezes, nem valem um caracol.

Abraço